segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Força Aérea Brasileira busca novo modelo para exploração espacial

Portal Brasil
26 de outubro de 2016

No próximo mês será inaugurado em Gavião Peixoto (SP) o centro de desenvolvimento do Gripen NG, novo avião de caça da FAB

Proposta do Comando da Aeronáutica é investir em satélites ópticos e de observação da Terra de órbita baixa com lançador apropriado.

A necessidade de um novo conceito brasileiro para exploração da área espacial foi um dos assuntos na pauta do encontro do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, com o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (Mctic), Gilberto Kassab.

A reunião, realizada nesta terça feira (25), em Brasília, contou com a participação do Alto Comando da Aeronáutica, do secretário executivo e do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento da pasta, além de assessores do MCTIC.

"Começamos [o Programa Espacial Brasileiro] junto à Índia e China e estamos bem atrasados nesse assunto", afirmou o Comandante. Ele relata que, em recente visita à Índia, pôde constatar a diferença no nível de desenvolvimento entre os dois países nessa área. Entre os principais gargalos está a falta de investimento.

De acordo com o oficial-general, a nação indiana investe cerca de nove bilhões de dólares por ano apenas em desenvolvimento tecnológico. “Em valores absolutos, a Argentina investe dez vezes mais que o Brasil na área espacial”, complementou.

A proposta do Comando da Aeronáutica para o novo modelo brasileiro de exploração espacial é investir em satélites ópticos e de observação da Terra de órbita baixa com lançador apropriado e buscar acordos com países que detêm tecnologia nesse segmento.

O Tenente-Brigadeiro Rossato ressaltou, ainda, a necessidade de fomentar o assunto junto às demais instituições da área espacial. Uma das grandes vantagens desse estreitamento seria o uso compartilhado de imagens geradas por satélites por diversos órgãos ministeriais para o controle das fronteiras.

Um exemplo prático desse tipo de sinergia ocorreu durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, quando o satélite israelense EROS-B (Earth Remote Observation System-B) abasteceu órgãos de inteligência envolvidos nos eventos.

Desenvolvimento tecnológico

O Comandante Rossato também enfatizou a estreita relação entre o Comando da Aeronáutica e o Mctic sob o aspecto de desenvolvimento de tecnologias.

Como exemplo, o oficial-general expôs a transferência de tecnologia, o intercâmbio de profissionais, o potencial de exportação e a geração de empregos de alta tecnologia como alguns dos benefícios para o País a partir dos projetos Gripen NG – o novo avião de caça da FAB – e o cargueiro reabastecedor KC-390.

“São coisas fundamentais para o futuro do Brasil”, enfatizou o Tenente-Brigadeiro Rossato sobre o transbordamento das tecnologias para outros setores econômicos além da defesa. No próximo mês, por exemplo, será inaugurado em Gavião Peixoto (SP) o centro de desenvolvimento do Gripen NG.

Para o ministro Kassab, o Mctic e o Comando da Aeronáutica têm muita convergência. “A Aeronáutica tem o seu desenvolvimento essencialmente baseado na tecnologia. Nossa disposição, portanto, é dar todo apoio onde seja necessário para que ela possa atingir seus objetivos”, avaliou o ministro.

Segundo Kassab, os dois órgãos demonstraram disposição para trabalhar em uma agenda conjunta de prioridades e que, com isso, é mais fácil acertar. “Vamos definir em conjunto as prioridades que ainda não foram definidas”, concluiu.

MCTIC cria comitê para avaliar relatórios do programa Inovar-Auto

Agência CT&I
28 de outubro de 2016

Foto: USP

O ministro da Ciência, tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, autorizou a criação do Comitê de Auxílio Técnico (CAT) que irá elaborar diagnósticos sobre as informações relativas às atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) apresentadas pelas empresas beneficiárias do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto). A decisão foi publicada no Diário oficial da União nesta sexta-feira (28).

Os membros do CAT, que ainda serão definidos, analisarão os documentos que as empresas interessadas enviam ao MCTIC para comprovar o cumprimento das metas estabelecidas pelo Inovar-Auto, como investimento mínimo em PD&I e aumento da segurança dos veículos. O programa concede benefícios fiscais às empresas que produzem, comercializam e/ou investem na produção de veículos no País.

O grupo será coordenado por servidor público na ativa que possua notório conhecimento técnico especializado em projetos PD&I na área automotiva. A indicação será feita pelo secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Álvaro Prata. As reuniões do CAT devem ocorrer duas vezes ao ano. Para saber mais sobre o Inovar-Auto, acesse aqui.

Líder em incidência de raios, Brasil tem 50 milhões de descargas elétricas por ano

MCTIC
31 de outubro de 2016

Fotografia enviada para o Elat de descarga elétrica no Rio de Janeiro. Crédito: Elat/Inpe

Temporada de raios começa ganha força na primavera e verão. Segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe, descargas elétricas já causaram a morte de 1.790 pessoas entre 2000 e 2014. "Os raios matam aos poucos. Precisamos alertar para esse perigo", afirma o coordenador do Elat.

A primavera e o verão, as estações mais quentes do ano, são também um período de alerta para população. Isso porque 90% dos 50 milhões de raios que caem no Brasil são registrados neste período. O Brasil é líder mundial na incidência deste fenômeno, que provocou a morte de 1.790 pessoas entre 2000 e 2014, segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A cada 50 mortes por raio no mundo, uma acontece no Brasil. 

"Os raios matam aos poucos, então, não há uma grande comoção em torno desse tema. Precisamos alertar para esse perigo. Como a maior parte das descargas acontece na primavera e no verão, as mortes se concentram nesse período, mas também há risco no outono e no inverno", explicou o coordenador do Elat, Osmar Pinto Junior.

Para se ter uma ideia, a descarga gerada por um relâmpago tem intensidade mil vezes maior que a corrente elétrica que passa por um fio de chuveiro elétrico. As temperaturas de um raio podem chegar a 30 mil graus Celsius, cinco vezes mais elevada que a da superfície do Sol.

"Quando a pessoa pensa nisso, ela teme. Se alguém for atingido diretamente por um raio, irremediavelmente morre", reforçou. "A maioria delas acontece em campos abertos, como áreas de agricultura, campos de futebol e na praia, principalmente por correntes indiretas dos raios, que vêm pelo chão. O perigo não é só o raio em si, mas a corrente elétrica que pode ser descarregada no solo."

A prevenção continua sendo o principal meio para evitar mortes provocadas por raios. Durante as tempestades, deve-se evitar locais altos, sentar embaixo de árvores ou deitar no chão. A pessoa também deve manter distância de locais com poças de água e objetos que possam conduzir a eletricidade, como linhas de energia e cercas de arame farpado.

