MCTIC
28 de setembro de 2016
Taxa de desmatamento cresceu 24% entre agosto de 2014 e julho de 2015 na comparação com o período anterior. Crédito: Ibama |
A área desmatada entre agosto de 2014 e julho de 2015 aumentou 24%. Dados revelam, no entanto, queda de 78% desde 2004, quando foi criado o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal. Nova ferramenta do Inpe vai melhorar a eficiência das ações de fiscalização do Ibama.
A área desmatada na Amazônia Legal no período de agosto de 2014 a julho de 2015 foi de 6.207 quilômetros quadrados (km2), o que representa um aumento de 24% em relação ao período anterior (agosto de 2013 a julho de 2014). Os dados são do Projeto de Monitoramento de Desmatamento da Amazônia Legal (Prodes) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Para o cálculo, o Prodes considera áreas maiores que 6,25 hectares onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal, chamada de corte raso.
Desde 2004, quando foi criado o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), as taxas de desmatamento anual caíram 78%.
Entre 2014 e 2015, os Estados de Rondônia (51%), Mato Grosso (49%) e Amazonas (42%) lideram o crescimento da taxa de desmatamento na Amazônia Legal. Por outro lado, houve redução em Roraima (-29%), Amapá (-19%) e Maranhão (-19%).
A taxa de desmatamento divulgada pelo Inpe é 6,45% maior que a estimativa inicial do instituto de 5.835 km2, divulgada em novembro de 2015. A projeção foi baseada em 96 imagens do sensor Landsat-8/OLI. Para concluir o estudo, o Inpe utilizou 214 imagens do mesmo sensor que foram complementadas com registros fotográficos dos sensores ResourceSat-2/LISS-3 e CBERS-4/MUX.
As imagens selecionadas na estimativa inicial cobriram a área onde foram registrados mais de 90% do desmatamento no período anterior e os 43 municípios prioritários para fiscalização, de acordo com o Decreto Federal 6.321/2007, atualizado em 2009.
O Prodes realiza o monitoramento na Amazônia Legal e produz, desde 1988, as taxas anuais de desmatamento na região, que são usadas pelo governo brasileiro para a definição de políticas públicas. O mapeamento utiliza imagens de satélites Landsat (30 metros de resolução espacial e frequência de revisita de 16 dias) ou similares, numa combinação que busca minimizar a cobertura de nuvens.
Nova ferramenta
O Inpe está aperfeiçoando o sistema de monitoramento do desmatamento na Amazônia. Por meio de uma nova ferramenta, o Deter-B, é possível gerar alertas praticamente em tempo real, orientando a fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Baseada em dados de satélite com resolução de 60 metros, a tecnologia é capaz de discriminar polígonos superiores a 6,25 hectares, revelando o corte raso, desmatamento com vegetação, áreas de mineração ilegal, cicatrizes de incêndio florestal e corte seletivo.
O novo sistema é um aprimoramento do Deter lançado em 2004, que identifica ocorrências de desmatamento e degradação na Amazônia a partir de 25 hectares por meio de sensores com resolução de 250 metros.
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