sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Estudo busca identificar novo padrão de transmissão da malária

INPE
21 de fevereiro de 2017



Um modelo espacial para mapear causas ambientais e sociais da malária pode auxiliar a definir as áreas de potencial risco da doença. O sistema foi desenvolvido no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) como parte da tese de doutorado de Jussara Rafael Angelo em Ciência do Sistema Terrestre. 

No INPE, em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) e Fiocruz-RO, a pesquisadora combinou dados de uso e cobertura da terra com informações demográficas e de saúde e, assim, conseguiu identificar e explicar o novo padrão de transmissão de malária que se estabeleceu em Porto Velho, capital de Rondônia.

Em artigo publicado nesta terça-feira (21/2), Jussara Angelo mostra que Porto Velho apresenta alto risco para a malária e desempenha papel importante na disseminação do parasita para outros municípios da Amazônia e até para áreas não endêmicas do país. 

Segundo o estudo, a migração continua a ser fator importante para a ocorrência da malária. No entanto, devido às recentes mudanças na ocupação humana da Amazônia brasileira, caracterizada pela intensa expansão das redes de transporte, a mobilidade pendular também se tornou decisiva para a transmissão da doença. 

“A grande contribuição do trabalho está em mostrar que este novo padrão de transmissão é explicado pela vulnerabilidade resultante de novos processos de produção centrados nas relações de trabalho precário, mobilizando trabalhadores suscetíveis residentes nas periferias das cidades e os expondo a condições ambientais favoráveis à produção da doença, levando ainda à reintrodução da malária nas cidades. Esse padrão é bastante distante dos tradicionais modelos explicativos da transmissão da malária, atribuídos ao desmatamento, à migração interna encabeçada por fronteiras de expansão agrícola e grandes projetos de infraestrutura, como a construção de estradas e hidrelétricas na Amazônia”, explica a pesquisadora, atualmente na ENSP/Fiocruz, no Rio de Janeiro. 

Ela alerta que, nesse novo contexto de uma Amazônia muito mais integrada entre si e com o restante do Brasil, surge um novo padrão de transmissão da malária. “Os resultados do estudo são relevantes para redirecionar as ações de vigilância e controle da malária na Amazônia que estão diante de um verdadeiro desafio: possibilitar um diagnóstico e tratamento mais rápido do que a população consegue se movimentar pelo território", diz Jussara Angelo.

O professor da Pós-graduação em Ciência do Sistema Terrestre do INPE, Carlos Nobre, diz que o estudo mostra o poder de uma abordagem interdisciplinar para dar luz a um complexo problema de saúde. “Combinando dados epidemiológicos, socioeconômicos, de mobilidade e de malária para Porto Velho, permitiu-se a identificação de um novo modelo de transmissão da malária ligado à mobilidade dos trabalhadores no município", conclui Carlos Nobre, que orientou o trabalho. 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Estudantes brasileiros contam expriência de cursar mestrado na China

AEB
17 de fevereiro de 2017

Foto extraída do site da AEB

Quatro engenheiros brasileiros, três graduados pela Universidade de Brasília (UnB) e um pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp/Guaratinguetá) cursam desde setembro de 2015, um mestrado na área espacial na Beihang University of Aeronautics and Astronautics (BUAA), na China.  Lá eles participam da construção do microssatélite BUAASat, que será lançado em órbita baixa a 600 km da terra, com a missão de fazer o sensoriamento remoto de algumas regiões do país, além de tirar fotos de detritos espaciais.

O programa de bolsas de mestrado é patrocinado pelo Centro Regional para Ciência Espacial e Educação Tecnológica na Ásia e no Pacífico (RCSSTEAP – China). Os estudantes, Felipe Iglesias, Renan Felipe Nogueira, Pedro Henrique Nogueira e Audrey Rodrigues Siqueira foram selecionados, pelo Master Program on Space Technology Applications Global Navigation Satéllite Systems (GNSS). Todo o processo de seleção contou com a intermediação e apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Para os estudantes, o intercâmbio que fizeram no programa Ciências sem Fronteiras, Renan Felipe, em Lisboa, Felipe Iglesias na Normandia, Pedro Henrique na Escócia e Audrey na Alemanha, os ajudou a tomarem a decisão de fazer um mestrado na China e buscar novas oportunidades em um país de cultura tão diversa. O processo de seleção com a participação de 14 candidatos inscritos ocorreu em duas etapas, a inscrição, feita no site do programa, e uma entrevista, via internet, realizada por dois professores da Beijing University.

Felipe Iglesias, 28 anos, paulista de Araçatuba, formado em Engenharia Eletrônica pela UnB, foi selecionado para o mestrado em Sensoriamento Remoto e Sistema de Geo-Informação (RS&GIS) e Pedro Henrique e Renan Felipe, graduados em Engenharia de Energia, estudam Tecnologia de Microssatélites. O mestrado tem duração de um ano e nove meses, sendo que alguns deles estarão de volta em julho deste ano.

Oportunidades

Para Iglesias, o mestrado é uma ótima oportunidade de crescimento pessoal e profissional. “Além de aprender outra língua e vivenciar nova cultura, pretendo ampliar meus horizontes com essa experiência, pois no retorno ao Brasil quero trabalhar e contribuir com o desenvolvimento do setor espacial”, disse.

Já Renan Felipe conta que com dez meses no país oriental já teve uma base teórica e prática bastante significativas, principalmente na área de construção de satélites. “Agora estou focado no desenvolvimento da tese voltada para integração e testes na parte elétrica e eletrônica de todos os subsistemas. Vou tentar automatizar todo esse processo para torná-lo mais eficiente, e com isso reduzir os custos”, afirmou.

Como engenheiro de energia tenho acesso à parte solar do satélite. Trabalhar com energia solar está sendo ótimo, além de abrir um leque de oportunidades não apenas no Brasil, estudar na China abre oportunidades no mundo inteiro.