Monitoramento

Diante desse quadro, o Elat desenvolveu uma rede de sensores que monitora a ocorrência de raios em todo o território brasileiro, chamada Rede BrasilDAT. Na página da unidade, é possível acompanhar em tempo real os dados coletados por cerca de 70 sensores espalhados pelo país que detectam a radiação eletromagnética emitida pelos raios.

"Qualquer pessoa pode consultar o BrasilDAT. A rede permite minimizar os danos e as mortes causadas pelos raios, através de acompanhamento em tempo real do local onde eles estão ocorrendo e para onde estão se deslocando. É uma informação importante e que pode salvar vidas", ressaltou Osmar Pinto Junior.

O Elat também trabalha para disponibilizar ao público o serviço de previsão de raios com 24 horas de antecedência. A ferramenta foi testada em caráter piloto nos dois últimos verões e está sendo aperfeiçoada pela equipe de pesquisadores para restringir a área de ocorrência das descargas elétricas.

"Essa metodologia foi desenvolvida por dez anos e a estamos aperfeiçoando para conseguirmos chegar a uma margem de 15 quilômetros de área. Hoje, temos uma mensuração de uma área bem maior, de quase cem quilômetros. Com a otimização da ferramenta, o cidadão vai ficar melhor informado", disse.

Como se formam

As tempestades de raios têm maior incidência durante os meses de primavera e verão por causa do choque de massas de ar com temperaturas diferentes. O ar fica mais quente e é mais facilmente transportado para as camadas superiores da atmosfera. A partir de cinco quilômetros de altura, ele começa a formar cristais de gelo no interior das nuvens.

O choque das partículas dentro das brumas deixa os átomos eletricamente carregados, dando origem a uma faísca que dá início ao raio. À medida que a fagulha se aproxima do solo, inicia-se uma descarga do chão para a nuvem. Quando as duas se unem, acontece o raio.

Concurso de fotografias

Durante a primavera e do verão, o Elat promove um concurso aberto de fotografias de raios. A melhor imagem de cada mês é publicada na página da unidade do Inpe.

domingo, 30 de outubro de 2016

Acadêmicos protestam contra corte de gastos para pesquisa e são advertidos pelo CNPq

RBA
Hylda Cavalcanti
28 de outubro de 2016

'Cortes representam um retrocesso histórico em relação às conquistas deste século', afirma nota de acadêmicos

Brasília – O ambiente de protestos contra o corte de gastos do governo Temer continua resultando em advertência a servidores e técnicos de vários órgãos federais. Desta vez, o alvo de iniciativas do tipo foi o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que recebeu uma carta de protesto assinada por cerca de 70 doutores, integrantes dos comitês que julgam processos e editais para bolsas de pesquisa. 

O grupo, formado por acadêmicos de todo o país, se reuniu no auditório para discutir os termos do documento, no último dia 12, quando reclamou de cortes de gastos. E no dia seguinte, alguns dos profissionais considerados responsáveis pela iniciativa, bem como servidores do órgão, receberam uma reclamação.

Tudo começou quando esses professores doutores, que fazem o julgamento de processos referentes à chamada demanda de produtividade em pesquisa (no caso específico, julgam editais sobre eventos e bolsas de produtividade para os pesquisadores), foram surpreendidos, ao chegarem a Brasília para mais uma avaliação dos trabalhos, com outra notícia sobre corte de gastos. E a reunião na qual resolveram discutir o assunto, no auditório da entidade, terminou sendo concluída com a elaboração de uma nota e gritos de “fora, Temer”.
No dia seguinte, veio a repreensão por parte do presidente interino do conselho, o atual diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e de Saúde do órgão, Marcelo Marques Morales. A reclamação maior dos professores doutores, que levou à discussão da nota, se deu porque ao chegarem e saberem que haveria cortes de gastos, eles foram chamados no auditório pelo mesmo presidente interino para uma conversa.
Ouviram de Morales que não são verdadeiras as informações, mas, ao mesmo tempo, lhes foi feito um pedido para que eles estabelecessem um ranking, dentre os melhores trabalhos selecionados, sobre quais poderiam ser excluídos se por acaso alguma possível redução se concretizasse.
Diante disso, integrantes dos comitês de várias áreas se recusaram a fazer esse ranking. E alguns comitês foram além: nos trabalhos em que acharam que existiu igualdade de condições entre os selecionados para o número de vagas existente hoje, deram a todos uma mesma nota – como forma de evitar pretextos para futuras exclusões.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do CNPq e a área de plantão da assessoria de comunicação do Ministério de Ciência & Tecnologia. A imprensa do CNPq não atendeu os telefonemas, mesmo constando no site do Palácio do Planalto celulares para atendimento de plantão a repórteres pelo órgão. Integrantes da comunicação do MCT, ministério ao qual o conselho é atrelado, disseram não ter conhecimento do episódio, mas argumentaram que por ser dia do servidor publico, portanto, ponto facultativo, não tem como retornar aos questionamentos da RBA nesta sexta-feira (28).

Importância estratégica

Os acadêmicos responsáveis pela nota, divulgada no último dia 20, que conversaram com a RBA, não terão seus nomes divulgados aqui para evitar perseguições. Mas eles divulgaram o teor da carta na qual expõem suas considerações. No documento, reclamam que receberam a informação que o CNPq poderia aplicar um corte de 20 a 30% das bolsas ativas nesta rodada, caso persistam os cortes orçamentários aos quais o órgão vem sendo submetido.
E destacam que a bolsa de produtividade em pesquisa é de “importância estratégica para a manutenção de condições mínimas de sobrevivência da pesquisa científica nacional”.
Os professores doutores, que atuam em várias universidades do país, também ressaltam que o quadro atual não representa grande novidade, uma vez que há alguns tempos, modalidades de auxílio do CNPq vêm sofrendo significativas reduções. E apontam como fatores que agravam a situação, ações do atual governo como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela os gastos públicos por 20 anos.
“Estes cortes representam um retrocesso histórico em relação às conquistas deste século. No caso do desenvolvimento em CT&I, sabemos que a manutenção – e a ampliação constante – dos editais universais e das bolsas de iniciação científica e produtividade em pesquisa são fundamentais para a continuidade de projetos de pesquisa em andamento e a formação mais ampla de recursos humanos em nosso país, de modo a não comprometer as próximas gerações.”
O caso lembrou recente episódio ocorrido no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Diante da elaboração de um estudo apontando danos para o país em congelamento de gastos com educação e saúde, o presidente do órgão, Ernesto Lozardo, chamou a pesquisadora responsável, Fabiola Sulpino Vieira, ao seu gabinete para uma conversa que culminou com a sua exoneração. Desta vez, no CNPq não houve exoneração. Mas a iniciativa de dar um “carão” em acadêmicos renomados, pegou mal para o órgão.

