MCTIC
12 de julho
Prata retorna à secretaria que comandou entre os anos de 2012 e 2014. Ele também foi secretário-executivo do ministério entre 2014 e 2015. Crédito: Ascom/MCTIC
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Nomeado secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da pasta, o pesquisador Alvaro Prata afirma que o país deve investir em ciência e tecnologia para acelerar o desenvolvimento econômico do Brasil.
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) tem o papel de promover as áreas estratégicas e aproximar o setor industrial do conhecimento científico para estimular o desenvolvimento tecnológico e a inovação. A avaliação é do pesquisador Alvaro Prata, nomeado secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação nesta terça-feira (12). Segundo ele, a principal preocupação, neste momento, é retomar os investimentos e garantir às empresas segurança para investir em pesquisa e desenvolvimento.
"O setor industrial precisa ter essa segurança, essa garantia de que poderá investir em inovação e de que esse investimento vai ser bem recebido pelo Estado brasileiro. Nós temos aumentado o número de empresas que fazem uso da Lei do Bem, mas o nosso objetivo é aumentar mais ainda o contingente de empresas que inovam", disse Prata, em entrevista ao Portal MCTIC.
Ele alerta, no entanto, que, antes de pensar em novos programas e formatos, é preciso consolidar as boas ideias que estão em curso.
Engenheiro mecânico e professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Alvaro Prata retorna à secretaria que comandou entre 2012 e 2014. Ele também foi secretário-executivo do ministério entre 2014 e 2015.
MCTIC: Como o senhor vê a incorporação do Ministério das Comunicações ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação?
Alvaro Prata: Eu enxergo continuidade nas ações e na importância do antigo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação será fortalecida com a junção dos ministérios. Ela é o braço do ministério que promove o desenvolvimento tecnológico, sobretudo aquele que leva à inovação, que interage com o setor empresarial. Essa ponte entre o conhecimento científico e a tradução desse conhecimento em recursos, benefícios, desenvolvimento social e econômico encontram-se ao cargo desta secretaria.
Temos uma série de programas que seguem sendo implementados. A secretaria deve aumentar e se fortalecer incorporando algumas atividades que estavam em outras áreas. O ministério é composto por profissionais muito qualificados. Os programas são muito consistentes e bem elaborados. Então, a perspectiva de que a gente possa fazer um bom trabalho é muito grande.
Temos uma série de programas que seguem sendo implementados. A secretaria deve aumentar e se fortalecer incorporando algumas atividades que estavam em outras áreas. O ministério é composto por profissionais muito qualificados. Os programas são muito consistentes e bem elaborados. Então, a perspectiva de que a gente possa fazer um bom trabalho é muito grande.
MCTIC: Aumentar a inovação no Brasil ainda é um desafio?
Alvaro Prata: Sim. É um desafio grande, porque o Brasil não é competitivo do ponto de vista tecnológico. Em algumas áreas, sim, mas não de uma maneira geral. Proporcionalmente à grandeza do país e à economia, a ciência que o Brasil faz é de altíssimo nível, mas nós ainda não conseguimos converter essa ciência em benefício tecnológico de uma maneira ampliada.
É claro que o país faz isso muito bem na agropecuária e em alguns outros setores. Por exemplo, temos a Embraer e outras empresas muito competitivas em nível internacional, e toda a nossa qualificação do ponto de vista da exploração do petróleo em águas profundas. Mas o que queremos é que isso seja ampliado, de maneira que possa promover o desenvolvimento econômico e social.
É claro que o país faz isso muito bem na agropecuária e em alguns outros setores. Por exemplo, temos a Embraer e outras empresas muito competitivas em nível internacional, e toda a nossa qualificação do ponto de vista da exploração do petróleo em águas profundas. Mas o que queremos é que isso seja ampliado, de maneira que possa promover o desenvolvimento econômico e social.
MCTIC: O senhor comandou a secretaria por dois anos, entre 2012 e 2014. Pode falar um pouco desse período e dos avanços dos últimos anos?
Alvaro Prata: Penso que nós temos feito aquilo que precisa ser feito para que possamos nos tornar um país competitivo. Por ser um país muito grande, o Brasil precisa ter ramificações e capilaridades nas iniciativas. Se compararmos o cenário de hoje com 20 anos atrás, vemos que avançamos muito. Observe que todos os estados, exceto por um ou outro, têm uma fundação de amparo à pesquisa (FAPs) que é atuante e tem recursos próprios para investir no desenvolvimento tecnológico e na inovação. Nós temos várias instituições que promovem a inovação, como as nossas incubadoras, os parques tecnológicos, que tem promovido de maneira muito efetiva o desenvolvimento. Nossas indústrias inovam cada vez mais. Temos um movimento muito forte em prol do empreendedorismo inovador, da criação de startups, temos conseguido captar recursos para que os investidores invistam em empresas de base tecnológica, e isso começara a dar resultados.
