MCTIC
11 de novembro de 2016
Titular da Setec apresentou a representantes das principais economias do mundo as ações prioritárias do Brasil voltadas para a inovação. Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia da ìndia (DST) |
Segundo o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, a inovação é imprescindível para o desenvolvimento econômico e social do país. Ele representou o MCTIC em reunião de ministros do G20, em Pequim.
As políticas de inovação são prioridade do governo brasileiro para acelerar o desenvolvimento econômico e social do país. A afirmação foi feita pelo secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Alvaro Prata, durante reunião de ministros do G20, em Pequim, na China. Segundo ele, os países do grupo representam 90% do Produto Interno Bruto, 80% do investimento em pesquisa e desenvolvimento, 70% das patentes, 80% do comércio internacional, dois terços da população e 84% da emissão de gases de efeito estufa do mundo.
"As nossas apresentações afirmaram e reafirmaram a política de perseguir a inovação como uma componente imprescindível para o nosso desenvolvimento econômico e social do Brasil", relatou Prata. "À noite, o ministro da Ciência e Tecnologia da China, Wan Gang, proferiu um discurso para reforçar o papel da inovação como antídoto para o crescimento lento, ao falar da importância destinada por seu Estado à prática de políticas de pesquisa tecnológica."
De acordo com Alvaro Prata, em uma série de quatro sessões, ministros e secretários do G20 explicaram as ações prioritárias de seus países em inovação. "Numa delas, que tratava de empreendedorismo, descrevemos as políticas adotadas pelo Brasil", afirmou, em referência à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), ao Plano Inova Empresa, ao Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos (PNI), ao Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec) e ao Start-Up Brasil. "Ressaltei também as relações bilaterais que mantemos com vários dos países lá presentes e apontei o interesse em nos apoiarmos na boa cooperação internacional na área acadêmica para expandi-la à tecnologia."
Em outra sessão, sobre investimento público-privado em ciência básica e aplicada, o secretário ressaltou as grandes estruturas da pesquisa brasileira, como o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira e o Observatório de Torre Alta da Amazônia (Atto, na sigla em inglês). "Estamos muito abertos a parcerias para compartilhar esses laboratórios. Mencionei, ainda, que, tradicionalmente, temos enviado muita gente para o exterior, mas, mais e mais, temos interesse em receber cientistas e pesquisadores de fora."
Grupo Carnegie
Já no 44º Encontro do Grupo Carnegie, que congrega as pastas científicas do G7 e de países convidados, os ministros discutiram três temas: envolvimento de mulheres em atividades de ciência e tecnologia, engenharia e matemática; mudanças climáticas; e tecnologias para o envelhecimento saudável.
Prata lembrou que as pesquisadoras Carolina Horta Andrade e Elisa Souza Orth venceram as edições de 2015 e 2016 do programa International Rising Talents, após conquistarem o Prêmio L'Oréal Brasil – Para Mulheres na Ciência, distribuído desde 2006 pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Ele apresentou estatísticas de que as mulheres representam mais da metade da população matriculada em cursos superiores e do número de mestres diplomados no país e 60% dos brasileiros com título de doutor obtido no exterior. "No entanto, quando falamos de engenharias, a participação feminina é bem menor. Precisamos corrigir as distorções salariais, já que elas recebem menos em qualquer área. Outro aspecto é a pouca presença de mulheres nos níveis mais qualificados da carreira científica, como nas bolsas de produtividade 1A e 1B do CNPq. A ABC, por exemplo, tem maioria masculina."
Clima
Sobre mudanças climáticas, Prata defendeu uma maior padronização dos inventários nacionais de emissão de gases de efeito estufa, a fim de facilitar a comparação de dados. "Para países em desenvolvimento, precisam ser consideradas questões como indicadores de melhorias socioeconômicas, como saúde e educação. O tema é de extrema importância para o MCTIC, que usa seu desenvolvimento científico e tecnológico a favor de o Brasil alcançar suas metas de redução. Existe um esforço em busca de fontes renováveis, como turbinas eólicas e aproveitamento de várias dimensões da energia solar."
Acerca de envelhecimento saudável, o secretário enfatizou pesquisas em nutrição preventiva e medicina personalizada e levantamentos demográficos para identificar e combater fatores de risco na população brasileira. "É claro que aí nós estamos falando de doenças que não são infecciosas, mas degenerativas ou crônicas", disse. "Os principais problemas ligados a moléstias não transmissíveis que nos afetam são a obesidade, diferentes tipos de câncer e enfermidades cardiovasculares, respiratórias e neuropsiquiátricas." As próximas reuniões de ministérios científicos do G20 e do Grupo Carnegie estão marcadas para 2017, na Alemanha e na Itália, respectivamente.
Brasil-China
Em encontro com o ministro da Ciência e Tecnologia da China, Wan Gang, o secretário conversou a respeito das parcerias bilaterais e da necessidade de agendar a reunião de 2017 do Diálogo de Alto Nível em Ciência, Tecnologia e Inovação. Prata tratou ainda dos interesses comuns em biocombustível, nanotecnologia e espaço. "A expectativa é que possamos fortalecer essas parcerias", apontou. "Nós organizamos em julho um evento em São José dos Campos ligado aos parques tecnológicos. Os chineses têm muito a nos ensinar. Nós assinamos um memorando de entendimento para trabalhos ligados a isso. Em Pequim, reafirmamos a importância de colaborar também nessa área."
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