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3 de outubro de 2016
Foto: divulgação/MEC |
Ao saber que uma empresa norte-americana estava comercializando kits de satélites espaciais, junto com o serviço de lançamento, o professor de matemática Cândido Oswaldo Moura, da Escola Presidente Tancredo de Almeida Neves, de Ubatuba (SP), propôs a seus alunos do sexto ano do ensino fundamental construir o equipamento. Foi assim que teve início, em 2010, o Projeto UbatubaSat, que resultará no lançamento do satélite em janeiro de 2017, no Japão.
A trajetória do professor e de seus alunos é contada no filme Projeto UbatubaSat – Uma Jornada do Conhecimento, que será exibido pela primeira vez na televisão, no dia 6 de outubro, na TV Escola, às 11h, com reprise às 17h. A experiência foi registrada pela jornalista Daniela Gross. “A história é muito bacana, ver um professor tão entusiasmado, com vontade de fazer diferente, me entusiasmou também”, disse ela.
A escola recebeu patrocínio da Agência Espacial Brasileira (AEB), da prefeitura de Ubatuba e de uma construtora local, para pagar os custos de 8 mil dólares pelo equipamento. Após conseguir os patrocínios, o professor Cândido criou um grupo de professores que, junto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Agência Espacial Brasileira (AEB), começaram os trabalhos em 2010. Cerca de 300 alunos participaram, e 12 mais experientes trabalharam na construção. O projeto é inédito, pela idade dos estudantes envolvidos, e atraiu a atenção de instituições da Inglaterra, Estados Unidos e Japão.
Experimento – Para aprender a montar o satélite, os alunos que compõem o grupo passaram por cursos de solda com qualificação espacial e de eletrônica básica durante os últimos anos. Desde então, o projeto cientifico não parou de surpreender a todos. Londres, na Inglaterra, Chicago, nos Estados Unidos, e Nagoya, no Japão, foram lugares visitados pela equipe da escola.
A equipe promoveu um concurso para a rede pública de Ubatuba e uma jovem gravou uma mensagem que vai ser transmitida de órbita para a escola, em inglês e português. Mas o satélite também tem uma importante função – ou carga útil, como se diz tecnicamente: servir de ferramenta para um experimento do Inpe, que pretende estudar as chamadas bolhas de plasma da atmosfera, fenômeno ionosférico que compromete a captação de sinais de satélite e antenas parabólicas em países localizados na linha do Equador. São causadas pelas variações dos ciclos solares.
Expectativa – “Eles são considerados os jovens mais novos do mundo a ingressar na área espacial”, observa a jornalista Daniela Gross. Com isso a produtora do documentário garante que o projeto traz uma expectativa diferente para os estudantes de Ubatuba. O município do litoral de São Paulo é considerado uma cidade turística e de atividades de pesca.
O professor Cândido destaca que educar é formar pessoas para mudar o mundo. “Não consigo ver a escola de outro jeito, gosto de pegar na mão e ensinar a andar no mundo”, comenta o professor, ao defender que o convívio com a ciência e a tecnologia ajuda a enfrentar desafios. “Quando você constrói um satélite aos 11 anos, você consegue qualquer coisa, ninguém te segura”, garante.
E o projeto continua. Para registrar o lançamento, em janeiro de 2017, no Japão, já está em andamento a produção de um novo documentário – Projeto UbatubaSat – O Lançamento. Nele serão retratadas todas as incertezas e pressões que o grupo passou e passará pela operação, até que finalmente o satélite entre no espaço.
Visite a página da Escola Tancredo Neves, de Ubatuba
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