MCTIC
28 de setembro de 2016
Empreendimento da INB em Caetité, na Bahia. Crédito: Ascom/MCTIC |
Com as obras para implantação da Mina do Engenho e a retomada da exploração na Mina da Cachoeira, INB dá um passo importante para garantir a autossuficiência e o abastecimento das usinas de Angra. "Isso vai consolidar ainda mais o fornecimento de energia por usina nuclear", diz diretor da INB.
Para restabelecer a produção de urânio no país, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) vão começar a explorar, em maio de 2017, a Mina do Engenho, localizada no município de Caetité (BA), a 600 quilômetros de Salvador. A previsão inicial é uma produção de 165 toneladas já no ano que vem. Além disso, a INB prepara a exploração subterrânea da Mina da Cachoeira. Juntas, elas devem fornecer 800 toneladas de urânio por ano em 2022, quando as duas obras estiverem prontas. No total, o investimento será de R$ 571 milhões.
"O empreendimento é essencial para o Programa Nuclear Brasileiro, que tem o objetivo de restabelecer a produção de urânio e atingir, em breve, a autossuficiência, fator preponderante para atender as usinas de Angra 1, 2 e 3 futuramente", ressaltou o diretor de Recursos Minerais da INB, Laercio Aguiar da Rocha.
O projeto de mineração em Caetité começou no ano 2000 com a exploração da Mina da Cachoeira a céu aberto. Após 15 anos, os recursos se esgotaram, e a INB trabalha agora para iniciar a exploração subterrânea.
O diretor da INB explicou que as obras dependem do repasse de recursos do governo federal. Se o cronograma de desembolso for cumprido, a INB vai recompor a sua produção de urânio em 2020, voltando a atingir a capacidade instalada de produção de 400 toneladas por ano. Com a ampliação dos empreendimentos, a capacidade instalada da INB aumenta para 800 toneladas por ano a partir de 2022, o que significa uma significativa redução da importação do produto, garantindo o abastecimento da demanda das usinas de Angra 1, 2 e 3, quando em operação.
"Isso vai consolidar ainda mais o fornecimento de energia por usina nuclear", disse Laercio.
Ele acrescentou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já concedeu a licença ambiental e a autorização para a instalação da futura Mina do Engenho, que será explorada, inicialmente, a céu aberto. "O empreendimento requer a ampliação da unidade de produção da URA [Unidade de Concentrado de Urânio]. Hoje, temos cerca de 580 colaboradores na unidade, mas precisaremos de mais 200 postos de trabalho, com a ampliação do empreendimento", disse.
As obras incluem a construção de uma estrada e de um viaduto para o transporte do urânio, o prédio que abrigará a área administrativa, restaurante, oficina, posto de combustível e ponto de controle de radioproteção.
Conservação
Antes do início dos trabalhos para a implantação da futura Mina do Engenho, a INB realizou um levantamento para identificar as espécies nativas da flora e da fauna da região. "A partir desse levantamento, foram planejadas todas as ações que vamos realizar antes e durante a supressão da vegetação para reduzir os impactos para os animais que moram naquele local", explicou o biólogo Adriano Pires.
Segundo ele, cerca de 230 espécies de animais foram identificadas, a maioria do grupo dos répteis, como cobras e lagartos. "Todos os animais têm que ser considerados, porque todos têm um papel a cumprir nesse ecossistema."
Isso também vale para as plantas nativas. "Antes da supressão da vegetação, ocorreu o trabalho da equipe de meio ambiente da INB, que resgatou mudas e sementes de plantas e as transplantou para outro local", explicou o engenheiro agrônomo João Paulo Mendes, destacando a coleta de 20 quilos de sementes e 1,7 mil mudas.
O material, levado para um horto, será usado para o replantio na própria região da Mina do Engenho.
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