terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Cientistas confirmam um novo estado da matéria: os cristais do tempo

UOL
31 de janeiro de 2017

Os diamantes (foto) têm a estrutura normal de cristais, diferente dos cristais do tempo

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, conseguiram fazer um modelo para reproduzir um novo tipo de matéria, os chamados cristais do tempo.

A existência desse novo estado foi proposta pelo Nobel de Física de 2012, Frank Wilczek. A ideia do cientista causou muito debate no meio científico e agora foi reafirmada com o modelo no artigo publicado no Physical Review Letters.

Com base no modelo, duas equipes independentes, uma da Universidade de Maryland e uma da Universidade de Harvard, criaram seus próprios cristais do tempo. Quando esses estudos forem avaliados e publicados, podemos ter a prova final de que os cristais do tempo existem.

"É um novo estado da matéria. Também é muito legal porque é um dos primeiro exemplos de matéria de não-equilíbrio", diz Norman Yao, coordenador da pesquisa da Universidade da Califórnia e participante dos grupos de pesquisa das outras universidades.

Como é?

Teoricamente, quando um material está no estado de gasto zero energia, é impossível haver movimento. Mas Wilczek previu que no caso dos cristais do tempo isso seria diferente.

Os cristais normais têm uma estrutura atômica que se repete no espaço –como a estrutura de carbono de um diamante. Um rubi ou um diamante não se movem porque estão em equilíbrio quando estão parados, em seu estado zero.

Já os cristais do tempo têm uma estrutura que se repete tanto no espaço quanto no tempo. Eles seriam como uma gelatina. Quando você toca, ela treme. Só que nesse caso, ela não precisaria ser tocada para ficar tremendo. O estado de zero gasto de energia desse cristal é justamente ficar se movendo.

Assim, os cristais do tempo são uma nova forma de matéria, a matéria do não-equilíbrio, pois ela não consegue ficar parada.  "No último meio século, exploramos a matéria do equilíbrio, como metais e isolantes. Agora começamos a explorar uma paisagem totalmente nova da matéria do não-equilíbrio", conclui Yao.

A existência deles pode trazer novos entendimentos sobre o mundo ao nosso redor e também de novas tecnologias como computação quântica.

Seminário terá debates sobre os resultados da Pintec 2014

Agência CT&I
31 de janeiro de 2017



O Ministério da Ciência, Tecnologia Inovações e Comunicações (MCTIC) promoverá nesta quinta-feira (2), às 14h30, em Brasília, um seminário para debater os resultados da última Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec 2014). O evento contará com apresentações do diretor de Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Roberto Luis Olinto Ramos, do gerente da Pintec, Alessandro Pinheiro; e do secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Alvaro Prata.
Realizada pelo IBGE, a Pintec é a principal pesquisa sobre a atividade de inovação das empresas brasileiras, políticas e programas de inovação. O estudo revela que o setor industrial tem mantido estáveis os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) nos últimos anos.  

Pela primeira vez a Pintec traz o quantitativo de mulheres atuando como pesquisadoras. Do total de 94 mil pesquisadores das empresas inovadoras, apenas 19,6 mil (20,85%) eram do sexo feminino. A maior participação foi na indústria (22%), em seguida vinham os serviços selecionados (18,2%) e as empresas de eletricidades e gás (16,1%).

Na Pintec 2014, o elevado custo ocupou o primeiro posto como obstáculo à inovação na indústria (86%), seguido pelos riscos (82,1%) e pela escassez de fontes de financiamento (68,8%). A falta de pessoal qualificado vinha avançando posições no ranking, chegando a aparecer, em 2011, como o segundo maior entrave na indústria (72,5%). Em 2014, esta categoria passou a ocupar a quarta colocação (66,1%). Os elevados custos também foram os obstáculos mais relevantes nos serviços (88,5%), enquanto no setor de eletricidade e gás, a primeira posição foi assumida pelos riscos (69,9%).

De acordo com a publicação, entre 2012 e 2014, 36% das 132.529 empresas brasileiras com dez ou mais trabalhadores fizeram algum tipo de inovação em produtos ou processos. Essa taxa é próxima da apresentada no triênio anterior (35,7%).

A pesquisa destaca também como o percentual de empresas inovadoras beneficiadas com algum incentivo do governo cresceu mais de 34% de 2009 para 2011, e 49% no período de 2012 a 2014.

(Agência ABIPTI, com informações do MCTIC)

MCTIC leva iniciativas de inclusão digital e de tecnologia para a Campus Party deste ano

MCTIC
30 de janeiro de 2017

Foto: Agência Brasil

Estande do ministério vai expor programas da pasta como o Brasil Mais TI e o Cidades Inteligentes, e vai identificar projetos inovadores que poderão ser apoiados. Evento em São Paulo (SP) terá 750 horas de atividades em seis dias.

