Para manter status no Tratado da Antártica, Brasil precisa investir em pesquisa, alerta cientista

MCTIC

8 de novembro de 2016

Fotos: Heitor Evangelistas /INCT Criosfera

Segundo Jefferson Simões, país integra a lista de 29 nações com direito a decidir o futuro de 10% do planeta. Para isso, pesquisas desenvolvidas no continente gelado devem ser mantidas. "A Antártica é tão importante quando a Amazônia", disse o pesquisador, que coordena o INCT Criosfera e é vice-presidente do Comitê Científico sobre Pesquisa Antártica.

A Antártica é tão importante quanto a Amazônia, afirmou o cientista Jefferson Simões, vice-presidente do Comitê Científico sobre Pesquisa Antártica (Scar, na sigla em inglês). Segundo ele, o continente gelado representa 90% do volume de massa de gelo do planeta. "Isso significa 70% da água potável", enfatizou o pesquisador em palestra realizada nesta segunda-feira (7) no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da Criosfera, ele lembra que, no âmbito do Tratado da Antártica, o Brasil adquiriu o status de membro consultivo, ou seja, é um dos 29 países com direito a decidir o futuro de 10% do planeta. Para Simões, isso significa que o Brasil tem que manter a pesquisa científica que desenvolve na região para não perder o status conquistado no tratado. Ele ressaltou, no entanto, a carência de especialistas em Antártica e a necessidade de formação de pesquisadores. Além disso, reforçou a importância da cooperação internacional para avançar com as pesquisas e promover o conhecimento científico.

Na palestra, o pesquisador lembrou a importância do Módulo Científico Criosfera, instalado no continente gelado e mantido com apoio do MCTIC. Segundo Jefferson Simões, o módulo serve para o monitoramento da química atmosférica e análise meteorológica. O esforço da comunidade científica, informou, é entender as variações climáticas ao longo dos próximos 100 anos e as consequências para o ambiente brasileiro.