sexta-feira, 29 de julho de 2016

Lei do Fio Terra completa 10 anos, mas descargas atmosféricas ainda provocam mortes dentro de casa

MCTIC
28 de julho de 2016



Trinta pessoas morrem por ano em consequência das descargas atmosféricas dentro de casa. Segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ELAT/INPE), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o setor agropecuário registra o maior número de vítimas de raios: 25% dos casos. Isso ocorre porque as atividades são realizadas a céu aberto. Mas os acidentes dentro de casa vêm logo em seguida, causando 19% das mortes por descargas atmosféricas no país. A adoção do fio terra nas residências pode mudar essa realidade.

O sistema de aterramento consiste em uma viga cravada na terra que é conectada a um fio. Ele diminui a variação de tensão de uma rede elétrica, elimina as fugas de energia e protege as pessoas de um eventual choque elétrico. Este sistema é obrigatório há dez anos, como determina a Lei 11.337. Quando bem feito, o aterramento também protege das descargas atmosféricas.

"Uma descarga atmosférica, quando ocorre, por exemplo, em um prédio, gera um aumento da eletricidade em toda a fiação do prédio. Isso acaba provocando a queima de equipamentos ligados à rede elétrica, assim como uma fatalidade, se a pessoa estiver encostada em um equipamento ou muito próxima a uma tomada. O fio terra faz com que a maior parte das  correntes induzidas pelo raio se dirija à terra", explicou o coordenador do ELAT, Osmar Pinto Jr.

Embora esteja em vigor há dez anos, a lei que obriga o aterramento nas edificações do país ainda não foi regulamentada, o que dificulta a fiscalização. Mas os especialistas chamam a atenção para a importância da instalação do fio terra uma vez que as consequências de uma descarga elétrica podem ser muito sérias. Há casos de queimaduras, coagulação do sangue, contração muscular e até parada cardiovascular.

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