MCTIC
30 de dezembro de 2016
O chefe da Divisão Serviço da Hora do Observatório Nacional, Mário Fittipaldi, explica que todos os relógios atômicos do mundo ganharão um segundo a mais no dia 31 de dezembro. Crédito: ON |
A mudança será feita neste sábado (31) para ajustar a defasagem entre a velocidade de rotação da Terra e a hora oficial do planeta, o chamado "leap second". A alteração evita transtornos em diferentes setores.
No último dia do ano, o Observatório Nacional (ON) fará o ajuste de um segundo para ajustar uma pequena defasagem entre a velocidade de rotação da Terra e a hora oficial do planeta. O fenômeno conhecido como "leap second" (segundo intercalado, na tradução do inglês) acontece periodicamente com o acréscimo de um segundo à hora oficial. O último ajuste foi feito em 30 de junho de 2015.
"O leap second consiste em acrescentar um segundo em todos os relógios atômicos do mundo.
Quando a diferença entre o tempo solar acumula um segundo, temos que fazer o ajuste no relógio para ficar o mais próximo possível do tempo do Sol. No dia 31 de dezembro, todos os relógios atômicos do mundo ganharão um segundo a mais", explica o chefe da Divisão Serviço da Hora (DHSO) do Observatório Nacional, Mário Fittipaldi.
O fenômeno acontece por causa das variações no acúmulo dos dias, alterações na velocidade de rotação da Terra, e efeitos gravitacionais do Sol, da Lua e dos planetas. Terremotos, deslocamentos de massas de terra e outros fenômenos também interferem.
Segundo Fittipaldi, um erro nessa escala de segundo ou, simplesmente, deixar de ajustar os relógios do mundo pode gerar consequências desastrosas, afetando o uso da internet, a navegação marítima e até o mercado financeiro.
"Se não tomar os devidos cuidados, pode causar muitos problemas para diversos setores. Por exemplo, temos serviços de sincronismos certificados. A hora tem rastreabilidade com a do Observatório Nacional. Se nesse período de inconsistência da hora em um segundo, alguém fizer uma transação eletrônica e tiver variação de segundo, o banco e o usuário poderão ter problemas no registro da transação", informa.
Relógio atômico
Desde 1967, a definição internacional do tempo baseia-se em um relógio atômico, assim como os relógios, satélites e aparelhos de última geração. O equipamento é considerado o mais preciso já construído pelo homem. Seu funcionamento, como o próprio nome diz, depende do uso de átomos. No Brasil, os relógios atômicos utilizam partículas atômicas de Césio 133.
"O césio tem a propriedade física de ser muito estável. É a estabilidade do padrão atômico que dá essa precisão e estabilidade ao relógio", diz Fittipaldi.
Desde 1850, o Observatório Nacional tem a responsabilidade de preservar, disseminar e dar manutenção da Hora Legal Brasileira (HLB). "Mantemos em funcionamento contínuo os 11 relógios atômicos. Temos nove instalados no Rio de Janeiro, um no prédio do Supremo Tribunal Federal [STF], em Brasília, outro no Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR [NICBR], localizado em São Paulo, e mais um em datacenter também no Rio de Janeiro. Esses relógios fazem parte da nossa rede de modo a garantir os serviços de hora. O Observatório mantém sob a sua guarda os padrões da hora e a conserva através de escala de tempo a partir do conjunto de relógios", afirma.
Para saber a hora certa, basta acessar esta página e clicar no link "acerte seu relógio". Também está disponível na internet a Rádio DSHO/ON, que oferece os enunciados de dez em dez segundos da Hora Legal Brasileira, de acordo com o respectivo fuso horário de cada região do território nacional.
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