Segundo os estudantes, a oportunidade de cursar um mestrado na China os fez crescer não só profissionalmente, mas também culturalmente. “Desenvolvi minhas habilidades interpessoais, tentei estar inserido em uma empresa no contexto internacional e vou levar essa experiência para o Brasil”, ressaltou Felipe Iglesias. Sua contribuição para o Brasil deve ser adiada mais um pouco, no fechamento dessa matéria, ele nos informou que surgiu uma oportunidade de trabalho que talvez o leve para outro país. A proposta não está relacionada à área espacial, mas o mestrado contribuiu muito para receber esse convite, concluiu.

Renan Felipe ressalta que o mestrado entrou na fase de produção da tese sem muitos cursos para fazer, mas com prazo para entrega de relatórios e andamento da produção. Ele aproveita e manda uma mensagem aos colegas brasileiros: “Espero que a nossa experiência de sucesso na China ajude a quebrar o tabu em relação ao país e a acabar com o medo de os candidatos virem para cá. Aproveitem essa oportunidade”, concluiu.

Na próxima reportagem vocês vão conhecer a experiência dos engenheiros Pedro Nogueira e Audrey Siqueira, que também estão na China.

Interessados em participar do mestrado acesse o  link:

Na Guiana, SGDC passa por testes antes do lançamento

AEB/MCTI
17 de fevereiro de 2017

Foto: Visiona

O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) já está no Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, onde passará por uma fase de testes até a véspera do seu lançamento, previsto para 21 de março. O equipamento chegou à Guiana Francesa na terça-feira (14), depois de deixar a cidade de Cannes, na França, onde foi construído pela empresa Thales Alenia.

O primeiro satélite geoestacionário do Brasil terá uso civil e militar. O equipamento vai ampliar a oferta de banda larga em todo o território nacional, principalmente em regiões remotas do país, e garantir a segurança das comunicações na área de defesa.

Segundo o gerente de Satélites da Telebras, Sebastião Nascimento, que acompanhou a chegada do SGDC ao Centro Espacial de Kourou, nas próximas semanas, vários testes serão feitos para verificar as condições do SGDC e se a viagem causou algum dano ao equipamento. “Estamos trabalhando das 6 horas da manhã até 22 horas. Tudo está correndo bem, sem problemas, mas precisa ser checado”, revela.

Ele acrescenta que o satélite está dentro de uma “sala limpa”, onde não entra poeira nem resíduos, e o acesso dos técnicos deve ser feito usando roupas especiais. Nesse local, as equipes testam o sistema de comunicação, de movimentação e os sensores do artefato, por exemplo. Ao todo, a fase de pré-lançamento do SGDC envolve cerca de 200 pessoas. Depois de encerrada essa etapa, o satélite será levado para outra sala para ser inserido na cápsula do lançamento.

Transporte

O transporte do satélite teve início na segunda-feira (13), quando foi embarcado no Aeroporto de Nice, na França, com destino a Kourou, na Guiana Francesa. A bordo do avião russo Antonov, com alta capacidade de carga, o equipamento chegou na madrugada de terça-feira (14) à Guiana, depois de oito horas de viagem.

Em outra operação que levou cerca de 12 horas, o artefato foi retirado da aeronave e levado do aeroporto de Caiena até o Centro Espacial de Kourou, em um trajeto de 60 quilômetros. No local, o satélite foi retirado do contâiner, desembrulhado e colocado em uma sala, onde agora passa por uma série de testes.

Parceria

O Satélite Geoestacionário é uma parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o Ministério da Defesa, e conta com investimentos no valor de R$ 2,1 bilhões e tempo de operação de aproximadamente 18 anos. O processo de construção e lançamento do SGDC também envolve engenheiros e especialistas da Telebras e da Agência Espacial Brasileira (AEB) – ambas entidades vinculadas ao MCTIC –, além da Visiona.

O satélite deverá ser lançado por volta das 17 horas do dia 21 de março. Com 5,8 toneladas e 5 metros de altura, o equipamento ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e o Oceano Atlântico.

Foto: Satélite Geoestacionário chegou à Guiana Francesa na terça-feira (14), depois de deixar a cidade de Cannes, na França, onde foi construído.

Foguete Ariane é rastreado pelo Centro de Lançamento da Barreira do Inferno

AEB
16 de fevereiro de 2017

Foto: CLBI

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) realizou com sucesso na noite de terça-feira (14.02) o rastreamento do veículo Ariane VA-235, lançado do Centro Espacial Guianês (CSG), em Kourou, na Guiana Francesa. O veículo foi lançado às 19h38 (horário brasileiro de verão) sendo monitorado pela Estação Natal durante a fase propulsada e nos momentos críticos de separação dos dois primeiros estágios.

Os processos operacionais de rastreamento são de alta complexidade, envolvendo grande número de profissionais, engenheiros e técnicos, do CSG e do CLBI, e conta com a participação direta de 41 servidores do CLBI. No apoio logístico, após a reestruturação da Força Aérea, as Operações contam com o suporte do Grupamento de Apoio de Natal (GAP-NT), disponibilizando recursos e meios para o fiel cumprimento do exercício operacional que caracteriza atividade fim do CLBI.

Segundo o adjunto do coordenador de Telemedidas, engenheiro Irineu Alexandre Silva Júnior, a alta cadência de rastreamento eleva a qualidade e a eficiência dos processos operacionais: “A gestão dos recursos humanos em seu aprimoramento técnico, associada à qualidade operacional e de manutenção dos equipamentos, garante a confiança necessária para a execução de todo planejamento inerente à operação”. Ele acrescenta, ainda: “O cronograma geral dos eventos é seguido em toda sua plenitude, com destaque para o ensaio técnico, repetição geral, lançamento e transferência dos dados para o Centro de Tratamento de Dados de Telemedidas na Guiana Francesa e Toulouse – França”, avalia o adjunto.

O veículo Ariane VA-235 transportará para órbita geoestacionária dois satélites de telecomunicações. O satélite SKY Brasil-1 proverá sinal de TV para Brasil e América Latina. Além deste, o engenho transportará o satélite TELKOM-35 responsável por expandir os serviços da empresa TELKOM na Indonésia.