Leia íntegra da carta dos acadêmicos
NOTA DE PROTESTO DE MEMBROS DOS COMITÊS ASSESSORES CONTRA OS CORTES DOS RECURSOS DO CNPq

Nesta semana, os membros dos Comitês Assessores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ao chegarem em Brasília, para realizar o julgamento dos processos referentes à demanda de Produtividade em Pesquisa, foram surpreendidos pela informação de que o CNPq poderia aplicar um corte de 20 a 30% das bolsas ativas nesta rodada, caso persistam os cortes orçamentários aos quais o CNPq vem sendo submetido.

Ressaltamos que a bolsa de Produtividade em Pesquisa é de importância estratégica para a manutenção de condições mínimas de sobrevivência da pesquisa científica nacional. Os pesquisadores contemplados com esta bolsa são sistematicamente avaliados, possuindo altos níveis de produtividade acadêmica e científica no Brasil. O corte de tal auxílio à pesquisa certamente virá a reduzir o já combalido quadro de financiamento do avanço científico e tecnológico, de que o nosso país tanto necessita.

O quadro atual, no entanto, não representa grande novidade. Já há alguns anos, algumas modalidades de auxílio do CNPq vêm sofrendo significativas reduções, acompanhando a própria trajetória de dificuldades orçamentárias que a agência vem enfrentando. Agravando esta situação, ações do atual governo, como a PEC 241, propõem uma redução ainda mais drástica de recursos federais para o desenvolvimento em CT&I. 

Estes cortes representam um retrocesso histórico em relação às conquistas deste século. No caso do desenvolvimento em CT&I, sabemos que a manutenção – e a ampliação constante – dos Editais Universais e das bolsas de Iniciação Científica e Produtividade em Pesquisa – são fundamentais para a continuidade de projetos de pesquisa em andamento e a formação mais ampla de recursos humanos em nosso país, de modo a não comprometer as próximas gerações. 

Nesse sentido, nós, pesquisadores e membros dos CAs, vimos manifestar a nossa posição contrária a possíveis cortes de bolsas de Produtividade e aproveitamos para reafirmar a necessidade da plena recomposição das bolsas de Iniciação Científica, assim como a regularização do pagamento dos Editais Universais já aprovados, o mais rapidamente possível. Entendemos que qualquer medida de corte ou restrição orçamentária poderá interromper os esforços que vêm sendo feitos para o desenvolvimento em Ciência, Tecnologia e Inovação em nosso País.

BRASÍLIA, 20 DE OUTUBRO DE 2016

Entidades científicas criticam reestruturação do MCTIC

Estadão
Blog do Herton Escobar
27 de outubro de 2016

Ministro Gilberto Kassab, no aniversário de 60 anos da CNEN. Foto: Herivelto Batista/ASCOM-MCTIC


CNPq e Finep viraram "estruturas de quarto nível" na hierarquia do ministério. Ministro Gilberto Kassab disse que estruturação será revista em 2017.

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) divulgaram uma carta conjunta, endereçada ao ministro Gilberto Kassab, em que as entidades criticam duramente mudanças ocorridas na estrutura administrativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Nesse novo organograma, segundo a carta, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) seriam reduzidas a uma “estrutura de quarto nível” do ministério, subordinadas a uma “Coordenação Geral de Serviços Postais e de Governança e Acompanhamento de Empresas Estatais e Entidades Vinculadas”; por sua vez subordinada a uma Diretoria com o mesmo nome; por sua vez subordinada à Secretaria-Executiva do MCTIC — em vez de dialogarem diretamente com o ministro.

“A se confirmar esse estranho caminho distanciando as agências federais de fomento à pesquisa, mais a AEB e a CNEN, do gabinete do titular do MCTIC, talvez possamos entender a razão principal de o presidente Michel Temer ter fundido o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação ao Ministério das Comunicações: alijar a ciência, a tecnologia e a inovação (C,T&I) das prioridades do governo federal”, diz a carta, entregue diretamente ao ministro Kassab durante uma reunião em Brasília, no dia 10 de outubro (mas só divulgada publicamente agora).

No dia 19 de outubro, o governo federal publicou um decreto (número 8877) redefinindo a estrutura regimental do MCTIC. Os nomes usados no novo organograma são diferentes dos previstos na carta, mas o resultado hierárquico é o mesmo. Nesse decreto, CNPq, Finep, AEB e CNEN são descritas como “entidades vinculadas”, atreladas a uma Diretoria de Gestão de Entidades Vinculadas, que é uma das cinco diretorias que compõem a Secretaria-Executiva do ministério. “É um desmonte absurdo”, disse ao Estado a presidente da SBPC, Helena Nader. O ministro Kassab já teria se comprometido a reverter a situação no ano que vem, segundo ela.

Procurado pela blog, o MCTIC emitiu o seguinte posicionamento:

“O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) esclarece que recebeu a manifestação das entidades e aproveitará as sugestões apresentadas no documento para o aperfeiçoamento da estrutura do MCTIC que deverá ocorrer até o início do próximo ano, mediante a publicação de um novo decreto, conforme acordado com as instituições, pela Presidência da República. A reestruturação permitiu a criação de uma ferramenta de gestão para as agências de fomentos e instituições que não tinham interlocutores dentro do Ministério para suas questões gerenciais, sem contudo, provocar a perda de sua autonomia.”

A Sociedade Brasileira de Física (SBF) e os coordenadores de área da Capes também divulgaram cartas, reiterando as críticas e apoiando o posicionamento da SBPC e ABC. A íntegra das cartas está disponível nesse link: https://goo.gl/WuT6G6

“É incontestável no cenário do país e reconhecido em várias instâncias e fóruns internacionais que CNPq, Finep, AEB e CNEN têm história, estatura e missões que vão muito além de uma coordenação que venha a ser subordinada a uma diretoria que responde à Secretaria Executiva do MCTIC. Colocá-los sob uma coordenação no quarto nível hierárquico do MCTIC é não reconhecer a importância da ciência, tecnologia e inovação para o país”, diz a carta de coordenadores da Capes.

Correção do blog do Herton: Esse post foi atualizado às 20:15h do dia 27/10; esclarecendo que o Decreto 8.877 confirma, de fato, as previsões feitas na carta da ABC e SBPC. E atualizado novamente às 16h do dia 28, com os posicionamentos da SBF e dos coordenadores de área da Capes.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Inpa começa a instalar equipamentos na Torre Atto para monitorar o clima da floresta amazônica

MCTIC
28 de outubro de 2016

Maior torre de estudos climáticos do mundo, o Observatório de Torre Alta da Amazônia tem 325 metros de altura e está localizada no meio da floresta, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, a 150 quilômetros em linha reta de Manaus (AM). Crédito: Ascom/MCTIC

A previsão é que, até dezembro, todos os equipamentos estarão instalados nos 3 contêineres que servirão de laboratórios para que a torre comece a operar efetivamente no início de 2017. O monitoramento do clima na Amazônia deve ser feito por um período de até 30 anos com a coleta de dados sobre a troca e o transporte de gases entre a floresta e a atmosfera.

