Gazeta Russa, via AEB
6 de dezembro
Foto: Roscosmos (Agência Espacial Russa) |
Explosão de veículo Soyuz-U na semana passada reacende discussão sobre riscos e frequência de acidentes espaciais. Novo desastre impediu que nave espacial portasse mantimentos à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
Maior parte dos restos da nave se desintegrou na atmosfera, e alguns fragmentos caíram na Terra
O foguete lançador Soyuz-U que portava a nave espacial russa Progress MS-04 fez uma decolagem bem-sucedida na última quinta-feira (1º) a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. Após seis minutos, porém, o veículo perdeu a telemetria, desintegrando-se a uma altitude de 190 quilômetros em um território desabitado.
Segundo especialistas da agência especial russa Roscosmos, o incidente pode ter ocorrido devido à colisão de uma partícula ou a um defeito na montagem do motor. As razões específicas para o acidente ainda não foram esclarecidas.
Os especialistas acrescentaram, no entanto, que a taxa de acidentes de lançamento do Soyuz-U é baixa segundo os padrões da indústria espacial, embora sempre haja uma probabilidade de erro em cada lançamento.
“É uma situação muito comum”, disse à Gazeta Russa o diretor do Instituto de Política Espacial, Ivan Moisséiev.
“Até hoje foram realizados 776 lançamentos de Soyuz-U e este foi o acidente número 22, ou seja, o índice de ocorrências desse tipo é de 2,8%. Em geral, a taxa considerada aceitável para uma sonda não tripulada é de 5%”, acrescentou o especialista.
De acordo com o Instituto de Política Espacial, 87 lançamentos foram realizados este ano em todo o mundo, entre os quais registrou-se 3 acidentes envolvendo lançadores: um nos Estados Unidos, um na China e agora na Rússia.
No caso dos EUA, o acidente ocorreu em 1º de setembro, quando o lançador Falcon 9, que transportaria o satélite de telecomunicações AMOS-6, explodiu na plataforma de lançamento. Já na China, apesar de nenhum comunicado oficial ter sido divulgado, sabe-se que o incidente aconteceu em 31 de agosto e envolveu o lançador RN CZ-4S que carregava a bordo um satélite de observação Gaofen-10.
Em 2015, especialistas russos aventaram uma possível “crise sistêmica” na indústria espacial do país depois de dois acidentes envolvendo lançadores. Na época, o vice-primeiro-ministro Dmítri Rogôzin, que é também chefe do setor espacial russo, disse que o problema poderia ser resolvido por meio de uma reforma administrativa na indústria e com maior controle tecnológico das empresas envolvidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Escreva sua mensagem.