Agência ABPTI
Leandro Cipriano
24 de abril de 2017
Pesquisa com entidades brasileiras de CT&I avaliou a colaboração internacional entre o Brasil e a UE - Foto: Divulgação/internet |
O consórcio internacional INCOBRA realizou um estudo, fruto de uma pesquisa com entidades brasileiras de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), para avaliar a colaboração internacional entre o Brasil e a União Europeia (UE) nesse setor. O objetivo é aprimorar as atividades de cooperação em pesquisa e inovação (P&I) entre as regiões e superar os obstáculos que impedem a participação mais ativa dos atores brasileiros nos programas europeus de CT&I, entre eles, o Horizonte 2020.
Pelo levantamento, cerca de 74% das instituições entrevistadas responderam “não” à pergunta: "Você já participou de alguma chamada bilateral que apoia a colaboração entre o Brasil e um país europeu?". Além disso, quase 90% dos entrevistados responderam que nunca tinham apresentado qualquer projeto a programas como o Horizonte 2020 e apenas 10% das instituições brasileiras apresentaram um projeto em parceria com a União Europeia.
O estudo concluiu que dentre as organizações brasileiras que apresentaram projetos no campo da CT&I, e que responderam ao questionário, poucas foram em programas bilaterais entre o Brasil e um Estado-Membro europeu. Quando se trata de programas de maior destaque da UE, como o Horizonte 2020, a percentagem de participação fica ainda mais baixa. “Dessa forma, dentre as instituições investigadas, pode-se concluir que existe uma baixa taxa de participação dos atores brasileiros de ciência, tecnologia e inovação no âmbito desses programas”.
O levantamento abrangeu uma ampla gama de aspectos, que incluíram desde as barreiras e dificuldades relacionadas com a preparação e apresentação das propostas, até as medidas que poderiam potencialmente aumentar a participação das organizações brasileiras. De acordo com o estudo, “os dados demonstram uma clara necessidade de campanhas de conscientização para informar as organizações brasileiras sobre as oportunidades de parceria que os projetos da União Europeia representam”.
A pesquisa também apontou que o atual estado de apoio organizacional na aplicação de projetos da UE com o Brasil já é um “ponto de estrangulamento” para futuras colaborações. Nesse aspecto, o INCOBRA destaca que está posicionado para ajudar as organizações parceiras a criar redes de apoio para projetos internacionais. “Por meio de reuniões e construção de redes, pretende-se fazer com que os participantes sejam capazes de encontrar parceiros adequados e mentores que possam ajudar uns aos outros na superação dos desafios”.
Os dados utilizados para a análise provêm de um levantamento desenvolvido pela equipe do INCOBRA, tendo como base as organizações que apresentaram propostas dentro dos programas nacionais brasileiros de apoio à ciência, tecnologia e inovação entre 2007-2016. Cerca de 1.788 instituições brasileiras receberam o convite para pesquisa on-line em junho de 2016. Desse total, 1.532 são pequenas, médias ou grandes empresas, e 256 são universidades e centros de pesquisa públicos/privados.
Sobre o INCOBRA
O consórcio internacional é formado por 14 instituições – sete europeias e outras sete do Brasil. O projeto é financiado pelo Programa Horizonte 2020, iniciativa da União Europeia cujo objetivo é financiar projetos de pesquisa e inovação até 2020.
Coordenado pela Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI), o projeto busca construir uma estrutura capaz de facilitar a interação entre entidades brasileiras e europeias de CT&I.
Para garantir êxito nos seus objetivos e o efetivo impacto das suas atividades, o INCOBRA conta com um grupo de stakeholders formado por diferentes interessados como empresas, instituições de ciência e tecnologia (ICTs) e universidades. Os membros deste grupo são informados em primeira mão das notícias e informações de eventos no Brasil e na Europa, bem como tem acesso a uma ferramenta de matchmaking.
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