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) marca presença a partir desta terça-feira (31) na Campus Party, um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do mundo. Realizado até domingo (5) no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo (SP), o evento deve atrair mais de 120 mil pessoas e ter 750 horas de atividades, distribuídos por nove palcos temáticos. O MCTIC terá um estande na área aberta, a Open Campus, e participa de diversas mesas de debate.

O espaço do ministério será multiuso e contará com um ciclo de palestras e a divulgação de ações do ministério e das entidades vinculadas. Técnicos estarão à disposição do público para prestar orientações e identificar potenciais projetos inovadores que poderão ser apoiados pelo MCTIC. Sete programas da pasta serão divulgados.

O Brasil Mais TI oferece capacitação gratuita em tecnologia da informação (TI) para jovens do país;  o Start-Up Brasil apoia empresas nascentes de base tecnológica; o Sistema de Registro Nacional de Emissões (Sirene) disponibiliza informações online sobre emissões dos gases causadores do efeito estufa; o Cidades Inteligentes leva a municípios uma rede de fibra óptica que conecta órgãos públicos e oferece pontos públicos de acesso gratuito à internet; a plataforma Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) divulga dados sobre a fauna e a flora brasileiras já catalogada; a Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN) objetiva integrar as ações governamentais para o desenvolvimento científico e tecnológico da nanotecnologia; e os Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) atendem jovens carentes com cursos e oficinas para reabilitação de equipamentos eletrônicos.

Na arena Campus Party, o espaço fechado do evento, o MCTIC participa do lançamento dos Indicadores de Cidades Inteligentes e Humanas, iniciativa que classifica as cidades de forma que os gestores públicos tenham uma estratégia adequada para modernizar os serviços municipais. Em outro painel, a mesa de debates demonstra, com exemplos de pequenos negócios que utilizam a tecnologia, como o início de uma cidade inteligente pode ser de forma simples. Especialistas convidados pelo MCTIC também participam de palestras sobre nanotecnologia, super ímãs de terras raras, a quarta revolução industrial e veículos híbridos, movidos a energia elétrica e hidrogênio.

CLBI inicia atividades em 2017 com rastreamento do Soyuz

AEB
30 de janeiro de 2017

Veículo Soyuz, lançado em Kourou, na Guiana Francesa, é rastreado pelo CLBI em Natal (RN)

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), por meio da Seção de Telemedidas, realizou na última sexta-feira (27.01) o rastreamento do Veículo Soyuz VS-16, lançado da Base Espacial Europeia de Kourou, na Guiana Francesa.

O lançamento ocorreu às 23h (horário brasileiro de verão) e teve a finalidade de colocar em órbita geoestacionária o satélite de telecomunicações Hispasat 36W-1 com previsão de vida útil de 15 anos. O satélite atuará na zona de cobertura da Europa, Ilhas Canárias e América do Sul, compondo uma cadeia de rastreamento que envolve cinco estações para os veículos lançados a leste.

A principal função operacional da Estação Natal ocorreu 6 minutos e 49 segundos após a decolagem, com a aquisição dos sinais transmitidos pelo veículo, tratamento e envio de dados ao Centro Espacial Guianês. Na cadeia de rastreamento, a Estação Natal atua em momento crítico do voo – separação dos três estágios e da coifa –, sendo operacionalmente a única Estação responsável pela coleta das informações transmitidas pelo veículo durante a fase propulsada, ratificando a importância dos serviços prestados.

Operações 2017 – O calendário operacional do CLBI no ano de 2017 prevê uma alta taxa de ocupação: oito operações de rastreio em prol da Agência Espacial Europeia (ESA), somadas às operações nacionais (lançamento e rastreio) no CLBI e no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Nesta elevada cadência de rastreamento, ressalta-se a elevada capacidade operacional e prontidão da Estação ao ter início a Operação Ariane VA235 dois dias após a finalização da Operação Soyuz VS-16.

Equipe do CLBI acompanha operação de rastreamento do Soyuz VS-16

Segundo a coordenadora da Estação de Telemedidas, engenheira Maria Goretti Dantas, o planejamento e execução das operações seguem um cronograma rígido para garantir a confiabilidade e a segurança necessárias ao sucesso das missões: “Concluímos a Operação do Soyuz e já estamos pensando nos ensaios e nas cronologias para a próxima Operação Ariane”.

Ela acrescenta ainda que durante um período as duas operações recebem atenção da equipe de engenheiros e técnicos da Estação: “Alguns profissionais finalizam a operação com a confecção dos relatórios e envios administrativos à ESA, enquanto outros profissionais acompanham os processos da operação subsequente”.

