Paulo Afonso Barros
4 de maio de 2017
Equipe do INPE - Foto: Arquivo pessoal do Paulo Afonso Barros/via Facebook |
A Terceirização do monitoramento da Amazônia é apenas mais um escândalo envolvendo o serviço público em prejuízo dos interesses nacionais.
A redundância desse serviço não se justifica, ao contrário, por si só denota desperdício de dinheiro público em tempos de escassez.
O INPE é uma instituição renomada e ainda possui um corpo de pesquisadores reconhecidos internacionalmente, a política de transferir suas atividades fins para a iniciativa privada, sem discussão com a sociedade civil e técnicos reconhecidos da área, carece de um mínimo de bom senso.
A grande mídia investigativa e consequente prestaria um imprescindível serviço à nação se desnudasse o que está por trás dessa ignomínia, ou essa é uma questão menor?
O Brasil poderia ser hoje uma nação autossuficiente em pesquisa e desenvolvimento em meio ambiente e áreas correlatas, contudo, o INPE e outros institutos de pesquisa brasileiros, além das universidades federais, vem sendo sucateados já há vários anos.
Certamente o problema da pesquisa no Brasil não está localizado apenas na questão de recursos financeiros, a burocracia e os burocratas seguem à frente ditando regras e se juntam aos políticos do momento, muitos deles, nascidos nas décadas de 20/30, teimam em não largar o ofício de misturar público e privado e insistem em passar o feudo para suas próximas gerações e/ou agregados.
Não se pode eximir os gestores dos institutos de pesquisa e das universidades federais de aperfeiçoamento de seus processos.
A não reposição de pessoal no INPE não é inexplicável, o fato de Gilberto kassab ser o 21º Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, que inseriu (?) Comunicações, já sob a batuta de Michel Temer, é um indicativo relevante do ontem e do hoje que, definitivamente, não pode ser o nosso amanhã.
A cada servidor que sai do INPE e dos institutos de pesquisas, bem como das universidades federais, por aposentadoria em razão de tempo de serviço ou invalidez ou óbitos, sem a respectiva reposição, míngua, mas não morre a esperança de um Brasil melhor, ainda há tempo.
Por ora os defensores da terceirização de tudo no Brasil estão vencendo e se arvoram em ser a salvaguarda de um país moderno, diria que o tempo mostrará, todavia nós não o temos tanto quanto precisamos.
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