19 de maio de 2016
Já é quase certo que Marte teve bastante água em sua superfície, num passado distante. Apesar de acreditarem que havia um grande oceano na região nordeste do planeta, cientistas nunca conseguiram encontrar evidencias desta grande bacia, nem mesmo um litoral, traço comum dos lagos terrestres.
Este mistério pode começar a ser resolvido a partir de um estudo publicado na revista Nature Scientific Reports e liderado pelo pesquisador Alexis Rodriguez, do Planetary Science Institute, do estado americano de Arizona. De acordo com a pesquisa, Marte foi castigado por dois gigantescos mega-tsunamis há cerca de 3 bilhões de anos e estes fenômenos, causados pelos impactos de asteroides, espalharam sedimentos pelo planeta, apagando as evidências de costas ou litorais.
Os estudos de Rodriguez o levaram a concluir que o impacto do primeiro corpo estelar formou uma cratera de 30 quilômetros de diâmetro no fundo do oceano de Marte. Ainda segundo o pesquisador, as ondas geradas pela colisão foram de 120 metros de alturas e se espalharam por mais de 250 quilômetros do solo marciano. “Isso deve ter sido bem espetacular”, Rodriguez disse à Nature.
O pesquisador disse que não foi possível calcular o intervalo de tempo entre o primeiro mega-tsunami e o segundo, mas afirmou que, quando o segundo fenômeno aconteceu, o planeta já havia sido atingido por uma rápida e violenta mudança climática, que transformou boa parte da água do planeta em gelo. Então, o impacto do segundo tsunami espalhou sedimentos de água congelada pelo planeta, bagunçando e escondendo ainda mais os traços do antigo oceano.
As evidências destes tsunamis antiquíssimos vieram de análises do solo e de imagens térmicas de duas regiões do nordeste de Marte, a planície Chryse e o planalto Arabia Terra, como pode ser visto na imagem abaixo.
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