MCTIC
28 de outubro de 2016
A previsão é que, até dezembro, todos os equipamentos estarão instalados nos 3 contêineres que servirão de laboratórios para que a torre comece a operar efetivamente no início de 2017. O monitoramento do clima na Amazônia deve ser feito por um período de até 30 anos com a coleta de dados sobre a troca e o transporte de gases entre a floresta e a atmosfera.
Maior torre de estudos climáticos do mundo, o Observatório de Torre Alta da Amazônia (Atto, na sigla em inglês) começou a receber os equipamentos para monitorar a interação entre o clima da floresta amazônica e a atmosfera. Com 325 metros de altura, está localizada no meio da floresta, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, a 150 quilômetros em linha reta de Manaus (AM). A expectativa dos pesquisadores é que a torre monitore o clima na Amazônia por um período de 20 a 30 anos com a coleta de dados sobre os processos de troca e transporte de gases entre a floresta e a atmosfera.
De acordo com o gerente operacional da Torre Atto, Leonardo Ramos, até dezembro, todos os equipamentos devem estar instalados nos três contêineres que servirão de laboratórios para que a torre possa começar a operar efetivamente no início de 2017. De última geração, serão instalados equipamentos como o de telemetria, para a transferência de dados; anemômetros sônicos de alta tecnologia; analisadores de gás; sensores de radiação solar e meteorológicos.
"Equipamentos como os analisadores são sensíveis, alguns deles não podem ficar expostos à floresta, porque a umidade é uma grande inimiga dos equipamentos eletrônicos. Por isso, precisam ficar protegidos em contêineres na base da torre e em condições de temperatura e umidade controladas", explicou.
A torre
O complexo da Torre Atto é composto por mais duas torres de 80 metros cada, que, desde 2012, fazem as medições de aerossóis e gases atmosféricos e os parâmetros do tempo, como temperatura, vento e radiação solar em alta resolução. Parte do Programa de Grande Escala Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), foi desenvolvida numa parceria do Brasil com a Alemanha, um investimento de R$ 26 milhões, divididos entre os dois países.
"A partir do ano que vem, queremos começar várias medidas atmosféricas na torre principal e, para isso, é necessário instalar sistemas de tubulações, fixações, cabos e conexões na torre", explicou o pesquisador Stefan Wolff, gerente operacional pelo lado alemão.
Segundo ele, serão instalados instrumentos para captação do ar de várias alturas até o topo da torre. "As medidas vão representar as propriedades de uma grande área de milhares de quilômetros quadrados da floresta amazônica. Os transportes horizontais e verticais e a mistura de gases e partículas na atmosfera podem ser melhor analisados com estas pesquisas."
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