A “Estação que não pára” já se prepara para o próximo rastreamento com previsão no calendário operacional para o dia 21 de março. De acordo com a coordenadora da seção de Interface (SICC), engenheira Maria Goretti Dantas, o lançamento do VA-236 tem um caráter particular para todos os brasileiros e, em especial, para os servidores do CLBI que participarão da campanha que levará à órbita o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC): “Será uma campanha especial, pois estaremos envolvidos diretamente na atividade que trará à sociedade brasileira resultados diretos em qualidade de comunicações e segurança”.


Satélite geoestacionário chega à Guiana Francesa, após 8 horas de voo

AEB
15 de fevereiro de 2017

Foto: Sebastião Nascimento

O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), que irá reforçar a independência e soberania do Brasil na área espacial, além de ampliar e garantir comunicação segura à população, chegou na última terça-feira pela manhã (14.02) à Guiana Francesa, após uma viagem de oito horas.

A bordo do avião russo Antonov, com alta capacidade de carga, estava também o Koreasat 7, satélite coreano, que também será lançado no mesmo dia do SGDC. Em uma ação envolvendo cerca de 50 profissionais, cuidadosamente os dois satélites foram retirados, em uma operação que levou cerca de sete horas.

Segundo o engenheiro da Telebras, Sebastião Nascimento, Gerente de Engenharia e Operação de Satélites, que acompanha a chegada do SGDC, o voo foi normal, sem nenhum contratempo. “Agora vamos desembrulhar o SGDC e verificar se está tudo bem”, afirmou.

O SGDC é um satélite de telecomunicação desenvolvido em Cannes na França, pela Thales Alenia Space para o Brasil, para uso civil e militar. O satélite irá implementar um sistema de comunicação por satélite seguro para o governo e para as Forças Armadas brasileiras. Irá também fornecer internet banda larga para todo o território nacional, principalmente para as áreas com mais problemas de comunicações, dentro do programa nacional de banda larga, operado pela Telebrás.

O processo de retirada dos dois satélites do Antonov encerrou-se às 8h da manhã desta quarta-feira (15.02), quando um comboio se deslocou do aeroporto de Caiena até Kourou, em um trajeto de 60 km, percorrido em 4 horas, com batedores da polícia local. Chegando ao Centro Espacial de Kourou, o SGDC vai aguardar em uma sala até o seu lançamento, que acontecerá no dia 21 de março de 2017, às 17h.

Projeto de Aeronomia seleciona bolsista na área de TI

INPE
17 de fevereiro de 2017



A Divisão de Aeronomia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), oferece oportunidade de bolsa para profissional com formação superior em Ciência da Computação, Engenharia da Computação, Tecnologia da Informação (TI) ou cursos correlatos, com dois anos de experiência após a graduação ou título de mestrado na área.

O bolsista irá atuar no projeto LEONA: Rede Colaborativa na América Latina para a Investigação de Eventos Luminosos Transientes e Emissões de Alta Energia de Tempestades. O valor mensal da bolsa é de R$2.860,00.

Todas as informações sobre os requisitos para a escolha do bolsista e contato para envio de currículos estão disponíveis na página

INPE oferece bolsas para pós-doutorado e pesquisador visitante em Ciência do Sistema Terrestre e Sustentabilidade

INPE
17 de fevereiro de 2017



O Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), oferece oportunidade de bolsas no âmbito da iniciativa Earth League, uma rede internacional de cientistas na área de mudanças globais.

São duas bolsas, uma para pós-doutorado e outra para pesquisador visitante, com financiamento da Capes. 

Acesse aqui o edital com as informações sobre as vagas, e aqui documento sobre os objetivos da Earth League.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Novo sistema fornece visão de 360° para veículos

Agência ABPTI
14 de fevereiro de 2017


A multinacional VIA Technologies, líder global no desenvolvimento de soluções inovadoras e sistemas integrados a Internet das Coisas, pretende trazer ao país seu sistema VIA Mobile 360, uma plataforma que combina em tela imagens de seis câmeras de alta resolução simultaneamente. Com a tecnologia VIA Multi-Stitch, o VIA 360 suporta gráficos avançados e diferentes recursos de processamento que garantem o vídeo de 360° em tempo real e de alta qualidade.

A ferramenta permite que gestores de frota tenham uma visão de 360° a partir do veículo, o que propicia agilidade para a tomada de decisões, como alteração de rotas, transmissão de orientações imediatas ao condutor e, consecutivamente, ganhos de produtividade. Já para motoristas, aumenta a segurança e facilita a direção.

“Ao fornecer 360° de visão a partir do veículo, o sistema praticamente elimina a existência de pontos cegos, muito comuns quando o condutor dispõe de tecnologias de monitoramento 2D convencionais. Com maior visibilidade para a condução, seja em vias estreitas, em estradas ou ao estacionar, o veículo permanece maior tempo rodando”, afirmou Ubiratan Resende, da divisão de vendas e plataformas embarcadas da VIA Technologies no Brasil.

As câmeras que integram o VIA Mobile 360 têm resolução de 2 mega pixels. Em tela, o sistema combina simultaneamente imagens de até seis câmeras externas, para o multi stitch, além de comportar ainda mais duas outras câmeras internas para registro. Possibilita também armazenar imagens que mostrem as condições em que ocorreram episódios como acidentes e violações de segurança. O sistema ainda pode ser personalizado, para atender aos requisitos de múltiplos aplicativos e ambientes de monitoramento e gravação em vídeo em tempo real.

Cientistas buscam nova estratégia para os próximos 10 anos do telescópio Soar

MCTIC
14 de fevereiro de 2017

Telescópio Soar, nos Andes chilenos, tem 30% de participação brasileira. Foto: LNA

Observatório instalado em Cerro Pachón, no Chile, produz imagens de alta qualidade que contribuem para as pesquisas astronômicas desenvolvidas no Brasil. País tem 30% de participação no telescópio, que recebeu recursos do MCTIC.

