O Vale
24 de abril de 2016
Pesquisadores estudam explosão de estrelas supernovas. Foto: Alan Collet/O VALE. |
Estudo realizado na Univap (Universidade do Vale do Paraíba), em São José dos Campos, buscar medir grandes distâncias no universo usando-se o brilho gerado por explosões de estrelas supernovas do tipo Ia, que por sua vez são resultado de explosão de uma estrela anã branca (saiba no final do texto).
A luz nestas explosões chega a ser 5 bilhões de vezes mais intensa do que o Sol, permitindo usá-la como instrumento conhecido pelos astrônomos como vela padrão. Com isso, a pesquisa ajudará a descobrir em que escala de tempo o espaço tem aumentado de tamanho.
No estudo, os pesquisadores da Univap têm acesso remoto aos maiores observatórios do mundo, como o Soar e o Gemini, respectivamente no Chile e no Havaí, o que impulsiona a análise das estrelas.
Segundo Alexandre Soares, pesquisador e professor da Univap que estuda as supernovas do tipo Ia, observa-se da Terra centenas de estrelas brilhando no céu, mas é difícil precisar quais ainda estão acesas hoje.
Além disso, existem mais de 200 bilhões de estrelas só na Via Láctea, com bilhões de outras galáxias no espaço, e nelas vivem distintas estrelas. Soares explica que as supernovas do tipo Ia, em sua maioria, convivem com outra estrela companheira.
Um fenômeno, ainda em estudo, transfere massa de um corpo para o outro ocasionando um excesso de massa, dando origem a uma violenta explosão, gerando uma luz muito intensa.
Esse brilho é utilizado para determinar a que distância estão outros objetos espaciais.
"Isso acontece porque as anãs brancas, que são estrelas que já chegaram ao fim de suas vidas, sugam a massa de outra estrela que está ao lado", diz Soares, que já foi residente do observatório Soar, no Chile.
"Há um limite de massa que uma estrela suporta, chamado de limite de Chandrasekhar. Ele é de 1,4 vezes a massa do Sol. Quando esse limite é alcançado, a estrela explode. A conclusão de que o universo está em expansão acelerada foi baseada nas explosões deste tipo de supernovas", completa.
O estudo em desenvolvimento na Univap busca entender quais tipos de estrela dão origem às supernovas do tipo Ia. Atualmente, os pesquisadores da universidade têm garantidos 30% do tempo para utilizarem o Soar e 6%, para o Gemini. O Brasil é sócio nos consórcios que construíram ambos os observatórios.
Segundo Soares, são em torno de 370 horas para trabalhar no Soar em um semestre, o que equivale a mais de US$ 240 mil. "Daqui da Univap, é possível utilizar remotamente, via computador, os telescópios e fazer as observações. Os alunos participam disso e já desenvolvem seus projetos", conta o pesquisador.
"Tudo demora muitos anos para acontecer na astronomia, por isso é importante que esses futuros astrônomos estejam em contato permanente com essa realidade", afirma.
Supernovas
Objetos celestes com luz extremamente intensa e com duração de apenas alguns meses
Tipo Ia
Subcategoria de supernova resultado de violenta explosão de estrela anã branca
Anã branca
Resíduo de estrela que completou o seu ciclo de vida normal e cessou sua fusão nuclear
Soar
Telescópio no Chile com espelho principal de 4,1 metros de diâmetro que pode captar luz visível e raios infravermelhos
Gemini
Observatório no Havaí com dois telescópios gêmeos, com espelhos primários de 8 metros de diâmetro, que operam no óptico e no infravermelho
univap
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