Na análise do diretor do Centro, considerando a nova Concepção Estratégica da Força Aérea Brasileira para consolidar a eficácia das atividades operacionais e administrativas, a primeira atividade operacional do CLBI focando a atividade fim, com o apoio do Grupamento de Natal (GAP-NT) na execução logística da Operação, foi um sucesso: “Ajustamos os procedimentos internos e recebemos do GAP-NT todo apoio logístico necessário que garantiu a qualidade da Estação, nesse primeiro evento operacional, na nova configuração da Força Aérea que prioriza a atividade fim de suas organizações militares”.

Lançador Soyuz

A família de lançadores Soyuz, de fabricação russa, assegura os serviços de lançamento confiáveis desde o início da pesquisa espacial. Atualmente, os veículos desta família, que colocaram em órbita o primeiro satélite e o primeiro homem, contabilizam um total de 1.865 lançamentos.

O Soyuz é utilizado para voos habitados ou não, em proveito da Estação Espacial Internacional, para os lançamentos do governo da Rússia e também para voos comerciais dentro do programa Arianespace da União Europeia. O primeiro lançamento a partir de Kourou ocorreu em 24 de junho de 2003, transportando o satélite O3B sendo o primeiro de uma rede de quatro satélites a oferecer serviços de internet de alta velocidade para clientes dos mercados emergentes em todo o mundo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Brasil e UE acertam detalhes para formação do centro de cooperação

Agência CT&I
30 de janeiro de 2017



Entidades brasileiras e europeias se reuniram na semana passada em Berlim, na Alemanha, para detalhar e lançar o projeto Centro para Cooperação em Inovação e Negócios Europa-Brasil (Cebracic).  Financiada pelo programa europeu Horizon 2020, a iniciativa tem como objetivo identificar potencialidades para desenvolver a inovação na indústria brasileira, por meio da cooperação com empresas e organizações europeias.

A coordenação do projeto é tocada por um consórcio internacional que envolve a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), o Serviço Nacional da Indústria (Senai) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além de oito instituições europeias. Entre elas, o Fraunhofer IPK (Alemanha), a International Association of Science Parks and Areas of Innovation (Espanha) e a Sociedade Portuguesa de Inovação (Portugal).

Com o Cebracic, a ideia é ofertar de maneira sustentável um conjunto diversificado de serviços, como a criação de redes e parcerias, consultoria empresarial, compartilhamento de recursos, atração de investimento, capacitação e sensibilização.

Durante os dias 23 e 24, a entidades brasileiras destacaram as iniciativas que serão trabalhadas como ativos ao Cebrabic, facilitando a cooperação entre os ecossistemas de inovação do Brasil e da União Europeia. A Anpei apresentou a Plataforma iTec, os Comitês Temáticos, a Conferência Anual e o Guia de Apoio ao Fomento.

Já o Senai irá envolver no projeto os Institutos de Inovação, que funciona como hubs regionais de prestação de serviço em pesquisa aplicada. De acordo com a entidade, a participação no consórcio proporcionará a internacionalização dos Institutos de Inovação, a redução da curva de aprendizado em tecnologias e o fortalecimento de sua rede de parceiros internacionais.

A Universidade Estadual de Campinas apontou que estará envolvida, principalmente, na avaliação dos impactos do Cebrabic e em seu monitoramento ao longo de toda a execução. A instituição de ensino superior afirmou que irá projetar e desenvolver sistemas de avaliação e monitoramento especialmente para esses fins.

O Confap apresentou sua organização para os demais parceiros e suas 26 Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa associadas. O órgão detalhou as ações que serão desenvolvidas nas fases de estudo do contexto brasileiro de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) e de implementação para fortalecer a criação de redes colaborativas entre o Brasil e a Europa.

(Agência ABIPTI, com informações do Confap)

Governo publica estudo sobre Veículos Aéreos Não Tripulados

Agência CT&I
30 de janeiro de 2017

Vant RQ-450 - Foto: Divulgação/Agência Força Aérea

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) publicou o “Estudo sobre a Indústria Brasileira e Europeia de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs)”. Realizado em parceria com a Directorate-General for Mobility and Transport (DG Move) no âmbito do Programa Diálogos Setoriais Brasil – União Europeia, o documento aborda temas específicos da indústria de VANT a fim de identificar pontos de complementaridade entre as duas regiões e analisar especificidades do panorama comercial e ambiente regulatório deste setor.

No Brasil, até pouco tempo, os veículos aéreos não tripulados eram utilizados exclusivamente como aeromodelos ou alvos aéreos para o treinamento das forças armadas. O avanço tecnológico em diversas áreas e a redução da complexidade de operação e de controle são fatores que viabilizaram o emprego dos VANT em várias outras aplicações. Entre estas, se destacam apresentando o maior potencial de retorno econômico as militares, agropecuárias, segurança e mineração.

