Os Indicadores Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação 2022, documento elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apontam que o país precisa melhorar o ecossistema de pesquisa e desenvolvimento para avançar no ranking de inovação. O estudo apresenta os números mais recentes, que se estendem até 2021, sobre investimento público e empresarial em pesquisa e desenvolvimento, formação de mestres e doutores, alocação de pesquisadores no governo e nas empresas (públicas e privadas), participação na produção global de conhecimento, entre outros.
Os dados seguem os parâmetros metodológicos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), para permitir comparabilidade internacional.
Comparado a 2019, houve queda de 8,2%, em 2020, no investimento em valores totais em pesquisa e desenvolvimento no Brasil. O valor de R$ 95,3 bilhões em 2019 caiu para R$ 87,1 bi em 2020. O investimento considera apenas a execução dos projetos, descontadas as atividades administrativas e de apoio, nos âmbitos público e empresarial (o que engloba empresas públicas e privadas). A queda mais significativa envolve o setor empresarial, que reduziu seu investimento em R$ 9 bilhões.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), percentualmente, o investimento total caiu de 1,21% para 1,14% no período. Neste caso, houve crescimento no dispêndio público de 0,58% para 0,62%, e redução no dispêndio empresarial, que caiu de 0,63% para 0,53%.
Os números apontam que o Brasil caminha na contramão das principais economias globais, como Estados Unidos e China, principais investidores globais, tanto em volume como em percentual em relação ao PIB.
Segundo a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o governo federal tem o compromisso de recuperar os investimentos em ciência e tecnologia e usar a pesquisa e o desenvolvimento para enfrentar os desafios nacionais.
“Desde o início da gestão, estabelecemos como prioridade a recomposição do financiamento da ciência brasileira através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Essa recomposição foi aprovada pelo Congresso Nacional na forma do PLN 01 que abre crédito suplementar no valor de R$ 4,18 bilhões. Com isso, vamos recuperar a capacidade científica do país e investir em projetos estruturantes em áreas estratégicas, que vão criar as condições para o salto no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil”, afirmou.
O estudo também revela que, diferentemente do cenário internacional, o Brasil concentra os pesquisadores em tempo integral nas universidades. Essa constatação pode ser um reflexo de que as empresas brasileiras investem menos em pesquisa e desenvolvimento do que deveriam, o que implica na baixa empregabilidade dos jovens pesquisadores. A falta de perspectivas com a carreira também pode estar no centro da queda da titulação nos cursos de doutorado.
“A formação de doutores reflete no perfil de ocupação dos cargos de gestão de alto nível, por meio dos quais, em geral, é possível inserir ferramentas de inovação nos diferentes setores da economia. O número de doutores em 2021 regrediu pelo menos seis anos, ficando no mesmo patamar de 2016. De 24,4 mil por ano, caiu para 20,1 mil (2020) e 20,7 mil titulados (2021). O número também reflete o impacto da pandemia”, afirma a diretora do Departamento de Governança e Indicadores de Ciência e Tecnologia do MCTI, Mariana Moura.
Outro dado relevante envolve a participação brasileira na produção global de conhecimento. Mesmo tendo aumentado o número total de artigos indexados pela Scopus, que atingiu 94,517 mil em 2021, percentualmente e comparado ao panorama mundial, houve queda de 2,75% para 2,70%.
Confira a íntegra do documento no link.
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