Instalado nos Andes chilenos, a 2,7 mil metros de altitude em relação ao nível do mar, o Telescópio de Pesquisa Astrofísica do Sul (Soar, na sigla em inglês) começou a operar há 10 anos preenchendo uma importante lacuna na astronomia brasileira. Com um espelho principal de 4,1 metros de abertura, o observatório foi projetado para produzir imagens de alta qualidade. "Melhor do que a de qualquer outro instrumento no mundo em sua categoria", afirma o diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica, Bruno Castilho, citando a tecnologia e as condições de céu escuro e baixa cobertura de nuvens oferecidas pela montanha de Cerro Pachón. "Agora, chegou a hora de discutir a ciência a ser feita na próxima década no Soar."

Este é o objetivo do Workshop on Soar Science 2020, que o LNA realiza entre 13 e 15 de março, no Rio de Janeiro. Com o fim do atual acordo do consórcio em 2020, pesquisadores brasileiros e estrangeiros vão se debruçar sobre a estratégia científica e operacional do Soar para a década seguinte. "Esperamos que a comunidade brasileira usuária participe ativamente das discussões, para opinar sobre que rumo científico deseja para o observatório no novo período", diz Castilho.
A oficina ocorrerá simultaneamente em dois locais, no Brasil e nos Estados Unidos, conectados por teleconferência. A programação inclui palestras e espaço para comunicações orais, pôsteres e discussões. O LNA organiza o evento ao lado da Universidade da Carolina do Norte (UNC) em Chapel Hill e da Universidade Estadual de Michigan (MSU).

Telescópio

O diretor do LNA descreve o Soar como um telescópio "de porte intermediário, extremamente versátil, rápido, de óptica soberba e localizado em local privilegiado", no caso, Cerro Pachón, nos Andes chilenos. Tem cerca de 10 equipamentos acoplados a si, por meio dos quais coleta dados nas faixas da luz visível e do infravermelho.

O telescópio custou US$ 30 milhões – cerca de R$ 100 milhões – e recebeu financiamento de um consórcio formado pelo Observatório Nacional de Astronomia Óptica dos EUA (Noao), ao lado da UNC e da MSU; e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Dono de 30% de participação no Soar, o Brasil tem cerca de 120 usuários, espalhados em sete instituições – dentre universidades e instituto de pesquisa. Para a pesquisa astronômica brasileira, os resultados do Soar têm preenchido lacunas entre os dados obtidos pelo Observatório do Pico dos Dias (OPD), localizado no município de Brazópolis (MG), a 37 quilômetros de Itajubá (MG), sede do LNA; e de outros consórcios internacionais acessíveis ao país, como o Telescópio Canadá-França-Havaí (CFHT), no arquipélago norte-americano; e os observatórios Gemini, equipamentos instalados em dois dos melhores sítios astronômicos do planeta – um na Cordilheira dos Andes, no Chile, e o outro no Havaí, nos EUA.

Empresas brasileiras participaram tanto da construção do domo do Soar – com 66 metros de diâmetro e capaz de suportar uma estrutura de 70 toneladas –, como da produção de instrumentos do telescópio. Em 2016, o país entregou ao consórcio o primeiro espectrógrafo de alta resolução montado em seu território, chamado Steles (Soar Telescope Èchelle Spectrograph). Formado por 5 mil peças, a maior parte projetada por engenheiros e pesquisadores do LNA, o equipamento aperfeiçoa estudos astronômicos, ao permitir uma medida mais precisa da matéria que compõe os objetos celestes.

Serviço

Evento: Workshop on Soar Science 2020
Data: 13 a 15 de março de 2017
Local: Auditório Ministro João Alberto Lins de Barros, no CBPF
Endereço: Rua Doutor Xavier Sigaud, 150, Urca
Cidade: Rio de Janeiro (RJ)

Satélite Geoestacionário embarca para Guiana, de onde será lançado ao espaço

MCTIC
13 de fevereiro de 2017

Satélite geoestacionário é transportado da França para a Guiana, de onde será lançado ao espaço em 21 de março. Foto: Thales Alenia

Desenvolvido numa parceria entre o MCTIC e o Ministério da Defesa, satélite saiu da França nesta segunda-feira num avião Antonov. Além de expandir a banda larga, equipamento vai garantir a segurança das comunicações do Brasil.

O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) embarcou, nesta segunda-feira (13), em direção ao Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, de onde será lançado ao espaço no dia 21 de março. O equipamento saiu da cidade francesa de Cannes, local onde foi construído pela empresa Thales Alenia e supervisionado por engenheiros e especialistas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), do Ministério da Defesa, da Telebras e da Agência Espacial Brasileira (AEB) – ambas entidades vinculadas ao MCTIC –, além da Visiona.

O transporte do satélite é feito por um modelo Antonov – avião russo de alta capacidade de carga. O voo, que saiu do aeroporto de Nice, deve durar cerca de seis horas, com aterrisagem prevista para as primeiras horas desta terça-feira (14).

"Naquele avião vão o empenho, a energia e a inteligência de muitos profissionais, que aguardam pelo lançamento e pelo sucesso do satélite. É uma importante etapa que está sendo concluída. Um momento de grande satisfação, que pode ser comemorado por todos", afirmou o engenheiro da Telebras Sebastião Nascimento, que aguarda a chegada do SGDC na Guiana Francesa.

Provedor de serviços

O SGDC vai garantir a segurança das comunicações de defesa das Forças Armadas brasileiras e o fornecimento de internet banda larga para todo o território nacional, especialmente para as áreas remotas do país. O projeto é fruto de uma parceria entre o MCTIC e o Ministério da Defesa, com investimentos no valor de R$ 2,1 bilhões e tempo de operação de aproximadamente 15 anos.

"Com o SGDC, o Brasil ganha qualidade na prestação dos seus serviços, seja ao dar mais eficiência ao sistema de segurança nacional, seja ao levar mais condições de banda larga para todos os cidadãos, em suas atividades pessoais ou profissionais", afirmou o ministro Gilberto Kassab, em recente visita ao Comando de Operações Espaciais (Comae), da Força Aérea Brasileira (FAB), na Base Aérea de Brasília.