Maior torre de estudos climáticos do mundo, o Observatório de Torre Alta da Amazônia (Atto, na sigla em inglês) começou a receber os equipamentos para monitorar a interação entre o clima da floresta amazônica e a atmosfera. Com 325 metros de altura, está localizada no meio da floresta, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, a 150 quilômetros em linha reta de Manaus (AM). A expectativa dos pesquisadores é que a torre monitore o clima na Amazônia por um período de 20 a 30 anos com a coleta de dados sobre os processos de troca e transporte de gases entre a floresta e a atmosfera.

De acordo com o gerente operacional da Torre Atto, Leonardo Ramos, até dezembro, todos os equipamentos devem estar instalados nos três contêineres que servirão de laboratórios para que a torre possa começar a operar efetivamente no início de 2017. De última geração, serão instalados equipamentos como o de telemetria, para a transferência de dados; anemômetros sônicos de alta tecnologia; analisadores de gás; sensores de radiação solar e meteorológicos.

"Equipamentos como os analisadores são sensíveis, alguns deles não podem ficar expostos à floresta, porque a umidade é uma grande inimiga dos equipamentos eletrônicos. Por isso, precisam ficar protegidos em contêineres na base da torre e em condições de temperatura e umidade controladas", explicou.

A torre

O complexo da Torre Atto é composto por mais duas torres de 80 metros cada, que, desde 2012, fazem as medições de aerossóis e gases atmosféricos e os parâmetros do tempo, como temperatura, vento e radiação solar em alta resolução. Parte do Programa de Grande Escala Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), foi desenvolvida numa parceria do Brasil com a Alemanha, um investimento de R$ 26 milhões, divididos entre os dois países.

"A partir do ano que vem, queremos começar várias medidas atmosféricas na torre principal e, para isso, é necessário instalar sistemas de tubulações, fixações, cabos e conexões na torre", explicou o pesquisador Stefan Wolff, gerente operacional pelo lado alemão.
Segundo ele, serão instalados instrumentos para captação do ar de várias alturas até o topo da torre. "As medidas vão representar as propriedades de uma grande área de milhares de quilômetros quadrados da floresta amazônica. Os transportes horizontais e verticais e a mistura de gases e partículas na atmosfera podem ser melhor analisados com estas pesquisas."

SBPC e ABC se manifestam contra reestruturação organizacional do MCTIC

Jornal da Ciência
26 de outubro de 2016

Helena Nader e Luiz Davidovich

Em carta ao ministro Gilberto Kassab, a SBPC e a ABC consideram um “inconcebível retrocesso” a medida que deixa o CNPq, a Finep, a AEB e a CNEN subordinados a uma “Coordenação Geral de Serviços Postais e de Governança e Acompanhamento de Empresas Estatais e Entidades Vinculadas” 
Os presidentes da SBPC e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), respectivamente, Helena Nader e Luiz Davidovich, entregaram uma carta nas mãos do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, em reunião no MCTIC, no último dia 11 de outubro, na presença de diversas autoridades, manifestando que não concordam com a mudança da estrutura organizacional do Ministério, que acaba de ser aprovada por meio do decretoNº 8.877, de 18 de outubro 2016 (publicado no Diário Oficial da União no dia 19/10). Na ocasião, foi acordado que toda a reestruturação será revista em janeiro de 2017.
Segundo a SBPC e a ABC, a reestruturação representa um “inconcebível retrocesso na gestão da ciência, da tecnologia e da inovação em nosso País”, uma vez que distancia as agências federais de fomento à pesquisa, e mais a AEB e a CNEN, do gabinete do ministro.
A medida deixa o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) subordinados a uma “Coordenação Geral de Serviços Postais e de Governança e Acompanhamento de Empresas Estatais e Entidades Vinculadas”, a qual pertencerá a uma Diretoria com a mesma nomenclatura, que, por sua vez, responderá à Secretaria Executiva do Ministério.
“CNPq, Finep, AEB e CNEN têm história, tamanho e missões que vão muito além de uma coordenação subordinada a uma diretoria que responde à Secretaria Executiva do MCTIC”, afirmam na carta, lamentando que iniciativas desse tipo evidenciam que  ciência, tecnologia e inovação não são tidos como prioridades na estratégia política do atual governo.
“Quando foi criado, a função do MCT era de valorizar e robustecer o sistema de financiamento à pesquisa básica, tecnológica e de inovação, assim como dar dimensão e condições de operacionalização às políticas espacial e nuclear, em consonância com as potencialidades, necessidades e pretensões do País nessas áreas. Colocá-los sob uma coordenação de quarto nível do MCTIC é não reconhecer a importância da CT&I para o País e para a sociedade brasileira”, afirmam na carta.
As duas entidades pedem que o ministro atue junto a quem for de direito para impedir que tal medida se efetue: “Na condição de órgãos que executam ações de valor inquestionável para o desenvolvimento sustentado, é indispensável que CNPq, Finep, AEB e CNEN sejam vinculados diretamente ao gabinete do ministro”.
Veja a carta na íntegra aqui.

Brasil está na vanguarda das pesquisas sobre Amazônia e clima, diz Carlos Nobre

MCTIC
28 de outubro de 2016

Pesquisador Carlos Nobre vai receber o Volvo Environment Prize em cerimônia em Estocolmo, na Suécia, em novembro. Crédito: Volvo Environment Prize
Vencedor do Volvo Environment Prize, ele alerta para os riscos do aumento da temperatura e do desmatamento. "A floresta, como a conhecemos hoje, só sobreviveria no oeste do Amazonas, na Colômbia e no Peru."

O Brasil está na vanguarda das pesquisas sobre a interação entre a floresta amazônica e o clima. A afirmação é do climatologista Carlos Nobre, referência mundial nos estudos sobre mudanças climáticas. Recentemente, foi anunciado vencedor do Volvo Environment Prize, um dos principais prêmios internacionais sobre o tema. A cerimônia de entrega está marcada para 30 de novembro, em Estocolmo, na Suécia.

"Mais até que o reconhecimento pessoal, é o reconhecimento da excelência da pesquisa que se faz no Brasil voltada para os estudos climáticos e ambientais, especificamente na Amazônia. Elas estão relacionadas ao entendimento das mudanças climáticas e a influência delas no mundo todo", disse.
Seu currículo é extenso. Só na Amazônia, atua desde 1975. 

É pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas. Foi secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Em entrevista ao Portal do MCTIC, Carlos Nobre alertou para os riscos do aumento da temperatura e do desmatamento na Amazônia. Segundo ele, caso a temperatura na região cresça mais que 4ºC e o desmatamento atinja 40% da cobertura vegetal, grandes extensões da floresta amazônica se transformarão em savana.

"Esses limiares são resultado de estudos de campo e de modelagem climática, das interações entre a floresta e a atmosfera, do ciclo de carbono da Amazônia, entre outras iniciativas. As porções leste e sul da floresta amazônica podem ser substituídas por um tipo de savana muito empobrecida, bastante diferente do cerrado do Brasil Central. A floresta, como a conhecemos hoje, só sobreviveria no oeste do Amazonas, na Colômbia e no Peru", explicou.

MCTIC: Como o senhor recebeu a nomeação para o Volvo Environment Prize?
Carlos Nobre: Julgo que, mais até que o reconhecimento pessoal, é o reconhecimento da excelência da pesquisa que se faz no Brasil voltada para os estudos climáticos e ambientais, especificamente na Amazônia. Elas estão relacionadas ao entendimento das mudanças climáticas e a influência delas no mundo todo.

MCTIC: Que conclusões já foram alcançadas pelas pesquisas sobre clima?
Carlos Nobre: Em nossos estudos, vimos que há dois pontos de ruptura do equilíbrio floresta-clima, que, se acontecerem, terão consequências drásticas para a floresta e, consequentemente, para o planeta: a temperatura na região amazônica aumentar acima de 4ºC e o desmatamento da cobertura vegetal não pode chegar a 40% da mata virgem. Desde o início dos nossos estudos, há 25 anos, a temperatura subiu 1,2ºC, e o desmatamento está na faixa de 20%. Esses limiares são resultado de estudos de campo e de modelagem climática, das interações entre a floresta e a atmosfera, do ciclo de carbono da Amazônia, entre outras iniciativas. E é uma pesquisa liderada pelo Brasil, com muita contribuição de pesquisadores estrangeiros e aceita mundo afora.

MCTIC: Qual seria o impacto direto dessas alterações climáticas sobre a floresta?
Carlos Nobre: As porções leste e sul da floresta Amazônia podem ser substituídas por um tipo de savana muito empobrecida, bastante diferente do cerrado do Brasil central. A floresta, como a conhecemos hoje, só sobreviveria no oeste do Amazonas, na Colômbia e no Peru. Essas regiões concentram características climáticas e de regimes de chuvas que possibilitam que a vegetação da floresta possa perpetuar.

MCTIC: Há possibilidade de redução da capacidade de absorção de carbono da floresta em um futuro próximo? Que impactos traria para o planeta?
Carlos Nobre: Temos estimativas hoje para projetar cenários futuros. Se passarmos dos limiares de aumento de temperatura e do desmatamento da floresta, a Amazônia pode não conseguir absorver a quantidade de carbono disponível. As simulações matemáticas e de modelos climáticos indicam isso. Esse é um elemento importante a ser considerado e que traria impactos imensos sobre o clima do planeta, especialmente com aumento da temperatura em âmbito global.

MCTIC: Como a Torre Atto vai contribuir para as pesquisas sobre o clima?
Carlos Nobre: A Torre Atto é importante porque monitora o ar que passa por ela a uma altura bastante elevada. É um ar que interagiu com a biosfera ao longo de mais de mil quilômetros de floresta tropical. As medições um pouco acima das copas das árvores dão resultados diferentes, porque o ar que passa pelos sensores interage com uma área muito menor da floresta. Ela é um grande medidor do balanço de carbono da floresta. Se há maior quantidade de carbono, então haverá aumento da biomassa, porque as árvores vão ter condições para crescer e aumentar a cobertura vegetal. Por outro lado, uma menor quantidade de carbono indica que a floresta vem perdendo cobertura. A Torre Atto nos dá o estado atual da floresta para avaliarmos o ciclo de carbono do planeta.

MCTIC: O senhor considera que os pesquisadores brasileiros estão na vanguarda dos estudos sobre o clima?
Carlos Nobre: O Brasil está na vanguarda das pesquisas sobre a interação entre a floresta amazônica e o clima. Os limites do sistema climático global sempre têm a Amazônia como uma referência e como peça fundamental da regulação do clima no planeta. Os trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores brasileiros neste campo são referência em todo o mundo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Investigação dos EUA ligou 10 executivos da Embraer a propina

Folha de SP
Raquel Landim e Wálter Nunes
25 de outubro de 2016

Super Tucano - Divulgação/Embraer


Pelo menos 10 executivos do alto escalão da Embraer se envolveram diretamente no pagamento de propina para vender aviões no exterior. Desse grupo, dois ainda trabalham na empresa.

Levantamento feito pela Folha nos anexos do acordo selado pela Embraer com autoridades no Brasil e nos Estados Unidos identificou vice-presidentes e diretores das áreas de aviação comercial, defesa e segurança, jatos executivos, além do próprio departamento jurídico.

Na avaliação do Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA, a Embraer está punindo "parcialmente" os responsáveis. O órgão enfatiza que a empresa "deixou de disciplinar um executivo sênior que sabia das discussões de propina por e-mail" e que "tinha responsabilidade de fiscalizar os demais".

Procurada pela reportagem, a Embraer não revelou a identidade desse executivo e também se recusou a comentar casos específicos dos demais funcionários.

Por enquanto, o Ministério Público brasileiro está investigando apenas os executivos envolvidos no pagamento de R$ 3,5 milhões em propina na República Dominicana. Investigações sobre os casos na Arábia Saudita, Moçambique e Índia ainda estão em curso. 

Entre os executivos citados no acordo firmado pela Embraer está Luis Carlos Affonso, que hoje atua como vice-presidente sênior de operações da aviação comercial.

Na época dos fatos investigados, Affonso tinha um cargo ainda mais alto. Ele era vice-presidente executivo da área de jatos particulares e respondia ao presidente da Embraer, Frederico Curado.

Segundo o relato das autoridades americanas e brasileiras, Affonso recebeu por e-mail um relato de um subordinado sobre uma reunião em Londres na qual foi acertado o pagamento de propina para um funcionário da Saudi Aramco.

Na troca de e-mails que se seguiu, Affonso aprova que a Embraer contrate o "agente" que repassaria a comissão. A Embraer pagou US$ 1,6 milhão em propina para vender três jatos executivos por US$ 93 milhões para a estatal da Arábia Saudita.

Outro funcionário que aparece nas investigações e que segue no quadro de funcionários da Embraer é José Molina. Ele hoje é vice-presidente da cadeia de suprimentos.

