AEB
22 de março de 2017
Ronne Toledo faz parte do time de engenheiros brasileiros que integrou o processo de absorção e transferência de tecnologia do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). Ele atuou na produção dos painéis estruturais do módulo de serviço, mais especificamente dos painéis de bateria — em conjunto com a empresa Cenic — o que foi, para ele, a contribuição mais prazerosa no desenvolvimento do satélite.
Durante o tempo que ficou em Cannes, na França, Toledo participou do pacote de serviço de Engenharia de Sistemas. “Passamos por uma fase de treinamento inicial com cursos básicos oferecidos a todos e, em uma segunda fase, participamos de cursos específicos associados ao pacote de trabalho ao qual havíamos sido designados”, afirma o doutor e mestre em Engenharia Mecânica.
Ao final desse treinamento, que durou cerca de três meses, o grupo brasileiro foi integrado à equipe de funcionários da Thales, empresa contratada para a construção do satélite. Neste período, a equipe contava com um tutor, engenheiro da Thales, que era responsável em distribuir e acompanhar o cumprimento das tarefas.
Sobre trabalhar na Thales, Toledo afirma que os franceses são profissionais de extrema eficiência e organização, além de um forte senso de trabalho em equipe, apresentam comprometimento e responsabilidade muito sérios com o trabalho.
Para ele, precisamos apenas absorver um pouco dessa postura profissional francesa, de eficiência e organização. “Acho que com isso, o gigante brasileiro iria dar saltos largos em direção à ordem e ao progresso”, conta Toledo.
Foco – De volta ao Brasil desde novembro passado, Toledo conta que, com essa experiência, sua vida profissional se enriqueceu muito. “Antes eu tinha uma visão um pouco acadêmica do mundo, mas essa experiência me ajudou a ver o mundo com uma visão mais pragmática e focada no resultado ao invés da forma”.
Com o lançamento do satélite, o Brasil tem a chance de aumentar o nível técnico de alguns de seus funcionários e o conhecimento adquirido já está sendo replicado em um processo de capacitação interna. “Além do ganho técnico, a Nação brasileira ganhou com a sinergia e integração de funcionários de diferentes instituições nacionais que agora podem continuar trabalhando em projetos subsequentes”, ressalta Toledo.
O SGDC está previsto para ser lançado no dia 22 de março. Ele vai operar nas bandas X e Ka. A primeira representa 70% da capacidade total do SGDC e será usada para prover internet banda larga às regiões mais remotas do Brasil. A banda X — os outros 30% — será destinada ao uso militar. Os benefícios indiretos do satélite talvez sejam imensuráveis: “Levar comunicação significa levar educação a distância, saúde, negócio e segurança. Significa levar à Nação aonde for necessário, significa inclusão social” finaliza Toledo.
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