Segundo o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Rossato, o SGDC trará benefícios ao Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), operado pela Telebras, aos sistemas de telecomunicações militares e à absorção de tecnologia para o setor aeroespacial. O equipamento deve melhorar a fiscalização dos 17 mil quilômetros de fronteira do Brasil com dez países sul-americanos e estender o PNBL a todo o território nacional.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Comitê internacional afirma que política migratória de Trump prejudica ciência mundial

Agência CT&I
10 de fevereiro de 2017



O International Human Rights Network of Academies and Scholarly Societies - aliança que congrega mais de 80 sociedades e academias de diversos países – se posicionou contra a nova política migratória estadunidense, sancionada pelo presidente recém-eleito, Donald Trump. Membros do comitê executivo, formado por cientistas de diferentes países - no qual o Brasil é representado pela acadêmica Belita Koiller – assinaram carta que esclarece a preocupação do órgão com os impactos que esta medida terá na ciência mundial.

No decreto assinado por Trump em 27 de janeiro deste ano, nativos de países como Irã, Iraque, Líbia, Sudão, Somália, Síria, Iêmen e refugiados em geral ficam temporariamente banidos dos Estados Unidos. Além disso, ele proíbe por tempo indeterminado a entrada de refugiados da Síria nos EUA.

O comitê lembra que grandes avanços científicos foram feitos em conjunto com cientistas de diversas partes do mundo, incluindo refugiados, e que o impedimento de seu trânsito pelo país vai impactar diretamente na atividade de pesquisa e nas relações internacionais entre pesquisadores.

"Os EUA desempenham para muitos países o papel de um verdadeiro 'Hub' internacional de pesquisa. Não é o único, mas, para mim, o preferido. Essa ordem enfraquece este papel dos EUA como um pólo internacional de ciência e tecnologia, um ambiente estimulante para troca de ideias e colaborações entre cientistas de todos os países", lamenta Koiller, que é pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e foi uma das três cientistas brasileiras a ganhar o prêmio L'Oréal-Unesco para Mulheres na Ciência.

Além de prejudicial para setores do país, o comitê reforça que cientistas, pesquisadores e estudantes dos países mencionados no decreto e que estavam fora dos EUA quando este foi decretado já enfrentaram complicações para retornar ao país. Acreditam também que mais cientistas passarão a temer sair do país e não conseguirem voltar.

"O impacto desta ordem executiva não se limita aos 7 países nela explicitados, mas contamina todos os programas internacionais em atividade dos quais os EUA participam. É uma barreira interrompendo o fluxo internacional de ideias e o livre trânsito de cientistas, pré-requisitos para o avanço científico, tecnológico e inovação em termos globais", completa a Koiller.

O pedido do comitê é de que o governo americano reveja a política, considerando não apenas o quanto ela prejudicará as atividades científicas internacionais, mas também para que ela respeite as leis internacionais de direitos humanos e os direitos dos refugiados.

(Agência ABIPTI, com informações da ABC)

Ministro defende programa nacional para estimular empreendedorismo tecnológico

MCTIC
9 de fevereiro de 2017

Ministro Gilberto Kassab participou do encerramento de workshop promovido pela Secretária de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação - Foto: MCTIC
Para Gilberto Kassab, governo federal pode articular uma série de iniciativas para estimular o setor por meio de uma política de Estado. Para especialistas, Brasil precisa transformar conhecimento em geração de riqueza.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, defendeu nesta quinta-feira (9) a criação de um programa nacional de apoio ao empreendedorismo de base tecnológica. A ideia, apresentada no workshop promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, é articular uma série de iniciativas, hoje isoladas, no âmbito do governo federal.

"Quando nós temos a oportunidade de articulação, evitamos, em primeiro lugar, a superposição de esforços. Isso é muito importante, porque implica também em melhor eficiência na utilização dos recursos públicos. Ao integrar diversos esforços em um mesmo projeto de governo, somamos orçamento e trabalho, para estabelecer uma política efetivamente de Estado", disse o ministro.
De acordo com Kassab, todo o governo federal está convencido de que a saída de uma crise econômica requer investimento em pesquisa e inovação e aposta no empreendedorismo. 

"O atual mandato tem menos de dois anos pela frente. É evidente que nós temos que saber priorizar, planejar e deixar um legado", disse. "Espero que esse fórum, com apoio da Presidência da República e da área econômica, possa escolher os melhores caminhos, estruturar equipes e trabalhar de maneira integrada, para que os resultados apareçam no curto prazo, porque o objetivo é apresentar respostas rápidas de uma maneira bastante expressiva. E o resto deixar como legado."

Na visão do secretário Alvaro Prata, um programa de apoio ao empreendedorismo tecnológico deve ser construído em parceria com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) – "de onde veio a ideia original para que o MCTIC se movimentasse".

Segundo Prata, o workshop foi importante para a absorção de experiências e propostas. "Precisamos estar abertos a novas ideias e, sobretudo, para a realidade de que o Brasil tem que melhorar no aspecto de desenvolvimento tecnológico e inovação, com mudanças profundas, estruturais", apontou. "Somos únicos nisso: um país que tem um conhecimento científico virtuoso e não consegue usá-lo amplamente para benefício econômico e social e geração de riqueza."

O secretário avalia que o Brasil precisa dar mais ênfase à formação de seus empreendedores. "Temos que encontrar e estimular pessoas que gerem negócios rentáveis a partir de ideias inovadoras e, com isso, estabelecer uma cultura diferente da que está aí, ao nos apoiar no desenvolvimento tecnológico para mudar e revolucionar a realidade em que vivemos."

Cenário

O presidente do CNPq, Mario Neto Borges, citou os resultados da última Pesquisa de Inovação (Pintec), divulgada na última quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Ela mostrou, na verdade, que pouco avanço houve na indústria brasileira nos últimos anos. Portanto, os desdobramentos desse workshop são fundamentais para que consigamos obter esse crescimento tão necessário ao país na área de inovação."

