Agência ABIPTI
30 de junho de 2017
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quinta-feira (29), em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, sobre a importância de o Congresso Nacional se debruçar com maior efetividade nos assuntos referentes às Forças Armadas, e dessa forma, evitar ameaças ao Brasil, como ataques cibernéticos e ameaças terroristas. Isso inclui a necessidade de investir em projetos estratégicos para o setor.
De acordo com Jungmann, a maioria dos projetos de defesa do país tiveram cortes de recursos devido à crise econômica, sofrendo atrasos. “Para que nós mantivéssemos o cronograma, eu diria que algo ao redor de R$ 16 bilhões nos próximos anos seria o suficiente, para que ainda não os atrasasse mais, já que eles são fundamentais para a capacidade operacional das Forças”, disse.
Um exemplo citado pelo ministro foi a importância do submarino brasileiro de propulsão nuclear (SN-Br), que sofreu atrasos em sua entrega devido aos contingenciamentos no orçamento da pasta. O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), que viabilizará o submarino nuclear, precisaria de aproximadamente R$ 2,4 bilhões para cumprir todas as metas. Mas nos últimos dois anos operou com R$ 1,2 bilhão a R$ 1,3 bilhão.
“Nós temos hoje 260 plataformas em petróleo e pré-sal. É bom lembrar que na Guerra das Malvinas, em 1982, toda a esquadra da Marinha argentina não saiu dos portos por causa de um submarino nuclear”, lembrou.
Jungmann também chamou atenção dos senadores com relação à questão da segurança nas fronteiras e falou sobre as ações das Forças Armadas na região, como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), do Exército, que precisa de mais recursos para avançar, e a operação Ostium, da Força Aérea Brasileira (FAB), que reforçou o monitoramento aéreo com o uso de radares impedindo que aeronaves não autorizadas circulem entre os países fronteiriços.
Para o ministro, as ações de Defesa devem estar inseridas no projeto de desenvolvimento nacional, com previsão orçamentária compatível às responsabilidades das Forças Armadas. “Projetos estratégicos de alta tecnologia exigem maturação e previsibilidade de recursos”, comentou Jungmann, ao pontuar que o conhecimento tecnológico de Defesa não é compartilhado entre países e precisa ser desenvolvido em território nacional.
Base de Alcântara
Outro tema abordado na reunião foi o uso da base de lançamento de Alcântara (MA). Segundo o ministro, o Brasil deixa de arrecadar US$ 1,5 bilhão por ano pelo não uso da base, que está parada desde 2001. Jungmann defende que país não pode repetir o equívoco de atrelar a base a um único parceiro, como fez com o acordo de parceria com a Ucrânia.
Ele afirmou que o governo não cogita ter apenas um país parceiro em torno da base, por entender ser esta a melhor forma de evitar ações buscando inviabilizá-la, por razões de concorrência comercial. “Nesta nova concepção nós vamos trabalhar com China, Rússia, EUA, Israel, França, com empresas nacionais, seja quem for. Já estamos negociando com qualquer país que tenha interesse, não haverá monopólio”, ressaltou.
Jungmann acrescentou que a minuta definindo um novo modelo de uso para a base será em breve encaminhada ao Congresso Nacional, e pediu a compreensão da oposição para que o veja como sendo de "interesse nacional". O ministro avalia a Base de Alcântara como "a melhor do hemisfério", a mais econômica, capaz de colocar o país no lucrativo mercado de lançamento de satélites.
(Agência ABIPTI, com informações do Ministério da Defesa, TV Senado e Agência Senado)
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