Baseado em artigo de Camila Raposo - UFRGS
Capturado do Blog Brazilian Space
06 de abril de 2016
As anãs brancas são o estágio final da evolução da maioria das
estrelas, mas é incerto de onde esta estrela tirou seu oxigênio.
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Uma equipe de astrônomos brasileiros e alemães identificou, pela primeira vez, uma estrela anã branca com atmosfera dominantemente composta por oxigênio.
O surpreendente é que, diferentemente das anãs brancas conhecidas até agora, que possuem atmosferas dominadas por hidrogênio e hélio, a nova estrela não possui traços de nenhum dos dois elementos.
A descoberta foi feita quando dados do rastreio SDSS (Sloan Digital Sky Survey) foram vasculhados por Kepler Oliveira e Gustavo Ourique, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Detlev Koester, da Universidade de Kiel, na Alemanha.
Os resultados surpreendentes foram publicados pela revista Science.
Anã Branca
Estágio final da evolução de todas as estrelas que nascem com 8 a 11 massas solares - dependendo de suas composições iniciais -, as anãs brancas possuem brilho tênue, porte pequeno e uma densidade extremamente alta. Essa é a última etapa da vida da maioria das estrelas.
Cerca de 80% das anãs brancas possuem atmosferas dominadas por hidrogênio, e o restante tem o hélio como principal componente. Isso acontece porque, por sedimentação, os elementos mais pesados vão para as camadas inferiores, e os mais leves vão para as camadas mais altas.
A atmosfera da nova estrela descoberta, entretanto, é dominada por oxigênio e apresenta traços de neônio e magnésio, o que indica que não pode haver hidrogênio, hélio ou carbono em sua composição - todos mais leves do que o oxigênio.
Modelos de Evolução das Estrelas
De acordo com o Kepler, a estrela desafia os modelos de evolução estelar existentes, que não preveem um objeto como o observado. Os modelos atuais preveem que uma mistura de oxigênio, neônio e magnésio seja encontrada em um pequeno número de estrelas, através da queima nuclear de carbono. No entanto, as anãs brancas formadas por este processo costumam ser muito mais pesadas.
"Se nem o núcleo deveria ser de oxigênio para massas menores que uma massa solar, muito menos a atmosfera," enfatiza Kepler.
Assim, está aberta a temporada de hipóteses para explicar a estrela com atmosfera de oxigênio, hipóteses que levarão à reescrita dos modelos de evolução estelar.
Bibliografia:
A white dwarf with an oxygen atmosphere
S. O. Kepler, Detlev Koester, Gustavo Ourique
Science
Vol.: 352, p. 67-69, 2016
DOI: 10.1126/science.aad6705
Fonte: Site Inovação Tecnológica - http://www.inovacaotecnologica.com.br/
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