Por se tratar de uma indústria nova e em ampla ascensão, o trabalho buscou identificar as principais tendências industriais, comerciais e tecnológicas. Adicionalmente, foi feito um mapeamento detalhado dos principais atores envolvidos e das questões relacionadas ao panorama comercial e regulatório. A maioria dos países do mundo ainda não possui uma regulamentação específica para VANT.

A análise do panorama brasileiro foi feita pelo consultor Ricardo Veiga, coronel-aviador da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB), e o estudo europeu foi conduzido pelo consultor José Maria Pecharromán, Diretor de Segurança da Aviação da European Civil Aviation Conference (ECAC).

Para acessar a íntegra do estudo, clique aqui.

(Agência ABIPTI, com informações do MDIC)

CNPq divulga vencedor da edição 2017 do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia

MCTIC
26 de janeiro de 2017

Samuel Goldenberg receberá a láurea em cerimônia na Escola Naval do Rio de Janeiro. Crédito: ICC Fiocruz Paraná

Pesquisador Samuel Goldenberg é especialista no estudo da biologia molecular. Entre suas principais contribuições está a pesquisa relativa à diferenciação do protozoário Trypanosoma cruzi, causador da Doença de Chagas. Atualmente, ele é diretor do Instituto Carlos Chagas (ICC), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Paraná. Premiação faz homenagem ao almirante, engenheiro, idealizador e primeiro presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

O diretor do Instituto Carlos Chagas (ICC) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Paraná, Samuel Goldenberg, é o vencedor do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia deste ano. A mais importante honraria em ciência e tecnologia do país, a premiação é concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – agência vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) –, em parceria com a Fundação Conrado Wessel e a Marinha do Brasil. A láurea está prevista para ser entregue em maio, no auditório da Escola Naval do Rio de Janeiro.

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1A, pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz e colaborador do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), Goldenberg graduou-se em ciências biológicas pela Universidade de Brasília (UnB), onde fez mestrado na mesma área e possui doutorado pela Universidade de Paris VII.

O pesquisador tem experiência e formação na área de biologia molecular, com ênfase em parasitologia molecular, atuando principalmente nas áreas de diferenciação de Trypanosoma cruzi – protozoário causador da Doença de Chagas –, regulação da expressão gênica em parasitos, genômica funcional e desenvolvimento de insumos para diagnóstico.

Entre 2006 e 2008, foi presidente da Sociedade Brasileira de Protozoologia (SBPz) e da Sociedade Brasileira de Genética (SBG), em 2013 e 2014. Foi membro do Comitê Assessor de Genética do CNPq e do corpo editorial do periódico Gene. É coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Diagnóstico em Saúde Pública. É membro Titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), agraciado, em 2006, com a Ordem Nacional do Mérito Científico na Classe Comendador. Goldenberg publicou 143 trabalhos científicos e seis capítulos de livros. Possui 121 trabalhos publicados e mais de 2.800 citações no buscador Web of Science.

Pesquisadores eméritos

Durante a cerimônia, também serão concedidos títulos de pesquisador emérito a oito cientistas. São eles: Ângelo Barbosa Monteiro Machado (UFMG), Fábio de Melo Sene (USP), Ingedore Grunfeld Villaça Koch (Unicamp), Jorge de Lucas Junior (Unesp), Jorge Luiz Gross (UFRGS), Jose Arthur Giannotti (Cebrap), Luiz Carlos Bresser Pereira (FGV), Othon Henry Leonardos (UnB), Ricardo de Araújo Kalid (UFSB) e Sandoval Carneiro Junior (UFRJ).

O prêmio menção especial de agradecimentos será entregue ao deputado federal Sibá Machado.

A premiação

O Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia foi instituído em 1981, ainda como Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia. A premiação consiste em medalha, diploma, importância em dinheiro equivalente a R$ 200 mil e uma viagem à Amazônia, a bordo do navio de Assistência Hospitalar na Amazônia, oferecida pela Marinha do Brasil.

Em 1986, passou a fazer referência ao almirante, engenheiro, idealizador e primeiro presidente do CNPq. É concedido anualmente, em sistema de rodízio, a uma das três grandes áreas do conhecimento: ciências exatas, da Terra e engenharias; ciências humanas e sociais, letras e artes; e ciências da vida.

Para mais informações sobre o Prêmio Almirante Álvaro Alberto, acesse esta página.