Molina aparece como um dos destinatários de um e-mail em que o vice-presidente da Embraer Europa, Luiz Fuchs, descreve o pedido de propina feito por um funcionário da LAM, de Moçambique.

Fuchs, que se aposentou no fim do ano passado, informa que o moçambicano queria um "gesto" de boa vontade, que poderia ficar entre US$ 50 mil e US$ 80 mil. Molina, que na época atuava como diretor de contratos da avião comercial, aprovou o valor citado.

Os moçambicanos consideraram a oferta um "insulto" e terminaram recebendo US$ 800 mil em propina pela venda de dois aviões comerciais por US$ 65 milhões.

Os documentos divulgados pelo DOJ não revelam nomes dos funcionários envolvidos, mas eles são identificados em documento quase idêntico disponibilizado em seu site pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil.

Embraer admite propina e faz acordo de US$ 206 milhões no Brasil e EUA

G1
24 de outubro de 2016

Contratos com irregularidades foram feitos para a venda do avião militar Super Tucano
(Foto: Divulgação / Embraer)
Fabricante pagou US$ 5,91 milhões em propina em vendas em 4 países. Empresa assinou TAC para encerrar investigações.

A Embraer pagará cerca de US$ 206 milhões a autoridades brasileiras e norte-americanas para encerrar acusações envolvendo o pagamento de propina e práticas irregulares em negócios fechados na República Dominicana, Arábia Saudita, Moçambique e Índia.
A fabricante de aeronaves não especificou quanto será pago a cada país, mas a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que, só no Brasil, será paga uma multa de R$ 64 milhões para encerrar a investigação no órgão e no Ministério Público Federal (MPF).


O acordo foi firmado em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) comum aos dois órgãos. A informação foi confirmada pela Embraer.
Segundo a CVM, a Embraer reconheceu que pagou propinas de US$ 5,97 milhões  para funcionários públicos da República Dominicana, da Arábia Saudita e de Moçambique em três contratos de compra e venda de aeronaves em 2007, 2008 e 2010.

A empresa também admitiu, segundo a CVM, que contratou representante comercial para atuar na venda de aviões militares na Índia, o que é proibido pelas leis do país. Para driblar a questão, a empresa "ocultou (a contratação), mediante contrato ideologicamente falso, celebrado, na aparência, com pessoa jurídica interposta (diversa do representante comercial) e relativo, aparentemente, à venda de aeronaves comerciais".

Denúncia

A investigação na CVM começou em setembro de 2014, quando o MPF enviou ao órgão regulador uma denúncia apresentada contra funcionários da Embraer sobre o pagamento de propina no contrato de venda de oito aeronaves Super Tucano, o avião militar da Embraer, para a República Dominicana. O negócio foi fechado por US$ 92 milhões em 2008.

Esse contrato também é alvo de investigações nos Estados Unidos, tanto no Departamento de Justiça americano quanto na Securities and Exchange Commission (SEC), órgão equivalente à CVM no país. A Embraer poderá ser multada nos Estados Unidos.

As investigações foram ampliadas e passaram a contemplar também negócios da Embraer em Moçambique, na Arábia Saudita e na Índia. 
Em março, uma reportagem do Wall Street Journal relatou que o alto escalão da Embraer, incluindo o ex-presidente da companhia Frederico Curado, sabiam e autorizaram o pagamento de propinas no contrato da República Dominicana. A reportagem cita trechos de declarações do consultor de vendas Elio Moti Sonnenfeld.

A Embraer anunciou em junho a substituição de Curado, que permaneceu por nove anos no cargo, pelo presidente da divisão de jatos comerciais Paulo Cesar de Souza e Silva. Na época, a empresa disse que a transição já estava prevista.

Em comunicado, a Embraer confirmou as informações. "A Embraer reconhece responsabilidade pelos atos de seus funcionários e agentes, conforme os fatos apurados. A empresa lamenta profundamente o ocorrido", disse o comunicado. A empresa ainda disse que "aprendeu e evoluiu com essa experiência" e "dará continuidade à sua trajetória de sucesso reconhecida ao longo dos seus quase 50 anos de existência".

FAB discute Guerra Cibernética

FAB
27 de outubro de 2016



As inscrições para o evento vão até o dia 30 de novembro. As vagas são limitadas.

Estão abertas até o dia 30 de novembro, as inscrições para o I Seminário de Guerra Cibernética do Comando da Aeronáutica (COMAER). O evento, marcado para o dia 08 de dezembro, será realizado no Auditório do Grupamento de Apoio de Brasília (GAP-BR), localizado na Esplanada dos Ministérios. As inscrições devem ser feitas pelo site www.cyber.fab.mil.br. As vagas são limitadas.

O principal objetivo do encontro, aberto ao público em geral, é apresentar o cenário atual e perspectivas futuras de assuntos como quinto domínio de guerra, vulnerabilidade da internet das coisas, guerra cibernética nas olimpíadas e paralimpíadas e outros temas relacionados à segurança da informação.

Durante a programação do seminário, coordenado pelo Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília (CCA-BR), está previsto um painel sobre os desafios das Organizações Militares na defesa cibernética nacional em tempos de paz e conflito.



“A expectativa é dar visibilidade ao tema Defesa Cibernética no âmbito do COMAER, apresentando os conceitos básicos envolvidos, destacando seus reflexos imediatos na missão da FAB, as ameaças a que estamos sujeitos e como o COMAER tem tratado a proteção cibernética de seus ativos mais críticos por meio do CCA-BR”, explica o Coronel Robson Luis Lopes dos Santos, chefe do CCA-BR.

O encontro, segundo o Coronel Robson,será importante para evidenciar a urgência e a importância do preparo do COMAER para atuar no espaço cibernético em duas frentes principais: proteção dos meios necessários ao cumprimento de sua missão; e obtenção de vantagens estratégicas para alavancar as ações nos domínios aéreo e espacial.

O seminário, conforme explica o chefe do CCA-BR, será um veículo fundamental para divulgação de todo o trabalho realizado pelo COMAER na área de proteção cibernética, iniciado em 2008 com planejamento de conclusão até 2020.

Pretende-se, ainda, realizar um relato sobre a implantação e consolidação do Centro de Tratamento de Incidentes de Redes de Computadores da Força Aérea Brasileira (CTIR.FAB), mostrando os resultados obtidos durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos RIO2016.

“Adicionalmente, serão apresentados alguns importantes conceitos referentes às próximas fases do trabalho de ampliação da capacidade de proteção cibernética do COMAER, especialmente no tocante à resiliência das estruturas críticas de TI do COMAER e à expansão da capacidade de monitoramento e resposta a incidentes de redes de computadores”, ressalta o Coronel Robson.