Para o diretor de Inovação da Finep, Márcio Girão, embora haja exceções em setores como agropecuária e farmacologia, os dados da Pintec reforçam que "a ciência aplicada brasileira não vai bem", porque converte pouco conhecimento em benefícios sociais. "A gente fica repetindo mantras, que, do ponto de vista da ciência, o empresário brasileiro não é um sujeito inovador e não se preocupa com pesquisa e desenvolvimento; e na percepção do empresário, que os cientistas gostam mais é de fazer papers. Os dois estão errados. É um problema cultural mesmo, ou seja, a ciência precisa entender que também é papel dela fazer a transformação de conhecimento em tecnologia. Da mesma forma, o empresariado tem que olhar para a ciência como um agente transformador do seu negócio, por meio da inovação tecnológica, principalmente."

Girão informou que a Finep estuda maneiras de ajudar jovens empreendedores a enfrentar o "vale da morte", período inicial de dificuldades ao qual boa parte dos negócios não resiste. "Uma empresa comum morre após cinco anos de existência. Apenas 10% superam essa barreira. Quando você observa uma empresa de base tecnológica na Alemanha, 60% sobrevivem. Quando você passa ao MIT [Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos], 80% seguem vivas após os cinco anos. Ou seja, a base tecnológica é fundamental para ultrapassar o vale da morte das empresas empreendedoras."

De acordo com o diretor, a Finep elabora um projeto que vai ao encontro dessa preocupação. "Como a gente pode descobrir empreendedores? A gente tem que investir pesadamente nas pessoas que estão próximas ao vale da morte, conscientes de que deve chegar ao outro lado apenas uma parte delas. Nós temos que criar essa massa crítica", defendeu. "A gente financia desde grandes projetos, de R$ 300 milhões, a pequenas empresas, que já faturam um certo valor. Mas agora queremos atacar também aquele segmento que está começando."

Já o presidente do Confap, Sergio Gargioni, destacou a importância dos investimentos em tecnologia para a retomada do crescimento econômico. "A gente fala muito da economia, que ela não reage. Mas temos aí um potencial enorme, que é o conhecimento. O mundo todo está nessa direção. Se você olhar onde estão os investimentos, estão na tecnologia."

Apresentaram-se no workshop representantes das fundações de amparo à pesquisa do Espírito Santo (Fapes), de Minas Gerais (Fapemig), de Santa Catarina (Fapesc) e de São Paulo (Fapesp), da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), além do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Olimpíada de astronomia mobilizou 8 milhões de estudantes em 20 anos

MCTIC, via AEB
13 de fevereiro de 2017



Formada em ciência política com curso secundário em astrofísica pela Universidade de Harvard, a jovem Tábata Amaral, 23 anos, tem muito a agradecer à Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Foi por meio da competição que ela iniciou a trajetória de sucesso que a levou à Harvard. Aluna de uma escola pública de São Paulo, Tábata conquistou uma bolsa de estudo e foi estudar astrofísica nos Estados Unidos.

“A OBA foi uma porta de entrada. Fiz meu curso secundário porque me apaixonei por astronomia quando era mais nova. A astronomia cria um gosto pelo estudo que outras matérias não conseguem. É uma matéria que encanta as pessoas”, ressalta.

A história de Tábata pode ser a de 8 milhões de jovens que já participaram da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, que está com as inscrições abertas para a sua 20ª edição até 19 de março. Podem participar alunos de escolas públicas e privadas desde o primeiro ano do ensino fundamental até a última série do ensino médio. A olimpíada tem uma única fase, com a prova aplicada em 19 de maio. As escolas interessadas devem fazer o cadastro no site www.oba.org.br.

O astrônomo João Canalle, coordenador da competição, conta que o objetivo da olimpíada é despertar nos alunos a curiosidade e a consciência do universo em que vivem. “A gente usa a OBA como um veículo pedagógico para auxiliar o professor no ensino em sala de aula. O evento é precedido de algumas atividades práticas que o professor pode fazer para ensinar as direções cardeais, escalas, distância entre os planetas e outras atividades que a gente sugere”, diz. “Queremos levar a maior quantidade de informações sobre as ciências espaciais para a sala de aula, despertando o interesse nos jovens”.

A competição já superou os 8 milhões de participantes e distribui cerca de 40 mil medalhas a cada edição. Em 2016, foram mais de 744 mil estudantes inscritos de 7.915 escolas de todo o país. Os alunos mais bem classificados representam o país na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica e na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica, em 2018. A OBA é coordenada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Os alunos destacados também podem participar da Jornada Espacial, em São José dos Campos (SP), que já está na 14ª edição. A jornada leva estudantes e professores a palestras com especialistas e visitas a institutos tecnológicos, como explica Adriana Correa, tecnologista em Ciência e Tecnologia, da Diretoria de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB).

“Os estudantes participam palestras com especialistas e visitam locais como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais [Inpe], o Memorial Aeroespacial Brasileiro e empresas de aviação. O evento é feito para professores e estudantes, geralmente todo final de ano.”

Inspiração

Tábata começou a participar da OBA nos últimos anos do ensino fundamental e já competiu em outras olimpíadas nacionais e internacionais, inclusive de outras disciplinas. Hoje, ela faz parte de um programa social chamado Mapa Educação, focado em melhorar a qualidade do ensino no país com a mobilização dos jovens.

Ela considera muito importante o ensino da astronomia nas séries regulares e conta ainda que as estrelas a inspiram a seguir seus objetivos. “Meu maior sonho atual é ser presidente do Brasil um dia. Eu aprendi muito a sonhar grande e me inspirar no céu com a astronomia”, revela.

Cientistas consolidam dados sobre clima obtidos por satélite

MCTIC, via AEB
13 de fevereiro de 2017



Especialistas em meteorologia e sensoriamento remoto se reuniram no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), para iniciar um novo ciclo de consolidação de dados climáticos obtidos a partir de satélites das principais agências espaciais do planeta. No encontro, realizado na semana passada, o grupo se comprometeu a concluir o trabalho até setembro, quando volta a se reunir em Frascati, na Itália. A análise envolve quase 800 variáveis e deve gerar uma página pública na internet ainda em 2017.

