quarta-feira, 20 de julho de 2016

Balão de gás desenvolvido pelo Instituto Mamirauá levará internet até áreas remotas na Amazônia

Fonte: Instituto Mamirauá, via MCTIC
20 de julho de 2016

Primeiros testes do equipamento foram feitos na sede do Instituto Mamirauá, em Tefé (AM). 
Crédito: Divulgação/Instituto Mamirauá

Projetos Artes consiste em um balão de gás hélio que replica sinal enviado por uma antena. Aplicações envolvem transmissão de dados de pesquisa no coração da floresta amazônica e inclusão digital de comunidades ribeirinhas.

Um dos principais desafios para as expedições de pesquisa em unidades de conservação no Amazonas é o acesso à comunicação para a transmissão de dados obtidos durante a coleta de  material científico. Essa é uma realidade que os pesquisadores do Instituto Mamirauá, organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), enfrentam rotineiramente. Mas ela pode mudar com o projeto Aeróstato Remoto de Telecomunicação e Sensoriamento (Artes).

Os testes conduzidos na sede do instituto, em Tefé (AM), demonstram que a tecnologia é eficaz para a transmissão de sinais de comunicação. O Artes é executado pelo Mamirauá, o Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI) – também vinculado ao MCTIC – e a empresa Ômega Aerossystems. A iniciativa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

O modelo é composto por um balão suspenso com gás hélio, que possui uma base acoplada com equipamentos, como uma antena de recepção de sinal. O balão pode ser instalado em qualquer localidade próxima a uma torre de transmissão de sinal de internet. O equipamento recebe o sinal e o redistribui para uma área de cerca de 400 metros de diâmetro. Durante os testes, o Artes alcançou 150 metros de altura, o que garantiu a redistribuição de sinal para a área abaixo da bexiga.

"O modelo é um intenso apoio para prover conexão e facilidade de acesso à comunicação, via internet ou telefonia, para as unidades itinerantes do Instituto, em locais onde não existe conexão disponível. Então, para todos esses grupos que vão a esses pontos remotos em comunidades ribeirinhas ou realizando ações dentro da floresta o modelo pode ser um ponto de apoio", afirmou o coordenador de Tecnologia da Informação do Instituto Mamirauá, Francisco Freitas Júnior.

Com a validação, o próximo passo é construir uma versão piloto do modelo para aplicação. O projeto Artes poderia ser implantado em ações como projetos temporários itinerantes e para inclusão digital em comunidades ribeirinhas. Além disso, poderia ser utilizado no monitoramento, com a instalação de sensores no chão da floresta ou o envio de informações das armadilhas fotográficas utilizadas em pesquisas científicas.

Condições

As dificuldades de comunicação na região são comuns por conta da falta de energia elétrica nas comunidades isoladas da Amazônia. Para o funcionamento do Artes, é necessária a instalação de uma estrutura básica de energia solar fotovoltaica, que garante a alimentação elétrica dos equipamentos.

Francisco Freitas Júnior destacou que o balão é uma alternativa à instalação de torres de transmissão. "Para instalar uma torre, que ocupa um espaço muito grande, precisa de uma interferência na paisagem, de abrir uma clareira na floresta, um grande esforço de equipe para instalação e alto custo de manutenção. 

O balão pode receber daquele ponto mais distante e redistribuir o sinal guarda-chuva para prover internet para uma expedição de campo ou para uma pequena comunidade, e coletar dados de sensores instalados na floresta. São muitas aplicações", destacou.

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