CCA-BR- O encontro marca o 33º aniversário do Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília – CCA-BR. A organização, subordinada à Diretoria de Tecnologia da Informação da Aeronáutica (DTI), tem em sua missão a Gestão da Segurança Cibernética, sendo responsável pela defesa cibernética e tratamento de incidentes relacionados no âmbito do COMAER.

Serviço: I Seminário de Guerra Cibernética
Dia: 08 de dezembro 
Horário : 09 às 17 horas 
Local: Auditório do Grupamento de Apoio de Brasília (GAP-BR)
Endereço: Esplanada dos Ministérios Bloco “M” - Edifício Anexo - Subsolo – Brasília (DF)

UE define áreas prioritárias para cooperação com o Brasil

Agência CT&I
Leandro Cipriano
27 de outubro de 2016



A Comissão Europeia divulgou neste mês um relatório referente aos planos da cooperação internacional entre o Brasil e a União Europeia (UE) em pesquisa e inovação. Foram listadas no novo documento as áreas prioritárias para desenvolverem em conjunto estratégias de cooperação nesses segmentos.

Os setores escolhidos incluem temas onde já existem trabalhos em andamento, mas que há previsão para ampliar a cooperação. Eles são: pesquisa marinha; bioeconomia e agricultura; biocombustíveis; nanotecnologia; saúde; tecnologias aeroespaciais e de aviação; tecnologia da informação e comunicação (TIC); urbanização sustentável; infraestrutura para pesquisas; e desenvolvimento de sistemas regionais de inovação.

A pesquisa marinha é uma das principais áreas de desenvolvimento de interesse comum. Em novembro de 2015, a Comissão Europeia e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) assinaram uma declaração de intenções para reforçar a cooperação no setor. Os temas identificados incluem sistemas de observação do oceano e previsão, segurança alimentar (incluindo a aquicultura), tecnologias desenvolvidas para o mar, alfabetização oceanográfica, interações terra-mar e pesquisa polar.

Na área de bioeconomia e agricultura, a UE e o Brasil pretendem dar continuidade a cooperações já estabelecidas pelo programa Diálogos Setoriais. Entre elas, encontrar métodos alternativos ao uso de animais em experiências, criar plataformas de agroecologia, e alavancar mecanismos de financiamento para apoiar uma infraestrutura que facilite a cooperação em ciência e tecnologia (C&T). Durante o Fórum Internacional de Bioeconomia, que o País faz parte, já serão discutidas ações a serem implementadas para o setor ainda em 2016. 

Em biocombustíveis, o trabalho conjunto vai basear-se no modelo brasileiro de etanol extraído da cana-de-açúcar. A expectativa é que o Brasil, nos próximos anos, seja um parceiro importante no contexto da Missão Inovação - iniciativa global para acelerar a inovação em energia limpa nos setores público e privado, para enfrentar as mudanças climáticas.

Na nanotecnologia é esperada a participação brasileira efetiva na NanoReg, projeto europeu de regulação internacional do setor. Em 2015, a entrada do Brasil foi oficializada com a assinatura de acordo de cooperação. No futuro, pretende-se estender esta cooperação para outras áreas de nanotecnologia. Contudo, a regulamentação destas atividades ainda está em discussão no País.

Na área da saúde, dada a gravidade do surto de Zika vírus no Brasil e os riscos associados a sua propagação na região e no mundo, os cientistas brasileiros participarão de projetos financiados pela UE. O objetivo é criar uma rede de pesquisa em toda a América Latina para facilitar, coordenar e implementar uma investigação urgente para combater o vírus. Uma chamada foi dedicada exclusivamente ao tema, publicada em março deste ano, pelo Horizonte 2020 - iniciativa da União Europeia para financiar projetos de pesquisa e inovação até 2020.

Outra ação a ser trabalhada é ampliar a cooperação bilateral em tecnologias aeroespaciais e de aviação de alta velocidade. O Brasil já é um parceiro em projetos da UE nesse setor, inclusive como fornecedor de materiais utilizados em estágios de lançamento de foguete e participação em projetos de combustíveis alternativos para aviação.

As tecnologias da informação e comunicação são outro setor de cooperação importante entre o Brasil e a União Europeia. Três chamadas coordenadas já foram financiadas conjuntamente com a UE até agora em TICs, com a previsão de uma quarta ser lançada em dezembro. O próximo edital terá como foco projetos voltados à Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), internet 5G e computação em nuvem.

Sustentabilidade

A cooperação também está sendo explorada na área de urbanização sustentável, com foco nas cidades sustentáveis e na construção de uma plataforma de tecnologias inspirada na natureza. Uma das facilidades nesse campo é o fato do Brasil ser membro do Fórum de Belmont, grupo formado por algumas das principais agências do mundo financiadoras de projetos de pesquisa sobre mudanças ambientais. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) faz parte da iniciativa. 

Já no campo das infraestruturas de pesquisa, a cooperação com o Brasil está prevista na biodiversidade e no ciclo do carbono, particularmente com o projeto europeu Lifewatch – que partilha informações entre instituições europeias de pesquisa que se dedicam à investigação da biodiversidade. Nesse aspecto, o cabo submarino de fibra óptica que permitirá a conexão direta de dados entre Brasil e Europa poderá ter um impacto relevante na iniciativa.

A nova lista de prioridades ainda inclui o desenvolvimento de sistemas regionais de inovação para estimular atividades socioeconômicas de cidades e municípios brasileiros e europeus. A região Nordeste do Brasil, em particular Pernambuco, foi a escolhida para ser analisada­­ conjuntamente pela Comissão Europeia e o governo brasileiro. Essa experiência de cooperação oferece condições para adaptar o projeto piloto “European Smart Specialisation Strategy” ao contexto brasileiro.

Para ministro, investimento em educação é ferramenta para o desenvolvimento do país

MCTIC
26 de outubro de 2016


Ministro participou, em Brasília, da cerimônia de entrega do prêmio Anísio Teixeira da Capes.
Crédito: Ascom/MCTIC
Na entrega do prêmio Anísio Teixeira, em Brasília, o ministro Gilberto Kassab destacou que a educação é solução para a superação da crise. Prêmio foi concedido pela Capes a três pesquisadores de institutos vinculados ao MCTIC.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, destacou, nesta quarta-feira (26), que o investimento em educação é a principal ferramenta para o desenvolvimento do Brasil. Em Brasília, o ministro participou da entrega do prêmio Anísio Teixeira, concedido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes) a personalidades que contribuíram de forma relevante para o desenvolvimento da pesquisa e a formação de recursos humanos no país.