Moradores de cidades catarinenses poderão receber alertas de desastres naturais por SMS

MCTIC
27 de janeiro de 2017

Araranguá, Pedras Grandes, São João Batista, Ilhota, Balneário Rincão, Mirim Doce, Barra Velha, Caçador, Herval d'Oeste, Itapiranga, Ponte Serrada, Maravilha, São Carlos, Arvoredo, Ponte Alta do Norte, Rio dos Cedros, Araquari, Urubici, Rio do Sul e Três Barras são as cidades que serão atendidas pela iniciativa.
Cidadãos de 20 municípios de Santa Catarina podem se cadastrar gratuitamente a partir de fevereiro para receber avisos no celular, pelo número 40199. Projeto piloto vai durar de 120 dias e terá período de avaliação dos resultados.

A partir de fevereiro, os moradores de 20 cidades de Santa Catarina poderão receber alertas de enchentes, vendavais, deslizamentos de terra e outros eventos naturais de risco via SMS. Fruto de uma parceria entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Ministério da Integração Nacional e operadoras de telefonia, o projeto está na fase piloto e a intenção é torna-lo ativo para todo o Brasil até o fim do ano.   

As cidades catarinenses que recebem o projeto são: Araranguá, Pedras Grandes, São João Batista, Ilhota, Balneário Rincão, Mirim Doce, Barra Velha, Caçador, Herval d'Oeste, Itapiranga, Ponte Serrada, Maravilha, São Carlos, Arvoredo, Ponte Alta do Norte, Rio dos Cedros, Araquari, Urubici, Rio do Sul e Três Barras.
Para se cadastrar no sistema de 
alerta, os moradores devem enviar, a partir de 1º de fevereiro, um SMS para o número 40199 com o CEP de interesse. O envio e o recebimento das mensagens não têm custos para o consumidor e é possível cadastrar mais de um código postal. O projeto piloto terá duração de 120 dias. Em seguida, haverá um período de avaliação de dois meses. A previsão é que, até julho, o serviço comece a ser disponibilizado para outros estados interessados.

"A ideia é salvar vidas. O projeto começa nestes municípios de Santa Catarina, que têm sofrido recentemente com eventos desse tipo que causaram até mortes. A intenção é alertar a população para que ela fique preparada e possa deixar os locais que serão atingidos", diz o superintendente de Controle de Obrigações da Anatel, Osmar Bernardes.

A agência de fiscalização trabalha como interlocutora entre as Defesas Civis municipais, responsáveis por monitorar as áreas de risco e criar as mensagens de alerta, e as operadoras de telefonia, que enviam os SMS para os usuários cadastrados.

 "Esse sistema já existe na Suíça, Japão e Estados Unidos em modelos semelhantes. Nosso trabalho é um pontapé inicial, que tem como pretensão, no futuro, de alcançar a mesma envergadura desses outros países", afirma o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Élcio Barbosa.

MCTIC vai apresentar programas e palestras durante a Campus Party 2017, em São Paulo

MCTIC
27 de janeiro de 2017

Durante os seis dias do evento, são esperados mais de 120 mil visitantes, além dos campuseiros.

Iniciativas como o Start-Up Brasil, o Cidades Inteligentes e o SIBBr ficarão à disposição do público no Open Campus. Técnicos da pasta estarão à disposição para prestar orientações aos interessados em conhecer os projetos.

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) vai participar da Campus Party Brasil 2017, um dos maiores encontros do mundo na área de tecnologia e ciência. A décima edição do evento no país vai ocorrer na próxima semana, entre os dias 31 de janeiro e 5 de fevereiro, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo (SP). O MCTIC terá um espaço na área Open Campus, que é aberta ao público e tem entrada gratuita.

O estande do MCTIC na Campus Party 2017 vai divulgar as ações de sete programas do ministério relacionados  às áreas de pesquisa científica e tecnologia:  Brasil Mais TI,  que oferece capacitação gratuita em tecnologia da informação (TI) para jovens do país;  Start-Up Brasil, que apoia empresas nascentes de base tecnológica, as startups; Sistema de Registro Nacional de Emissões (Sirene), sistema computacional que disponibiliza informações sobre emissões dos gases de efeito estufa; Cidades Inteligentes, que leva a municípios uma rede de fibra óptica de alta capacidade que conecta órgãos públicos e oferece pontos públicos de acesso gratuito à internet; a  plataforma Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr); a Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN), que objetiva integrar as ações governamentais para o desenvolvimento científico e tecnológico da nanotecnologia; e os Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs).

O espaço do MCTIC no Open Campus será multiuso e contará com um ciclo de palestras e a divulgação das várias ações do ministério e das entidades vinculadas. Técnicos estarão à disposição do público para prestar orientações e identificar potenciais projetos inovadores que poderão ser apoiados pela pasta.

"O estande será uma fonte de informações e também vai ajudar o ministério a ampliar ações e qualificar editais em suas diferentes áreas de atuação", explica a diretora de Políticas e Programas para Inclusão Social do MCTIC, Sônia da Costa.
Na Arena Campus Party, que é a área fechada do evento, o MCTIC também vai marcar presença. Cinco representantes do ministério vão proferir palestras sobre temas variados.

