sexta-feira, 18 de março de 2016

Imagens do Hubble revelam 'estrelas-monstro' em aglomerado estelar

G1
18 de março de 2016

Imagem mostra a região central da Nebulosa da Tarântula na Grande Nuvem de Magalhães. o aglomerado estelar R136 pode ser visto no canto direito inferior da imagem (Foto: NASA, ESA, P Crowther/University of Sheffield)


Técnica combinou dados de dois instrumentos do telescópio espacial. Aglomerado R136 tem 9 estrelas mais de 100 vezes mais massivas que Sol.

Uma técnica que combinou imagens feitas com dois instrumentos do Telescópio Espacial Hubble revelou dados inéditos sobre o aglomerado estelar R136, que fica na Nebulosa da Tarântula, na Grande Nuvem de Magalhães, galáxia-anã que fica a cerca de 170 mil anos-luz da Terra.

Além de revelar que o aglomerado tem dezenas de estrelas com mais de 50 vezes a massa do Sol, o estudo também descobriu que nove dessas estrelas são mais de 100 vezes mais massivas que o sol: são as "estrelas-monstro".
Segundo os pesquisadores, o brilho dessas nove estrelas superam em 30 milhões de vezes o brilho do Sol.

O estudo envolveu uma combinação de imagens feitas pela Câmera de Campo Largo 3 (WFC3) e pelo Espectrógrafo de Imagens do Telescópio Espacial (STIS), ambos instrumentos a bordo do Hubble. Desta forma, foi possível dissecar a radiação ultravioleta do jovem aglomerado de estrelas.

"A habilidade de distinguir luz ultravioleta de uma região tão excepcionalmente lotada em suas partes componentes, identificando as assinaturas de estrelas específicas, só foi possível com os instrumentos a bordo do Hubble", exlica Paul Crowther, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, principal autor do estudo.

Sobre a origem das estrelas-monstro, a pesquisadora Saida Caballero-Nieves, uma das autoras do estudo, explica: "Houve sugestões de que essas estrelas-monstro resultam da fusão de estrelas menos extremas em sistemas binários próximos. Do que sabemos da frequência das fusões massivas, este cenário não pode explicar todas as estrelas realmente massivas que vemos na R136, então o que parece é que essas estrelas podem ter se originado do processo de formação das estrelas."

O estudo foi publicado nesta quinta-feira (17) na revista "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society".

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