MCTIC
11 de outubro de 2016
Pesquisador Mário Fittipaldi ajusta um dos 11 relógios atômicos que o Observatório Nacional mantém no país.Crédito: ON |
Segundo o ON, responsável pela Hora Legal Brasileira desde 1850, a mudança não gera problemas, ao contrário do fenômeno "Leap second", que exige ajuste de 1 segundo nos relógios no último dia do ano.
O horário de verão começa neste domingo (16), quando os relógios deverão ser adiantados em uma hora nos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. À meia- noite do dia 15 (zero hora do dia 16), o relógio deverá passar para 1h e este dia terá uma hora a menos. O Observatório Nacional (ON), uma instituição de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), é responsável, no Brasil, pela conservação, geração e disseminação da hora legal.
"No horário de verão, nós fazemos uma programação dos equipamentos da Divisão Serviço da Hora (DSHO) do Observatório Nacional. É uma mudança automática, e ficamos sempre acompanhando para ver se vai acontecer tudo certo com o computador industrial que realiza o serviço da hora oficial do país", explica o chefe da divisão, Mário Fittipaldi.
Desde 1850, o Observatório Nacional tem esta responsabilidade: preservar, disseminar e dar manutenção da Hora Legal Brasileira (HLB). "Mantemos em funcionamento contínuo os 11 relógios atômicos. Temos nove instalados no Rio de Janeiro, um no prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, outro no Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR [NICBR], localizado em são Paulo, e mais um em datacenter também no Rio de Janeiro. Esses relógios fazem parte da nossa rede de modo a garantir os serviços de hora. O observatório mantém sob guarda os padrões da hora e a conserva através de escala de tempo a partir do conjunto de relógios", informa.
Com o horário de verão ajustado à capital federal, o leste do Amazonas e os estados de Roraima e Rondônia ficam com duas horas a menos em relação ao horário de Brasília, enquanto o Acre e oeste do Amazonas ficam com três horas a menos.
Conforme determina o Decreto 6.558, de 8 de setembro de 2008, o horário de verão é adotado "a partir de zero hora do terceiro domingo do mês de outubro de cada ano, até zero hora do terceiro domingo do mês de fevereiro do ano subsequente". Assim, ele terminará a zero hora do dia 19 de fevereiro de 2017. Criado com a finalidade de economizar energia durante os meses mais quentes do ano e cujos dias são mais longos, a medida foi adotada no Brasil pela primeira vez em 1931.
Ajuste de segundo
De acordo com Fittipaldi, a mudança provocada pelo horário de verão não costuma gerar problemas – o mesmo, no entanto, não ocorre com o fenômeno chamado "Leap second" (ou Segundo intercalado, na tradução do inglês). No dia 31 de dezembro, o Observatório Nacional fará o ajuste de um segundo para consertar uma pequena defasagem entre a velocidade de rotação da Terra e a hora oficial do planeta. Isso é o "Leap second". O último ajuste foi realizado no dia 30 de junho do ano passado.
"O Leap second consiste em acrescentar um segundo em todos os relógios atômicos do mundo. Quando a diferença entre o tempo solar acumula um segundo, temos que fazer o ajuste no relógio para ficar o mais próximo possível do tempo do Sol. No dia 31 de dezembro, todos os relógios atômicos do mundo ganharão um segundo a mais", afirma.
Segundo Fittipaldi, um erro nessa escala de segundo ou, simplesmente, deixar de ajustar os relógios do mundo pode gerar consequências desastrosas, afetando desde o uso da internet, a navegação marítima até o mercado financeiro. "Se não tomar os devidos cuidados pode causar muitos problemas para diversos setores. Por exemplo, temos serviços de sincronismos certificados.
A hora tem rastreabilidade com a do Observatório Nacional. Se nesse período de inconsistência da hora em um segundo alguém fizer uma transação eletrônica e tiver variação de segundo, o banco e o usuário poderão ter problemas no registro da transação", diz.
De tempos em tempos, um segundo é acrescido à hora legal do planeta. Isso é provocado por variações no acúmulo dos dias, alterações na velocidade de rotação da Terra, efeitos gravitacionais do Sol, da Lua e planetas, terremotos, deslocamentos de massas de terra, entre outros fenômenos.
Relógio atômico
Desde 1967, a definição internacional do tempo baseia-se num relógio atômico, assim como os relógios, satélites e aparelhos de última geração. O equipamento é considerado o mais preciso já construído pelo homem. Seu funcionamento, como o próprio nome diz, depende do uso de átomo. No Brasil, os relógios atômicos utilizam átomos de Césio 133. "O césio tem a propriedade física de ser muito estável. É a estabilidade do padrão atômico que dá essa precisão e estabilidade ao relógio", explica Fittipaldi.
Para saber a hora certa, basta acessar esta página e clicar no link "acerte seu relógio". Também está disponível na internet a Rádio DSHO/ON.
Acessando a página, é possível escutar os enunciados de dez em dez segundos da Hora Legal Brasileira, de acordo com o respectivo fuso horário de cada região do território nacional.
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