sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Fracassa lançamento de satélite do Irã

AFP, via UOL
15 de janeiro de 2019

(Arquivo) Imagem publicada pelo Ministério iraniano da Defesa em 27 de julho de 2017 mostra foguete Simorgh para colocar satélites em órbita - Ministerio de Defensa de Irán/AFP/Arquivos


O Irã não conseguiu pôr em órbita, nesta terça-feira (15), um satélite lançado apesar das críticas dos Estados Unidos - informou o ministro das Telecomunicações, Mohamad Javad Azari Jahromi, em entrevista à televisão estatal.

"O satélite Payam foi lançado com sucesso esta manhã com o foguete Basir. Mas, infelizmente, o satélite não pôde ser posto em órbita na última fase", declarou o ministro Azari Jahromi.

O satélite não alcançou "a velocidade necessária" e se soltou na terceira fase, acrescentou o ministro, que disse, na segunda-feira, que o Payam giraria ao redor da Terra a cerca de 600 quilômetros de altitude.

Segundo o ministro das Telecomunicações, além do Payam, contam com o satélite "Doosti", que será dedicado à agricultura.

Ontem, o Irã anunciou que Payam e Doosti foram fabricados na Universidade de Tecnologia Amirkabir de Teerã. Sua função é coletar dados sobre o meio ambiente no país.

Em 3 de janeiro, os Estados Unidos pediram ao Irã que renunciasse ao disparo de foguetes previsto em seu programa espacial, classificando a medida como "provocação".

Washington adotou sanções econômicas draconianas contra o Irã, após ter-se retirado, em 2018, do acordo sobre o programa nuclear iraniano firmado anos atrás com as grandes potências.

Teerã garante que suas atividades espaciais não constituem uma violação da resolução da ONU, já que "o satélite faz parte de um projeto civil com objetivos puramente científicos".

Carlos Moura é nomeado presidente da Agência Espacial Brasileira

AEB
17 de janeiro de 2019



O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o astronauta Marcos Pontes, nomeou na última terça-feira (15.01), em edição extraordinária do DOU, o engenheiro Carlos Augusto Teixeira de Moura como presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Graduado em Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica e Mestre em Ciências, área de informática (engenharia de software) pelo Instituto Tecnológico Aeronáutico (ITA), Carlos Moura tem experiência em projetos aeroportuários e de centros de lançamento espacial, desenvolvimento, qualificação e operação de sistemas computadorizados de aplicação crítica.

Desde 1985, o novo presidente da AEB atua no segmento espacial com destaque para implantação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA-MA), desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS), operações de lançamento e rastreio espaciais, operações de intercomparação de sondas com a Organização Mundial de Meteorologia.

Carlos Moura também tem experiência em desenvolvimento do Plano Diretor para o CEA (Infraero), projeto e implantação do Complexo Terrestre do Cyclone-4 e concepção e planejamento de sistemas espaciais no âmbito do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE).

Junto à AEB, atuou em diversas atividades de cooperação, como estudos prospectivos com organizações internacionais para utilização do CLA, desenvolvimento de regulamentos de segurança espacial, desenvolvimento e implantação de infraestrutura geral do CLA, programas de certificação e licenciamento espacial. Desde o início de 2017, atua, em conjunto com representantes de outros órgãos, em diversos Grupos Técnicos do Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro (CDPEB).

O engenheiro fez carreira na Força Aérea Brasileira (FAB), de março de 1973 a setembro de 2008, deixando a FAB como Coronel Engenheiro. Atuou novamente na área de Ciência, Tecnologia, Inovação e Offset do Estado-Maior da Aeronáutica, de abril de 2016 a fevereiro de 2018. Desde março de 2018, trabalhava como Analista da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), encarregada do PESE.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Decreto de Bolsonaro estende por mais um ano CDPEB

DOU
16 de janeiro de 2018



DECRETO Nº 9.686, DE 15 DE JANEIRO DE 2019
Altera o Decreto nº 9.279, de 6 de fevereiro de 2018, que cria o Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,caput, inciso VI, alínea "a", da Constituição,
D E C R E T A:
Art. 1º O Decreto nº 9.279, de 6 de fevereiro de 2018, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 8º Os trabalhos do CDPEB serão concluídos até o dia 4 de fevereiro de 2020." (NR)
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 15 de janeiro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Terraplanistas fretam cruzeiro para ir até a beirada da Terra

El País
13 de janeiro de 2019



A Conferência Internacional da Terra Plana (FEIC, na sigla em inglês) decidiu fretar um navio de cruzeiro no ano que vem com o absurdo propósito de chegar aos limites da Terra. Segundo uma parte dos seguidores desta corrente, que defende que a Terra não é esférica, o planeta acaba num muro de gelo que nos separa do espaço exterior, aonde pretendem chegar nesse cruzeiro. Será “a maior, mais audaz e melhor aventura já feita”, alardeia o site da organização .