Segundo o chefe da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (DSA/CPTEC), Daniel Vila, o grupo de trabalho sobre clima (WGClimate, na sigla em inglês) coordena e incentiva atividades de colaboração entre as maiores agências espaciais do mundo na área de monitoramento climático, a fim de analisar a oferta de informações de satélites e melhorar a disponibilidade de registros de dados, por meio da implementação e do desenvolvimento de uma arquitetura global.

“O WGClimate estuda o clima a partir de dados de satélites”, explica Vila. “Você pode fazer atividades semelhantes com base em informações convencionais, que se coletam em estações meteorológicas ou em balões lançados na atmosfera, ou seja, medições diretas de temperatura, pressão, umidade. Mas, no nosso caso, os dados monitorados vêm do espaço.”

A reunião levou ao Inpe membros do Comitê de Satélites de Observação da Terra (Ceos) e da Coordenação Geral de Satélites Meteorológicos (CGMS), ligada à Organização Meteorológica Mundial (OMM). “O objetivo é garantir que as medições de aproximadamente 800 variáveis climáticas, como precipitação, temperatura e umidade, sejam armazenadas e padronizadas de maneira adequada, para se chegar a uma homogeneidade de dados, que, para nós meteorologistas, precisam ter histórico de pelo menos 30 anos”, detalha. “Assim, a WGClimate tem duas funções: garantir a integridade das bases e a existência de satélites que sustentem a continuidade desses parâmetros.”

Desde 1984, cabe ao Ceos a coordenação global de programas espaciais civis e o intercâmbio de dados de satélites de observação da Terra. “Nós do WGClimate, que foi criado em 2010, temos a tarefa de verificar bases distribuídas em diversos lugares do mundo”, informou o chefe da DSA, em referência, por exemplo, às agências espaciais dos Estados Unidos (Nasa, sigla para Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), da França (CNES, sigla para Centro Nacional de Estudos Espaciais) e da Alemanha (DLR, sigla para Centro Aeroespacial Alemão), além da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Noaa).

Sistematização

No encontro, o grupo atualizou seu inventário de Variáveis Climáticas Essenciais (ECVs) e analisou a constelação atual e futura de satélites, para garantir a continuidade dos parâmetros voltados ao monitoramento. “O grupo coordena esse conjunto de bases de dados e organiza as informações de cada uma delas, de acordo com a variável, o ano de início de coleta, os sensores da medição, o algoritmo utilizado etc.”, disse. “Colocamos tudo em um repositório, uma base de dados de todas as bases de dados, disponível na internet, em uma página com possibilidade de ficar pública até o final do ano.”

Os membros do WGClimate tem setembro como prazo para terminar de conferir a consistência e a homogeneidade da documentação associada aos dados. Para aquele mês, está marcada a próxima reunião do grupo, em Frascati, sede da ESA. “A partir daí, as informações precisam ser publicadas. Então, pesquisadores ou outras pessoas de diferentes lugares do mundo poderão acessar essa lista de variáveis que estamos compilando e, a partir disso, chegar a links que ligam diretamente os registros à base de dados original, alocada nas agências – na Nasa, na NOAA ou mesmo no Inpe.

A equipe também deve finalizar um documento a ser entregue ao Ceos e à CGMS. “Nós elaboramos um relatório sobre o trabalho feito, com destaque para recomendações, onde enxergamos problemas”, apontou. “Por exemplo, se notássemos que a partir de 2020 não haveria previsão de satélites capazes de medir alguma variável, como dióxido de carbono, e que teríamos o risco de perder a continuidade temporal, então faríamos esse alerta. Eles passam as recomendações às agências espaciais, para, de alguma maneira, criar uma necessidade de lançar satélites para lidar com essa problemática. Esse é o nosso trabalho e estamos justamente no começo da cadeia.”

O Inpe contribui no trabalho com dados coletados pelo Cbers-4, do programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), iniciado em 1988. “A partir dele, a gente está criando mapas de desmatamento. São bases de dados sobre cobertura da Terra, que podem ser utilizadas como informação climática. Temos bases de dados de satélites desde os anos 1980.”

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Presidente da AEB visita comando de operações do SGDC

AEB
8 de fevereiro de 2017



O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, acompanhou na manhã desta quarta-feira (08.02), a comitiva do ministro da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, na visita ao Centro de Operações do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), satélite previsto para ser lançado do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, no dia 21 de março, às 19h.

Após a recepção de boas-vindas do Chefe do Centro Conjunto de Operações Aéreas, brigadeiro do ar, Arnaldo Silva Lima Filho, foi feita uma apresentação sobre o satélite e sua importância para o país. A comitiva também teve a oportunidade de conhecer a sala de decisão do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) e as futuras estações e antenas do SGDC.

“Essa é a oportunidade que temos de melhorar os nossos serviços para que haja uma potencialização desses esforços, o país tem avançado muito no que diz respeito à fiscalização e para nós é motivo de orgulho.  Sobre os ganhos do país com o SGDC, primeiro vem a qualidade dos seus serviços, o Brasil ganha em eficiência em segurança nas comunicações, além de permitir a ampliação dos serviços de banda larga, que poderá ser universalizado, e avanço nos serviços prestados aos cidadãos”, afirmou o ministro Gilberto Kassab.

O presidente da AEB, José Raimundo, falou da necessidade de integração entre as instituições do governo, pois segundo ele, nenhum país do mundo desenvolve a área espacial de forma isolada. “É o momento de integrarmos os esforços para desenvolvermos a área espacial de forma inclusiva e não exclusiva”, afirmou.

Para o secretário de Política de Informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão, a união de esforços é essencial ao programa. “A gente deu um passo grande com esse projeto, mas destaco o aspecto de olhar para frente, porque a Aeronáutica e a Telebras montaram suas equipes. Temos que integrar esforços civis e militares, sob a coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB).”

Já o secretário de Telecomunicações do MCTIC, André Borges, ressaltou o caráter estratégico do satélite para a conectividade do país. “Vencida a etapa de levar banda larga a 100% do território, um excelente passo, a questão será oferecer mais capacidade, porque todo o Brasil vai estar conectado, mas a capacidade ainda vai ser insuficiente para cobrir tudo o que é necessário.”

Segundo o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Rossato, o SGDC trará benefícios em três eixos: no Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), operado pela Telebras, nos sistemas de telecomunicações militares e na absorção de tecnologia para o setor aeroespacial. Parceria do MCTIC com o Ministério da Defesa, o satélite deve melhorar a fiscalização dos 17 mil quilômetros de fronteira do Brasil com dez países sul-americanos e estender o PNBL a todo o território nacional.

Comando de Operações

O Comando de Operações Aéreas é a principal unidade de controle das atividades desenvolvidas pelo satélite, que será monitorado 24 horas por dia. A infraestrutura conta com cinco prédios, uma antena de comando e controle de 13 metros, além de estações de trabalho de radiofrequência e de monitoramento do equipamento. O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), com lançamento previsto para 21 de março, vai garantir a segurança das comunicações de defesa das Forças Armadas brasileiras e o fornecimento de internet banda larga para todo o território nacional, especialmente para as áreas remotas do país.

Empresa russa planeja lançamento de minissatélites cubesat

AEB
7 de fevereiro de 2017



“O projeto prevê a instalação de volumes especiais na superfície externa do cargueiro para colocar em órbita satélites que possam ser comerciais e educativos”, diz-se no comunicado da corporação.

A altura da órbita para os minissatélites será entre 260 e 410 quilômetros, podendo alcançar 500 quilômetros em voo autônomo. Um satélite CubeSat tem o volume de um litro, uma massa inferior a 1,33 quilos e usa peças disponíveis no mercado comum.

O primeiro lançamento com ajuda da nave espacial Progress em conjunto com a Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia MISiS está marcado para este ano.

O CubeSat é um satélite em miniatura que foi criado em 1999 pela Universidade Politécnica do Estado da Califórnia e pela Universidade Stanford para ajudar as universidades internacionais a realizar projetos na área da ciência espacial.

Fonte: Sputnik.

Inscrições abertas para Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

AEB
6 de fevereiro de 2017



As inscrições para a 20ª edição da Olímpiada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) já estão abertas. Alunos dos ensinos fundamental e médio podem participar da competição que possui fase única e acontece no dia 19 de maio. As escolas precisam fazer a inscrição por meio do site do evento até o dia 19 de março.

As provas estão divididas em quatro níveis — três para os alunos do fundamental e um para os do médio — com dez perguntas cada: três de astronáutica e sete de astronomia. A maioria delas, porém, exige apenas raciocínio lógico. As medalhas são distribuídas de acordo com a classificação em cada um dos níveis.

Os melhores classificados irão representar o Brasil nas olímpiadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2018. Além disso, os participantes também irão concorrer a vagas nas Jornadas Espaciais de São José dos Campos, em São Paulo, onde assistirão palestras e receberão material próprio.

As inscrições para a 11ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) também estão abertas e vão até o dia 19 de março. O mesmo procedimento deve ser realizado no site da OBA. Nela, alunos e professores desenvolvem e lançam foguetes de diferentes materiais.

A competição é de fase única e pode ser realizada nas próprias escolas até o dia 19 de maio. Além do certificado recebido por todos, aqueles que conseguirem percorrer as maiores distância recebrão medalhas. Os vencedores do ensino médio serão convidados a participar da Jornada de Foguetes, na cidade de Barra do Piraí, no Rio de Janeiro.

Em 2016, o Brasil ficou em primeiro lugar nas olímpiadas latino-americanas, realizadas na Argentina, levando para casa cinco medalhas. Em 2015, a equipe brasileira recebeu menção honrosa nas olímpiadas internacionais, sediadas na Indonésia, quando teve que construir um telescópio sozinha.

Em 20 anos de existência, a OBA já distribuiu cerca de 40 mil de medalhas e recebeu oito milhões de participantes entre alunos da escola pública e privada. Segundo os organizadores, o objetivo é estimular o interesse pela área nos jovens.

Mais informações no site da OBA, clique aqui.

Fonte: Revista Galileu

SGDC pronto para ser enviado à plataforma de lançamento em Kourou

AEB
6 de fevereiro de 2017



O Satélite Geoestacionário para Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), de duplo emprego (civil e militar), construído pela Thales Alenia Space para o Brasil, está pronto para embarque para a plataforma de lançamento em Kourou, na Guiana Francesa, de onde será lançado pelo foguete Ariane 5 no próximo mês de março.

A Thales Alenia Space assinou o contrato do SGDC com a Visiona (uma joint venture entre a Embraer e a Telebrás) no fim de 2013. Esse programa desempenha papel-chave no plano de desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), ao mesmo tempo em que atende os requisitos estratégicos do Ministério da Defesa. O satélite foi projetado para satisfazer dois objetivos principais: a implementação de um sistema seguro de comunicações via satélite para as Forças Armadas e o governo brasileiro, e para o suporte à instalação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), coordenado pela Telebrás, que visa reduzir o fosso digital existente no país. O SGDC é parte integrante da estratégia brasileira de reforço da sua independência e soberania.

A AEB e a Thales Alenia Space também assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) referente a um ambicioso plano de transferência de tecnologia, concebido para dar apoio ao desenvolvimento do programa espacial brasileiro.

A parceria ganha-ganha entre a Thales Alenia Space e o Brasil já rendeu muitos frutos:

- A empresa estabeleceu uma unidade no parque tecnológico de São José dos Campos, no Brasil, para trabalhar de perto com seus clientes e parceiros.
-  Cumpriu seu compromisso de transferência de competências, uma vez que mais de 30 engenheiros brasileiros foram treinados para todas as técnicas de engenharia espacial, supervisionados pela equipe do programa da Thales Alenia Space.
-  Um painel de apoio com bateria de alumínio, produzido pela companhia brasileira CENIC, já foi integrado ao satélite SGDC.
-  O fechamento de contratos de transferência de tecnologia com indústrias brasileiras está em andamento, a fim de permitir seu envolvimento com futuros projetos espaciais.

Fontes: Panorama Espacial e Thales Alenia Space.