MCTIC
18 de outubro de 2016
Unidade de enriquecimento de urânio da INB em Resende (RJ). Crédito: INB |
Contrato da estatal argentina com a INB soma US$ 4,5 milhões. É a primeira vez que o país exporta urânio enriquecido. Operação foi autorizada pela presidência da República na última sexta-feira (14).
O Brasil vai enviar para a Argentina 4 toneladas de pó de dióxido de urânio (UO2) para o abastecimento de um reator localizado na cidade de Lima, ao norte da capital Buenos Aires. É a primeira vez que o país exporta urânio enriquecido. A autorização foi dada pela Presidência da República na última sexta-feira (14). Pela carga, a empresta estatal Combustibles Nucleares Argentinos (Conuar) pagou US$ 4,5 milhões às Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. O contrato foi assinado em junho de 2016.
"Essa é a primeira exportação de urânio enriquecido no Brasil. Isso é um fato importante, porque coloca o Brasil num clube muito peculiar, que é o dos exportadores de urânio enriquecido. Isso é muito importante, dá uma relevância muito grande ao país e ao desenvolvimento tecnológico que nós atingimos", ressaltou o presidente da INB, João Carlos Tupinambá.
Segundo ele, toda a tecnologia utilizada no enriquecimento de urânio na fábrica da INB em Rezende (RJ) foi desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo. Tupinambá explicou que o urânio enriquecido pode ser em forma de gás (UF6) ou de dióxido de urânio (UO2). O Brasil importa UF6 enriquecido e natural para fazer o enriquecimento em Rezende.
"A parte de urânio que não é enriquecida no Brasil é feita por países como Alemanha, Inglaterra, Holanda e França. O nosso projeto para futuro é que a gente consiga fazer todo o enriquecimento no Brasil. Por isso, a gente já está pensando na segunda fase do projeto de enriquecimento de urânio, que daria conta do consumo da Angra 1,2 e 3. Esse é um projeto que se iniciaria em 2019", explicou.
O presidente da INB destacou que está quase fechada a negociação com a Argentina para uma nova exportação em 2017. "Nós temos uma proposta, e eles vão definir efetivamente até o final deste ano, para ser entregue no início do segundo semestre do ano que vem. Estamos muito esperançosos, porque as sinalizações são positivas. Então, a gente deve fechar mais um negócio."
"A Argentina é o parceiro preferencial, porque tem toda essa facilidade de você conseguir transportar pela via terrestre e também porque nós temos uma limitação na nossa capacidade de produção. Então, a princípio, a gente está pensando só em consolidar essa posição junto à Argentina, fazendo outras exportações. Esse é o nosso objetivo", acrescentou.
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