A FEIC anunciou o projeto em sua conferência anual, conforme noticiou o jornal britânico The Guardian. O ex-capitão naval Henk Keijer lembrou a esse jornal que todas as cartas náuticas e os sistemas de navegação foram desenvolvidos sob a premissa de que a Terra é esférica, a que navegação desse cruzeiro deverá ser “muito complicada” se a tripulação discordar disso.

“Os navios navegam baseando-se no princípio de que a Terra é redonda. As cartas náuticas são desenhadas com isso em mente: que a Terra é redonda”, recorda o ex-capitão, acrescentando que os navios usam “um moderno sistema de navegação que se chama ECDIS, que proporciona uma grande melhora na segurança da navegação”. A própria existência do GPS é outra prova de que a Terra é esférica, indica Keijer, já que o sistema se baseia em 24 satélites que orbitam a Terra. “Se fosse plana, três satélites seriam suficientes para proporcionar os dados”, argumenta.

Existem várias teorias entre os que acreditam que a Terra é plana, embora a principal, apresentada após “uma extensa experimentação, análise e investigação”, diz que a Terra é um disco gigante, com o polo norte no centro e rodeado de “um paredão de gelo: a Antártida”, segundo a sociedade terraplanista.

“Até onde sabemos, ninguém conseguiu ir muito além do muro de gelo e voltou para contar. O que sabemos é que ele cerca a Terra, serve para conter os oceanos e ajuda a nos proteger do que possa haver além dele”, assegura a Flatpedia, a Wikipedia dos terraplanistas.

Os organizadores do cruzeiro advertem, portanto, que não garantem chegar ao muro, mas asseguram que os viajantes encontrarão “evidências” suficientes para dar a viagem como proveitosa. Além de navegar na beira do precipício, os terraplanistas poderão desfrutar de restaurantes e piscinas de ondas aptas para a prática do surfe. Não foi informado o custo de fretar o cruzeiro nem os preços dos camarotes. Questionada a respeito pelo The Guardian, a FEIC não respondeu.

Para começar, a organização terá que encontrar uma tripulação que não acredite que a terra é esférica, uma missão altamente complicada, segundo Keijer. “Naveguei dois milhões de milhas, mais ou menos, e nunca encontrei um capitão de navio que acreditasse que a Terra é plana”, diz, do alto de seus 23 anos de experiência nos lemes.

Nos fóruns terraplanistas já foram publicadas fotos que “demonstram a existência desse muro”. Na verdade, são grandes lâminas de gelo ártico que, ao se desprenderem de forma cada vez mais frequente devido ao aquecimento global, deixam grandes cortes verticais que se assemelham a muralhas.

A Sociedade da Terra Plana afirma que “as agências espaciais do mundo” conspiraram para falsificar “a viagem espacial e a exploração”. “Provavelmente começou durante a Guerra Fria. A URSS e os Estados Unidos estavam obcecados em serem os melhores quanto a chegarem ao espaço, a tal ponto que cada um fingia seus feitos numa tentativa de seguir o ritmo dos supostos feitos do rival”, afirmam.

Tropeço de Bolsonaro sobre base dos EUA pode atingir Programa Espacial Brasileiro

Politicando - O Globo, via Brazilian Space
Roberto Maltchik
11 de janeiro de 2019


Bolsonaro em entrevista ao SBT.

Pegou mal entre negociadores brasileiros, que trabalham por um acordo com os EUA na área espacial, a declaração de Jair Bolsonaro sobre possível instalação de uma base militar americana em solo nacional.

O presidente já recuou: disse que foi mal compreendido e que o país não receberá uma base dos EUA. Ocorre que, na diplomacia e no Congresso, um dos argumentos mais pesados contra a relação BRASIL-EUA na área espacial aponta para os interesses militares dos EUA na América Latina.

Por anos, setores do Itamaraty e a indústria interessada na aproximação entre os dois países trabalham para acabar com a ideia – hoje em dia, bastante equivocada – de que o acordo espacial é a porta de entrada dos americanos no território brasileiro.

A fala de Bolsonaro realimenta teorias conspiratórias. E pode servir de argumento, especialmente para bancada do PT, contra um acordo com os EUA para o desenvolvimento do programa espacial. Este acordo trata da preservação da tecnologia estrangeira embarcada em satélites e foguetes, o chamado Acordo de Salvaguardas Tecnológicas.

A base americana certamente não esta no horizonte. Mas o tropeço verbal de Bolsonaro voltará a aparecer no noticiário quando o governo estiver negociando a aprovação do agreement no Congresso.


