O Vale
Xandu Alves
17 de julho de 2016
Equipe de São José dos Campos que sonha em construir um veículo espacial e viajar novamente. |
A viagem de 384 mil quilômetros entre a Terra e o seu satélite natural é o desafio que pode transformar em celebridade mundial equipe de cientistas brasileiros. Eles competem na Lunar X Prize, desafio internacional que oferece até US$ 30 milhões a quem primeiro levar um veículo não tripulado privado à Lua --90% dos custos têm que ser pagos por empresas privadas.
A corrida é patrocinada pelo Google e pela X Prize Foundation, uma organização sem fins lucrativos de estímulo à inovação.
Brasil - SPACEMETA é o nome da equipe brasileira. Ela é liderada pelo empresário do setor de tecnologia Sérgio Cabral Cavalcanti, que estuda instalar unidade em São José para construir o veículo espacial.
"Agora estamos estudando o local para a fabricação e São José é um forte candidato", diz Cavalcanti, que tem formação em engenharia, matemática, física, química, informática e biomedicina, além de ser fascinado pela exploração espacial.
A equipe brasileira conta com cerca de 70 colaboradores de universidades e institutos científicos, muitos deles ligados ao INPE (Instituto Nacional de Estudos Espaciais) e ao ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), ambos de São José.
"A SPACEMETA tem gente do Brasil inteiro no projeto, muita gente de universidade. Tem muita gente da equipe relacionada ao ITA e ao INPE", confirma Cavalcanti.
A experiência é fundamental para resolver os desafios da competição, idealizada em 2007 e que sofreu três alterações na data final: de 2012 para 2017. De 29 empresas inscritas no início, de 14 países, sobraram 16 equipes de 11 países --três times são considerados internacionais.
Tarefas - Todos eles têm que enviar um veículo ao espaço, pousar na Lua e percorrer ao menos 500 metros no solo lunar. Há testes a serem feitos no satélite, além de o pouso ter que ser transmitido ao vivo.
"A expectativa de audiência dessa cena é de 1 bilhão de pessoas, da primeira missão privada da humanidade à Lua", afirma Cavalcanti.
Segundo ele, o projeto brasileiro começou do zero e traz novidades, como uso de etanol no foguete que só será lançado a 80 km do chão. "O nosso lançamento não é previsto para ser lançado da superfície da Terra, mas será levantado. Ou de balão ou de um avião, de uma base no Brasil, perto do Equador", diz ele.
Os três robôs têm o formato esférico, de bola, e se locomoverão sem a necessidade de combustível. Molas se comprimirão e expandirão com a variação de temperatura, permitindo aos robôs darem saltos.
Processador é o Cérebro da 'SPACEMETA'
Satélite natural do Planeta Terra poderá ser visitada novamente pelo homem. Foto: Ricardo Stuckert |
A equipe brasileira que disputará o Lunar X Prize conta com apoio financeiro da Intel, que também se envolveu no projeto. Processadores da empresa serão utilizados como "cérebro" dos robôs da SPACEMETA na Lua, com baixo consumo de energia.
Explica o líder da equipe, Sergio Cabral Cavalcanti: "O cérebro dos robôs precisa de energia, mas como foi criado com processadores da Intel, que têm consumo baixo, alguns painéis solares serão suficientes para manter em constante atividade".
Em vídeo divulgado na internet, Max Leite, diretor de Inovação da Intel, diz que a experiência mostrará como a tecnologia da empresa poderá ser impactante. "Fomos os primeiros a acreditar nessa empreitada e com aporte financeiro para eles entrarem no concurso".
Além de disputar o prêmio de até US$ 30 milhões, vencer a competição trará benefícios para o setor espacial brasileiro, segundo Cavalcanti. "As empresas vão trazer grandes inovações para o setor".
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