"O Brasil vive um momento de transformações importantes. Para sair de uma crise, o grande instrumento de solução é o investimento em educação para que a gente possa fazer com que as pessoas, especialmente os jovens, tenham sua formação melhorada e possam construir o país que essas mudanças podem proporcionar", afirmou.

Entre os agraciados, estão três representantes de entidades vinculadas ao MCTIC: o diretor do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Marcelo Viana; o diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Jorge Guimarães; e o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Luis Val.

A premiação homenageia o educador baiano Anísio Teixeira, que difundiu o papel transformador da educação e da escola para a construção de uma sociedade moderna, e também marca as comemorações pelo aniversário da Capes, criada em 1951. "Há 65 anos, a Capes contribui de maneira inestimável para termos um país mais justo, mais igual, onde a educação seja cada vez mais valorizada", afirmou o ministro Kassab.

Também receberam o prêmio o professor Antônio Cardoso do Amaral, da Escola Estadual de Ensino Médio Augustinho Brandão em Cocal dos Alves (PI); a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader; o professor emérito da Universidade Federal de Pernambuco Malaquias Batista Filho; a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Márcia Cristina Bernardes Barbosa; e o ex-reitor da Universidade Federal do Ceará Roberto Cláudio Frota Bezerra.

Brasil quer parceria com a Alemanha para acelerar participação na Indústria 4.0

MCTIC
27 de outubro de 2016


Secretário Alvaro Prata participou do 34º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, de 16 a 18 de outubro, em Weimar. Crédito: Ascom/MCTIC

Segundo o secretário Alvaro Prata, país fará esforço para que empresas brasileiras acompanhem a 4ª Revolução Industrial. Assunto será discutido em novembro com o G20 na China.

O Brasil articula para que suas empresas acompanhem as tendências da Indústria 4.0, termo de origem alemã que simboliza a 4ª Revolução Industrial, baseada na integração digital de etapas da cadeia produtiva. O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Alvaro Prata, defendeu esse esforço nacional no 34º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, de 16 a 18 de outubro, em Weimar. 

A parceria com os alemães em inovação será levada a duas reuniões de ministros de ciência e tecnologia que serão realizadas de 3 a 6 de novembro, em Pequim, na China, com líderes do G20 e do Grupo Carnegie.
"A Alemanha é um grande parceiro industrial do Brasil. Nós estamos falando de mais de 1,5 mil empresas alemãs no país. Temos uma longa tradição de parceria acadêmica e industrial", diz o secretário. "E precisamos, mais e mais, de nos envolvermos na cooperação bilateral em inovação. A Indústria 4.0, que envolve uma nova revolução industrial, passando pela manufatura avançada, é um tema de grande importância para o país e para o nosso ministério."

Dentro do 34º Encontro Econômico, Prata apresentou o planejamento nacional em Indústria 4.0 durante o 3º Fórum Brasil-Alemanha de Inovação, ao lado do secretário de Inovação e Novos Negócios do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Vinícius de Souza. "Temos trabalhado junto ao MDIC e à Confederação Nacional da Indústria [CNI] na estruturação de uma agenda para fazer frente aos avanços da manufatura avançada. A Alemanha é referência na área e pode ser uma grande parceira nisso."

Prioridades

O fórum de inovação gerou debates entre a CNI, a Federação das Indústrias Alemãs (BDI), o MCTIC, o MDIC e o Ministério Federal de Educação e Pesquisa (BMBF, na sigla em alemão). Segundo o chefe da Divisão de Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Manuel Montenegro, as prioridades levantadas pautaram a 43ª Reunião da Comissão Mista Brasil-Alemanha de Cooperação Econômica, no dia 18. "As nossas temáticas de economia e inovação estão cada vez mais imbricadas", avalia.

Para Montenegro, a união de academia, governo e indústria reforça a diretriz bilateral em cooperar em pesquisa sobre manufatura avançada, tanto nas companhias alemãs instaladas no Brasil quanto nas empresas nacionais interessadas em se inserir no processo de agregação de valor. Também presente em Weimar, ele informa que a Alemanha deve incorporar Indústria 4.0 em sua agenda no G20, já que o país preside a partir de janeiro de 2017 o grupo das 19 maiores economias do mundo somadas à União Europeia.

Ainda na Comissão Mista, Prata expôs as perspectivas brasileiras de desenvolvimento da cadeia produtiva de terras-raras – 17 elementos químicos essenciais para tecnologias digitais como smartphones, aparelhos de ressonância magnética, carros híbridos, catalisadores para refino de petróleo e ímãs de alto desempenho, usados em geradores de energia eólica. Os países iniciaram em 2015 uma parceria para pesquisa em mineração, extração, separação de óxidos, formação de ligas e fabricação final de produtos que incorporam matérias-primas economicamente estratégicas.

O secretário relatou aos alemães que o governo brasileiro prepara um programa de desenvolvimento da cadeia produtiva de terras-raras, para que empresas brasileiras possam aproveitar as reservas nacionais na produção e na exportação de equipamentos de alta tecnologia. De acordo com Montenegro, inicialmente restrita ao BMBF, a parceria pode se estender ao Ministério Federal de Economia e Energia (BMWi). Realizado anualmente, em rodízio entre os dois países, o Encontro Econômico Brasil-Alemanha tem sua 35ª edição marcada para Porto Alegre, em 2017.

Inovação

Prata e Montenegro participam, de 3 a 6 de novembro, em Pequim, da Reunião de Ministros de Ciência, Tecnologia e Inovação do G20 e do 44º Encontro Anual do Grupo Carnegie, que congrega os ministros do G7 – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Itália, França, Japão e Reino Unido – e de países convidados, como África do Sul, Brasil, China, Índia, México e Rússia.

A programação inclui um fórum de negócios com mais de 100 empresas dos países do G20 e uma série de painéis em que ministros e secretários manifestam as prioridades nacionais. "O foco indicado pela China para o evento é identificar a inovação como um antídoto para o crescimento lento", adianta Montenegro. "Toda a economia mundial passa por uma fase de crise, desde 2008, e está se recuperando, mas com grande dificuldade, sem tanto emprego, sem bem-estar e com queda de salários. Isso preocupa porque a gente percebe, no mundo inteiro, um fermento antiglobalização."

Segundo o diplomata, a declaração final do evento em Pequim deve alertar para números da desigualdade mundial: o G20 concentra 90% do Produto Interno Bruto (PIB), 80% do investimento em pesquisa e desenvolvimento e 70% das patentes do planeta. "Então, os chineses, que se tornam a locomotiva da economia, estão apontando o caminho da inovação", explica. 

"Quando sairmos de lá, vamos ter mostrado um rumo que vai se manter e que vai criar novos desafios e oportunidades nessa nossa área, em torno da inovação, porque agora essas questões passam a ter o ouvido das lideranças políticas."
Integram o G20 África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia.