terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Estudo revela que Brasil tem o pior desempenho em inovação entre os Brics

Agência CT&I
17 de janeiro de 2016



Um estudo inédito mostra que o cenário da inovação no Brasil vem se deteriorando ao longo dos últimos anos. De acordo com a pesquisa “O desempenho do Brasil no Índice Global de Inovação (IGI)”, o país tem a pior perfomance em inovação entre os integrantes dos Brics, bloco econômico formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O estudo, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria e o Sebrae, constatou não apenas que estamos na lanterna entre as economias emergentes, mas que a China tem resultados consideravelmente melhores que os demais países, estando em 25º no ranking geral. O Brasil aparece na 69ª colocação.

Tanto em termos absolutos quanto em posições no ranking, China, Rússia e África do Sul apresentaram melhores resultados, tendo subido, respectivamente, quatro, 13 e cinco posições. A Índia perdeu quatro colocações (está em 66º lugar) e o Brasil, 22 colocações. Apesar de os integrantes do bloco terem dados semelhantes em investimento em inovação, as taxas crescem muito mais rápido na China, que, inclusive, tem números melhores em resultados da inovação. A Rússia aparece na 43ª posição e, a África do Sul, na 54ª.

Esta é a primeira avaliação do desempenho histórico do Brasil no IGI, principal indicador de inovação do mundo, elaborado desde 2007 pela Universidade de Cornell (EUA) e a Escola de negócios Insead (França), em parceria com a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi). O estudo examinou 79 critérios de performance do país, entre 2011 e 2016, incluindo total de recursos, resultados e eficiência dos investimentos feitos em inovação no Brasil.

O panorama da inovação em solo brasileiro mudou de otimismo para preocupação em seis anos. O país passou da 47ª posição em 2011 - a melhor colocação já registrada - para a 69ª em 2016. A posição geral só não é pior do que a aferida em 2015, quando o Brasil ocupou o 70º lugar. Esmiuçando o dado, o Brasil precisaria aumentar em 60% seus investimentos em inovação, considerando recursos financeiros e humanos, para alcançar os índices da Suíça, que lidera o ranking.

Apesar de os investimentos terem crescido no período analisado, a tendência é oposta em termos de resultados em inovação, que vêm diminuindo, particularmente depois de 2014. “Observamos um declínio acentuado no indicador de eficiência da inovação do Brasil”, atesta o estudo. Em 2011, o país ocupava a 7ª colocação em eficiência da inovação. Em apenas cinco anos, despencou 93 posições e atualmente está em 100º lugar.

Pontos fortes

O Brasil melhorou os investimentos em inovação, tendo ganhado dez posições entre 2011 e 2016, saltando de 68º para 58º no período. Cinco critérios compõem o indicador investimentos: instituições, capital humano e pesquisa, infraestrutura, sofisticação de mercado e sofisticação de negócios. Em todos os pontos, com exceção de instituições, o Brasil teve crescimento significativo, com destaque para a expansão das tecnologias de informação e comunicação.
Entretanto, apesar do aumento de recursos para a inovação, o país não conseguiu convertê-los em resultados no mercado. Além disso, a publicação aponta problemas nos critérios instituições - sobretudo pela avaliação ruim do ambiente de negócios - e ensino, especificamente afetada pela baixa formação de engenheiros.

 O estudo traz algumas recomendações para reverter o mau desempenho do Brasil. Entre elas, o fortalecimento de políticas em inovação para que investimentos públicos alavanquem privados, maior cooperação entre empresas e universidades, além de incentivo à internacionalização e ao empreendedorismo.

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