INPE
10 de fevereiro de 2017
SCD-1 - Foto: INPE |
Em 9 de fevereiro o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados) completou 24 anos em órbita. Primeiro satélite desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o SCD-1 mantém a retransmissão de informações ambientais para o monitoramento das bacias hidrográficas, das marés, meteorologia, planejamento agrícola, estudos sobre mudanças climáticas e desastres naturais, entre outras aplicações.
Embora com limitações, o satélite continua operacional e cumprindo sua missão de coleta de dados ambientais, mais de duas décadas após seu lançamento, em 1993. Na época, o primeiro satélite brasileiro tinha expectativa de apenas um ano de vida operacional. A longevidade do SCD-1 comprova o alto grau de competência técnica não só das equipes de engenharia espacial e de integração e testes que participaram do desenvolvimento do satélite, como também das equipes de operação em voo do Centro de Rastreio e Controle de Satélites do INPE.
Em seu aniversário de 24 anos, o SCD-1 completou um total de 126.714 órbitas, tendo percorrido uma distância da ordem de 5.650.893.410 quilômetros, o que corresponde, por exemplo, a nada menos que 7.435 viagens de ida e volta à Lua.
O lançamento do SCD-1 colocou o Brasil entre as nações que efetivamente dominam o ciclo completo de uma missão espacial desde sua concepção até o final de sua operação em órbita. Marcou ainda o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, que fornece informações para instituições nacionais governamentais e do setor privado que desenvolvem aplicações e pesquisas em diferentes áreas, como previsão meteorológica e climática, estudo da química da atmosfera, controle da poluição e avaliação do potencial de energias renováveis.
Dados
O Sistema Brasileiro de Coleta de Dados é baseado em satélites de órbita baixa que retransmitem a um centro de missão as informações ambientais recebidas de um grande número de plataformas de coleta de dados (PCDs) espalhadas pelo Brasil.
As PCDs são equipamentos automáticos que possuem sensores eletrônicos para a medição de parâmetros ambientais, como o nível de água em rios e represas, a qualidade da água, a precipitação pluviométrica, a pressão atmosférica, a intensidade da radiação solar, a temperatura do ar, entre outros.
O satélite capta e retransmite os sinais das PCDs instaladas por todo o país e os envia para as estações de recepção e processamento do INPE em Cuiabá (MT) e em Alcântara (MA). Voando a uma velocidade de 27.000 km por hora, o SCD-1 leva aproximadamente uma hora e 40 minutos para completar uma volta em torno da Terra. Assim, a estação recebe várias vezes por dia os dados transmitidos por cada PCD.
Da estação de Cuiabá ou de Alcântara, os dados coletados pelo satélite são transmitidos para Centro Regional do Nordeste (CRN) do INPE, localizado em Natal (RN), onde atualmente está instalado o Sistema Integrado de Dados Ambientais (SINDA), para processamento e distribuição de suas informações aos usuários a partir do endereço http://sinda.crn2.inpe.br.
O Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais conta com uma rede de mais de mil plataformas instaladas e, nos últimos 24 anos, ininterruptamente, tem prestado serviços à sociedade através do monitoramento de parâmetros ambientais nas regiões mais remotas do território brasileiro.
Além do pioneiro SCD-1, integra o sistema de coleta de dados o satélite SCD-2, lançado em 1998.
Embora seja uma vitória surpreendente este satélite, hoje talvez não tenhamos mais condições de repeti~lo devido principalmente ao desmonte das equipes.
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