MCTIC: O que o MCTIC pode fazer para que empresas, academia e governos inovem mais?
Alvaro Prata: O MCTIC tem vários braços, seja através das suas unidades de pesquisa, empresas e organizações sociais. O Sisnano [Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia] é uma iniciativa brasileira onde nós montamos uma rede de laboratórios que atua próxima ao setor industrial causando impactos significativos do ponto de vista do desenvolvimento tecnológico e da inovação. Esse é o papel do ministério: promover áreas estratégicas e facilitar a aproximação entre o conhecimento científico e o setor industrial para que haja desenvolvimento tecnológico e inovação.
MCTIC: Qual é a principal preocupação neste momento?
Alvaro Prata: Retomar os investimentos. Temos implantado vários programas e precisamos consolidá-los. Muitos dos nossos programas ainda não atingiram sua maturidade. Recentemente, criamos os INCTs [Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia] que funcionaram com 126 institutos.
Chegou o momento de renovarmos os institutos e abrirmos para um leque maior de instituições que possam se credenciar. Houve edital, fizemos seleção que aumentou o número de instituições que se candidataram com novos institutos, mas nesse momento não conseguimos implementar asegunda fase desse programa exatamente pelas restrições orçamentárias que estamos vivendo.
Esse é um programa de muito sucesso que precisa ser consolidado. E temos muitos outros, como a Embrapii, que tem impacto muito grande, credenciando novas unidades, mas tem ainda um longo caminho para que possa fazer no setor industrial aquilo que a Embrapa fez no setor agropecuário. É um programa muito original pela maneira de atuar com as empresas para promover a inovação e precisa ser fortalecido para que possamos fazer mais projetos tecnológicos e impactar outros setores. Neste momento, antes de pensarmos em novos programas e formatos, precisamos consolidar as boas ideias que estão em curso, e são várias.
Chegou o momento de renovarmos os institutos e abrirmos para um leque maior de instituições que possam se credenciar. Houve edital, fizemos seleção que aumentou o número de instituições que se candidataram com novos institutos, mas nesse momento não conseguimos implementar asegunda fase desse programa exatamente pelas restrições orçamentárias que estamos vivendo.
Esse é um programa de muito sucesso que precisa ser consolidado. E temos muitos outros, como a Embrapii, que tem impacto muito grande, credenciando novas unidades, mas tem ainda um longo caminho para que possa fazer no setor industrial aquilo que a Embrapa fez no setor agropecuário. É um programa muito original pela maneira de atuar com as empresas para promover a inovação e precisa ser fortalecido para que possamos fazer mais projetos tecnológicos e impactar outros setores. Neste momento, antes de pensarmos em novos programas e formatos, precisamos consolidar as boas ideias que estão em curso, e são várias.
MCTIC: O que precisa para que as empresas invistam mais em pesquisa e desenvolvimento?
Alvaro Prata: Um dos nossos objetivos é dar mais segurança às empresas para que elas aumentem o investimento em pesquisa e desenvolvimento e façam mais uso dos benefícios e programas criados pelo governo federal. O setor industrial precisa ter essa segurança, essa garantia de que poderá investir em inovação e de que esse investimento vai ser bem reconhecido pelo Estado brasileiro.
Nós temos aumentado o número de empresas que fazem uso da Lei do Bem, mas o nosso objetivo é aumentar mais ainda o contingente de empresas que inovam. Vivemos um momento de restrições orçamentárias, mas é nesses momentos de maior dificuldade que o desenvolvimento científico e o conhecimento tecnológico vêm em benefício do desenvolvimento econômico. Nossa preocupação é fortalecer essas políticas da secretaria e irrigar o sistema que contempla uma série de ações.
Nós temos aumentado o número de empresas que fazem uso da Lei do Bem, mas o nosso objetivo é aumentar mais ainda o contingente de empresas que inovam. Vivemos um momento de restrições orçamentárias, mas é nesses momentos de maior dificuldade que o desenvolvimento científico e o conhecimento tecnológico vêm em benefício do desenvolvimento econômico. Nossa preocupação é fortalecer essas políticas da secretaria e irrigar o sistema que contempla uma série de ações.
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