O evento

Ao todo, a programação do evento neste ano deverá contar com mais de 750 horas de atividades, workshops e palestras. A expectativa é que, durante seis dias, cerca de 120 mil pessoas circulem pelo local, além de milhares de jovens que ficarão instalados na área de camping do evento, os chamados campuseiros.

Ministro destaca prioridade que o governo federal dá para o setor de ciência e tecnologia

MCTIC
24 de janeiro de 2017

Gilberto Kassab e Michel Temer dividiram a mesa durante a cerimônia realizada na sede do CNPq, em Brasília (DF).
Gilberto Kassab formalizou, nesta terça-feira (24), a instalação dos grupos de apoio ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT). Cerimônia contou com a participação do presidente da República, Michel Temer.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, enfatizou o esforço do governo federal na recuperação de recursos e investimentos para o setor de ciência, tecnologia e inovação nos últimos meses. Ele e o presidente da República, Michel Temer, participaram da reunião que instalou as comissões temáticas do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), nesta terça-feira (24). O evento aconteceu na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília (DF).

"É um fórum informal que baliza todas as ações e decisões do ministério. A presença do presidente mostra a proximidade entre o governo federal e os projetos do nosso ministério. Há um clima de muito otimismo e esperança com o seu governo, de que o país, do ponto de vista econômico e político, tenha virado a página da dificuldade e que possamos dar a nossa contribuição para continuar no rumo que estamos", afirmou o titular do MCTIC, ressaltando a importância da presença do presidente no encontro.

Segundo Kassab, que também é coordenador do Conselho Consultivo do CCT, o trabalho dos grupos de apoio contribuirá para propor temas a serem discutidos nas reuniões plenárias do colegiado e avaliar a execução da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O Conselho servirá para aproximar e promover a integração entre os diversos setores envolvidos com a ciência, tecnologia e a inovação do país.

"Assim que assumimos o ministério, percebemos o distanciamento que havia entre as decisões de governo com a comunidade, além do profundo descaso orçamentário com todas as instituições, uma situação muito difícil. Então, criamos esse Conselho Consultivo", explicou.

Mais recursos

Em sua fala, o presidente da República ressaltou a gestão do ministro à frente da pasta, bem como a importância do setor para o desenvolvimento social e econômico do país. Temer afirmou que ciência, tecnologia e inovação são estratégicos para o Brasil e para o mundo.

"A inovação tecnológica tem uma linguagem universal e sem divergências. É um setor fundamental para o nosso país e eu não tenho a menor dúvida de que é incentivador da geração de empregos", disse.

O presidente mencionou a celeridade e empenho do ministro para liberação dos recursos da Fonte 900 para Fonte 188, ligada ao Tesouro Nacional, que possibilitou executar os pagamentos de competência da pasta. O montante, no valor de R$ 1,7 bilhão, foi utilizado para antecipar os pagamentos das bolsas de pesquisadores dos meses de janeiro e fevereiro, além de despesas administrativas do ministério.
"Os chamados restos a pagar datavam de 2007 e não vinham sendo cumpridos, causando um prejuízo na administração, em geral. Nesse brevíssimo tempo de governo, nós não só pagamos todas as emendas parlamentares, como liquidamos todos os restos a pagar de 2007 para cá", frisou Temer.

Estímulo para o setor

Para a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, a reativação das comissões do CCT é uma conquista para o setor e representa um estímulo para o bem-estar social. Ela preside a Comissão de Pesquisa e Infraestrutura.

"A volta do CCT é uma vitória muito grande para o ministério e a sociedade civil, porque é o fórum presidido pelo presidente da República para traçar o que seriam as diretrizes para ciência, tecnologia e inovação impulsionarem o conhecimento e a economia e, com isso, o bem-estar social de todo o povo", disse. "Pretendemos, num curto espaço de tempo, estar com o documento que baliza as ações de ciência, tecnologia e inovação para o Brasil", completou.

Durante a solenidade, Nader entregou um documento com mais de 30 mil assinaturas de pesquisadores nacionais e internacionais, que pedia a liberação dos recursos do MCTIC anteriormente  vinculados à Fonte 900.

Já o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcos Cintra, pontuou que o setor não pode sofrer retrocessos orçamentários sob pena de "causar prejuízos irreparáveis". Ele pontuou a importância dos financiamentos da Finep para o crescimento e evolução do setor no país.

"Ciência, tecnologia e inovação é um setor que só traz notícias boas, descobrimentos de novos métodos, técnicas e formas de desenvolver problemas. O que precisamos é de simplificação, desburocratização e, sobretudo, um atendimento as especificidades do setor", ressaltou.

