MCTIC
3 de agosto de 2017
Os ministros Gilberto Kassab e Lino Barañao participaram da reunião do Comitê Executivo Brasil-Argentina em Ciência, Tecnologia e Inovação. Crédito: Ascom/MCTIC |
Para os ministros Gilberto Kassab e Lino Barañao, parceria científica contribui para a consolidação das relações entre os dois países. "Vamos encontrar soluções e dar importantes respostas que a humanidade precisa", afirmou Kassab.
Brasil e Argentina firmaram, nesta quinta-feira (3), um acordo para estabelecer parcerias e trocar experiências em ciência, tecnologia e inovação pelos próximos cinco anos. O documento foi assinado entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina (MINCyT) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), durante a primeira reunião do Comitê Executivo Brasil-Argentina em Ciência, Tecnologia e Inovação.
No encontro, o ministro Gilberto Kassab destacou a importância da retomada da cooperação entre Brasil e Argentina em ciência e tecnologia. "Em conjunto, vamos encontrar soluções, formar melhor nossos recursos humanos e dar importantes respostas que a humanidade precisa."
Kassab reforçou que a parceria consolida a relação entre os dois países e anunciou a visita de uma delegação do MCTIC à Argentina em outubro.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina, Lino Barañao, alertou que o mundo passa por mudanças e enfrenta desafios, como a demanda por alimentos e por empregos. "Não há outro caminho que a aplicação da tecnologia para obter uma produção agrícola sustentável. Os empregos do futuro estão associados às tecnologias, à criatividade e à educação."
Acordo
O memorando de entendimento assinado entre Finep e MINCyT prevê a realização de atividades conjuntas em temas de interesse mútuo e o apoio a instituições de ciência e tecnologia e a empresas dos dois países. As ações vão abranger diversas áreas do conhecimento, com ênfase em energias renováveis, meio ambiente, agroindústria, bioeconomia, saúde e oceanografia, levando em conta as tecnologias da informação e comunicação (TICs), biotecnologia e nanotecnologia.
O documento estabelece o lançamento de chamadas públicas conjuntas; o apoio a projetos de pesquisa; o intercâmbio de pesquisadores e estudantes para utilização de laboratórios e execução de projetos conjuntos; a organização de seminários, workshops, simpósios e outros eventos de interesse mútuo para promover a interação entre instituições relevantes; o intercâmbio de informações, procedimentos e melhores práticas relativas às políticas e estratégias de CT&I; e a organização de visitas para o estabelecimento de redes.
Cooperação
Durante a reunião bilateral, representantes do Brasil e da Argentina apresentaram propostas de ações conjuntas e relataram as experiências desenvolvidas em dez áreas: inovação industrial; nanotecnologia; oceanos; bioeconomia; ciências humanas e sociais; desertificação, biodiversidade e desenvolvimento; e colaboração em projetos de pesquisa e atividades científicas.
No encontro, foi anunciado o relançamento das atividades do Centro Brasileiro‐Argentino de Nanotecnologia (CBAN) e feito um balanço dos 30 anos de atividade do Centro Brasileiro-Argentino de Biotecnologia (Cabbio). O projeto é uma parceria entre o Brasil e a Argentina, com participação do Uruguai desde 2011. Em três décadas de atuação, já foram oferecidos 442 cursos e mais de 5 mil pessoas capacitadas pelo centro.
Na reunião, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges, apresentou a proposta de um memorando de entendimento para ser assinado com o Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina (Conicet). A intenção é que o documento seja assinado em 2018, quando as duas instituições completam 50 anos de parceria, com mais de 500 projetos de colaboração no período. "Temos a intenção forte e sólida de ampliar e fortalecer essa parceria", destacou.
Ao avaliar as discussões realizadas pelo comitê bilateral, o presidente do Conicet, Alejandro Ceccatto, recomendou que o entusiasmo demonstrado pelos participantes durante o encontro seja seguido por ações concretas o mais rápido possível. Ele também defendeu que, além das ações de cooperação, Brasil e Argentina idealizem e executem um projeto conjunto de grande envergadura.
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