MCTIC
5 de julho de 2016
O diretor do CGEE, Antonio Carlos Filgueira Galvão, apresentou estudo sobre mestres e doutores durante 68ª Reunião Anual da SBPC, em Porto Seguro (BA). Crédito: Ascom/MCTI
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Publicação lançada na 68ª Reunião da SBPC também aponta aumento de 379% de mestres. "Desenvolvimento é baseado em conhecimento. Esse é o segredo. E é isso o que a pesquisa está mostrando", diz diretor do CGEE.
s títulos de mestrado e doutorado no Brasil aumentaram 379% e 486%, respectivamente, entre 1996 e 2014. No mesmo período, o número de programas de pós-graduação cresceu três vezes. Os dados estão na publicação "Mestres e Doutores 2015: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira", apresentada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) nesta terça-feira (5), durante a 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Porto Seguro (BA).
O estudo do CGEE revela ainda que novos cursos de pós-graduação foram criados em diversas regiões do Brasil. Se, em 1996, os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro formaram 58,8% dos mestres e 83,4% dos doutores no Brasil, em 2014, esses números caíram para 36,6% e 49,5%, respectivamente.
O diretor do CGEE, Antonio Carlos Filgueira Galvão, explicou que a pulverização dos programas de mestrado e doutorado criou as condições necessárias para o desenvolvimento de outras regiões do país. Segundo ele, quanto maior a maior geração de conhecimento, maior o potencial de geração de riquezas para o país.
"Quando você muda isso, muda a qualidade dos empregos das pessoas, porque eles vão fazer tarefas mais complexas, vão ter atividades e empreendimentos de maior densidade técnico-científica, que remuneram melhor, que pagam melhores salários. Todo o processo de desenvolvimento real é baseado em conhecimento. Esse é o grande segredo. E é isso o que a pesquisa está mostrando", destacou.
A publicação do CGEE mostra ainda a dinâmica do emprego formal dos pós-graduados por seis anos consecutivos. Os dados apontam grande absorção dessa mão de obra pelo mercado de trabalho brasileiro. Entre 2009 e 2014, o total de mestres empregados foi de 66%, enquanto o de doutores foi de 75%, ou seja, bem acima da taxa de 53% de ocupação da população, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).
O estudo foi feito a partir das bases de dados do Ministério do Trabalho, Coleta Capes e Plataforma Sucupira.
Pode melhorar
Ainda que o estudo do CGEE aponte um importante avanço na formação de pós-graduados, o Brasil tem baixo percentual de doutores em relação à população. O país aparece como antepenúltimo no ranking de 37 países sobre o tema elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). São apenas 7,6 doutores para cada grupo de cem mil habitantes. Apenas México (4,2) e Chile (3,4) tiveram desempenho inferior.
"Os dados da pesquisa mostram que o Brasil está avançando, mas ainda estamos muito aquém do que é necessário, por conta da posição econômica do país. Deveríamos ter 30 ou 40 doutores para cada cem mil habitantes", observou a presidente da SBPC, Helena Nader.
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