Ao todo, são seis comissões temáticas de apoio ao CCT: Assuntos Cibernéticos; Capital Humano; Financiamento, Cooperação Internacional e Avaliação; Marco Legal; Pesquisa e Infraestrutura; e Tecnologia e Inovação. Os grupos são constituídos por representantes do governo federal, da comunidade científica, de universidades e representantes de usuários e produtores de ciência e tecnologia.

Picosatélite Tancredo-1 tem sinais captados em diversas partes do planeta

AEB
27 de janeiro de 2017



O picosatélite Tancredo 1, projeto UbatubaSat, desenvolvido por alunos do ensino fundamental de Ubatuba (SP), iniciou as transmissões de telemetria na frequência de 437.200 MHz. As gravações de áudio já foram recebidas por vários radioamadores ao redor do planeta.

Segundo o professor de Matemática e coordenador do projeto UbatubaSat, Cândido Oswaldo de Moura, a primeira informação sobre os sinais do pequeno satélite foi enviada pelo radioamador Drew Glasbrenner, KO4MA, no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Drew enviou uma gravação de áudio onde é possível ouvir as mensagens de voz gravadas por alunos da escola e as transmissões em AX.25 com dados de telemetria.

“Além dessa informação a equipe também recebeu várias notificações de rastreio e recepção de colegas radioamadores pelo mundo que nos forneceram dados via e-mail, como fotos, gráficos, áudio e frames de telemetria recebidos do Tancredo-1”, explicou Cândido.

A equipe foi à cidade de Pardinho, no interior paulista, no dia 19 de janeiro para acompanhar o rastreio do picosatélite. O membro da AMSAT-BR, grupo de trabalho da Liga de Amadores Brasileiros de Radioemissão (LABRE), Edson Pereira, disponibilizou para a equipe sua infraestrutura de rastreio de satélites.

O Tancredo 1 foi enviado ao espaço levando dois experimentos científicos para testar em órbita. Um deles é o gravador chip com uma mensagem da escola Tancredo Neves que será transmitida em órbita. O outro é o experimento do Inpe que vai estudar as bolhas de plasmas da atmosfera, fenômeno que compromete a captação de sinais e antenas parabólicas localizadas na linha do Equador.

O áudio recebido nas várias passagens em diferentes locais comprovou o total funcionamento do gravador de voz. A análise dos frames de telemetria, junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) comprovam que os dados da sonda estavam sendo coletados e transmitidos.

Aprendizado - Para a equipe envolvida no projeto UbatubaSat é difícil mensurar o tamanho do aprendizado que esse picoSat trouxe aos envolvidos. Para a parte adulta da equipe, todo o processo, desde desenvolvimento, concepção, construção de placas e subsistemas, testes ambientais, obtenção de licenças de uso de frequências, envio de hardware para a Itália/Japão, lançamento, rastreio e por final, análise de dados de missão, foi um aprendizado que poucos têm a oportunidade de vivenciar.

“Para os estudantes, o principal aprendizado foi a oportunidade tanto de conhecer como se envolver no universo da Ciência e Tecnologia. Após esse trabalho, muitos deles realizaram diversas atividades que nem imaginavam aprender um dia”, destacou o coordenador do projeto.

UbatubaSat -  O Tancredo 1 foi lançado em órbita no dia 16 de janeiro a partir da Estação Espacial Internacional (ISS sigla em inglês). O satélite foi colocado em órbita, por meio do módulo Kibo JEM (Jaapanese Experimental Modulo) operando o deployer CubeSat JJOD. Com o peso de 650 gramas e aproximadamente 9 centímetros de diâmetro e 13 cm de altura, o pequeno satélite faz a volta em torno da Terra no tempo de 90 minutos. O projeto teve o apoio do Inpe e foi custeado pela Agência Espacial Brasileira (AEB).

Para ouvir a gravação em áudio captada pelo radioamador Drew Glasbrenner clique aqui: http://migre.me/vWMqs

INPE participa da construção do radiotelescópio Bingo

INPE

25 de janeiro de 2017



O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) participa do consórcio internacional para a construção de um radiotelescópio que deverá fornecer detalhes da distribuição de matéria no Universo e trazer informações valiosas sobre a chamada “energia escura”.

“A matéria escura é certamente um dos principais temas de pesquisa na física do século 21”, diz Carlos Alexandre Wuensche, pesquisador do INPE. O Baryon acoustic oscillations in Neutral Gas Observations (BINGO) foi concebido por cientistas do Reino Unido, Suíça, Uruguai, China e Brasil para fazer a primeira detecção de Oscilações Acústicas de Bárions (BAO) nas frequências de rádio.