Fonte: Blog Politicando - O GLOBO - 11/01/2019 -https://blogs.oglobo.globo.com/politicando

Acordo com EUA para uso da base de Alcântara 'está bem adiantado', diz ministro

Folha de SP
Gustavo Uribe , Rubens Valente e Thais Bilenky
11 de janeiro de 2019

O presidente Jair Bolsonaro, participa da solenidade de posse do novo comandante do exército. O atual comandante general Eduardo Villas Bôas (esq.) passa o comando ao general Edson Leal Pujol; ministros de Estado como Marcos Pontes (ao centro, atrás), participaram da cerimônia. - Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
BRASÍLIA - O ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, disse nesta sexta-feira (11) que o acordo com os Estados Unidos para uso do CLA (Centro de Lançamentos de Alcântara), no Maranhão, "está bem adiantado" e terá salvaguardas que respeitarão "cem por cento" a soberania nacional. As declarações foram dadas à imprensa logo após a cerimônia de posse do novo comandante do Exército, Edson Pujol, no Clube do Exército, em Brasília.

O acordo do Brasil com os EUA para uso do CLA é considerado por setores da FAB (Força Aérea Brasileira) como importante impulso para um programa espacial brasileiro que consiga colocar satélites em órbita, técnica hoje dominada por um clube restrito de não mais que dez países.

A FAB quer comercializar bases de lançamento de satélites para países estrangeiros. A atividade seria comparável à com um aeroporto que negocia "slots aeroportuários", ou vagas, para decolagem de aviões. A Força estima que poderiaarrecadar R$ 140 milhões por ano apenas com as taxas de lançamento de satélite.

O plano prevê a criação de uma empresa pública, a Alada, a um custo inicial de R$ 1 milhão, que teria maior agilidade para fechar contratos com estrangeiros, arrecadar taxas e reinvestir o valor no programa espacial, reduzindo a burocracia e contornando a lei de licitações. 


Brasil e EUA viveram momentos de maior ou menor tensão ao longo de décadas em torno do programa espacial brasileiro. Telegramas diplomáticos tornados públicos mostram que os americanos pressionaram países e empresas a dificultar o desenvolvimento do programa brasileiro.

Em 2003, no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil rechaçou um acordo que havia sido discutido previamente entre EUA e o governo de Fernando Henrique Cardoso pelo qual os norte-americanos teriam áreas de livre trânsito em Alcântara, fora do acesso das autoridades brasileiras. Aspectos como esse, no entender dos críticos do acordo, afetavam a soberania nacional.

Centro de Lançamento de Alcântara  -
Jonhsons Barros/Agência Força Aérea Brasileira


Nós temos o acordo de salvaguardas sendo trabalhado com os Estados Unidos. Isso está bem adiantado. Não tem ainda uma expectativa de data para terminar, mas está bem adiantado. Esse acordo vai ser importante para dar prosseguimento na operacionalização do Centro", disse o ministro Pontes nesta sexta-feira.
O acordo ainda deverá ser aprovado pelo Congresso Nacional. Indagado pela Folha se a soberania nacional será resguardada, o ministro disse que sim: "Cem por cento. Nos termos do acordo. [Os termos] serão divulgados no momento em que for assinado".

O ministro também elogiou a venda da parte brasileira da Embraer para a americana Boeing. "Ele [acordo] preserva o que nos interessa aos países, foi estudado profundamente, outras equipes têm acompanhado. Acredito que vai ser uma ótima oportunidade para o país, preservando tudo o que nós precisamos preservar [...] nossa tecnologia, as empresas terão muitas possibilidades e oportunidades com a Embraer", disse o ministro.

Pontes comentou ainda que inserir ciência e tecnologia no currículo das escolas "é um dos nossos principais projetos no momento".
"As pessoas até falam que eu sou meio obcecado por educação, o que é verdade. A ideia é levar ciência e tecnologia para a educação, [nos níveis] fundamental, técnico e médio. Isso vai ser feito em parceria com o Ministério da Educação. Isso significa levar robótica, astronomia, aprendizagem por projetos. A importância disso é motivar jovens para as carreiras de ciência e tecnologia e também mostrar a importância da ciência e tecnologia desde pequenininho. A ciência e a tecnologia são estratégicas para o país", disse Pontes.

O ministro viajará no final do mês para Israel. Segundo ele, haverá conversas sobre "inovações" científicas, visitas a "centros de inovações que eles têm, museus interativos".

Outro tema, segundo ele, serão as técnicas de dessalinização. Em dezembro, o então presidente eleito Jair Bolsonaro disse que esse tipo de técnica poderia ser usada para conter a seca no nordeste brasileiro. No dia 29 de janeiro, Pontes participará de uma homenagem ao astronauta israelense Ilan Ramon, que morreu em 2003 no acidente com a nave espacial Columbia.

"[Ramon] foi o primeiro astronauta israelense, ele era da minha turma na Nasa e faleceu no acidente da Columbia. Então eu vou estar lá também nesse dia para prestar uma homenagem a ele", disse o ministro.