BAO é um método utilizado pela astrofísica para, por meio de oscilações acústicas, entender os processos de formação de aglomerados de galáxias, medir a expansão do Universo e a quantidade de matéria escura. A escala do BAO é uma das sondas mais poderosas para investigar parâmetros cosmológicos, incluindo a energia escura.

O INPE participa diretamente no design, construção e testes das cornetas e parte da eletrônica do radiotelescópio, desenvolvimento e testes de técnicas de calibração e análise de dados, bem como do comitê gestor do projeto. A coordenação geral da parte brasileira do projeto está sob a responsabilidade do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).

O desenvolvimento dos componentes para módulos receptores e a construção e montagem de antena têm o apoio da FAPESP no âmbito do projeto temático O telescópio BINGO: a nova janela de 21cm para exploração do universo escuro e outras questões astrofísica.

O radiotelescópio BINGO fará a medição da distribuição de hidrogênio neutro a distâncias cosmológicas, utilizando uma técnica chamada Mapeamento de Intensidade. Operando na faixa de frequência que vai de 0,96 GHz a 1,26 GHz, o BINGO contará com dois espelhos de 40 metros que iluminarão cerca de 50 cornetas de 4,7 metros de comprimento e 1,90 metros de abertura. O custo estimado é de US$ 4,9 milhões.

O consórcio internacional é formado pelo Jodrell Bank Centre for Astrophysics/Universidade de Manchester, Universidade de Portsmouth e University College de Londres, no Reino Unido; o ETH Zurich, na Suíça; a Universidade da República, no Uruguai; bem como o INPE e o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), que coordena a parte brasileira do projeto.

“A equipe envolvida no INPE é principalmente da Divisão de Astrofísica da Coordenação Geral de Ciências Espaciais e Atmosféricas, sendo constituída pelos tecnologistas Luiz Reitano, Alan Cassiano, Cesar Strauss e Renato Branco (cedido em tempo parcial pela Coordenação Geral de Engenharia e Tecnologia Espaciais), pela pós-doc Karin Fornazier e pelos pesquisadores Thyrso Villela e José Williams Vilas-Boas”, informa Wuensche, que lidera o projeto no INPE. (Com informações da FAPESP).

Crise ameaça o Inpe e pode parar supermáquina da previsão do tempo

Globo (Bom dia Brasil)
30 de janeiro de 2017



Ninguém duvida da importância do serviço de previsão do tempo. Só que o principal instituto de meteorologia do Brasil está sofrendo com a falta de investimento. O supercomputador do Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, chamado Tupã, está quase parando.

Essa máquina, que ocupa um bom espaço no prédio do Inpe, em Cachoeira Paulista, faz os cálculos numéricos usados na previsão do tempo de todo o país.

O supercomputador Tupã foi comprado em 2011 e já foi o mais rápido da América Latina.

Hoje, está ultrapassado e ainda este ano acaba a garantia para a troca de peças.
Há dois anos o Inpe espera verba para substituí-lo, mas o custo de aproximadamente R$ 120 milhões não está previsto no orçamento do governo federal para este ano.



A vida útil do supercomputador do CPTEC acabou. E o instituto tem duas alternativas: fazer a atualização ou a compra de um novo equipamento. Até lá, há um grande risco para o serviço de meteorologia e previsão do tempo.

“Se essa máquina parar por algum motivo – e isso pode ocorrer, existe esse risco – a previsão fica extremamente prejudicada, porque a base da previsão do tempo são os modelos numéricos – que são depois interpretados pelos meteorologistas. Mas sem a máquina não há como rodar o modelo numérico, e portanto há problemas de previsão de tempo seríssimos que a gente vai ter que enfrentar”, avisou o chefe do serviço de supercomputação do Inpe, Luiz Flávio Rodrigues.

As informações do Tupã são analisadas pelos meteorologistas do CPTEC, que é o braço do Inpe que cuida da previsão do tempo.

“O CPTEC faz a previsão numérica do tempo e também estudos climáticos, para mudanças climáticas e etc., e fornece dados para muitos usuários. Em qualquer país do mundo que tenha atividades, por exemplo, agrícolas intensas, como tem o Brasil, acesso a esses dados é essencial”, explicou o diretor do Inpe, Ricardo Galvão.

O Ministério da Ciência e Tecnologia informou que este ano já tem recursos para atualizar o supercomputador e prevenir uma possível interrupção no serviço. Mas que uma eventual substituição da máquina só estaria nos planos a partir de 2018.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Facing ‘doomsday’ scenario, scientists consider fleeing Brazil

Science
Herton Escobar
24 de janeiro de 2017

Students and teachers protest parlous conditions at Rio de Janeiro State University in Brazil. - Newzulu/Alamy Stock Photo

SÃO PAULO, BRAZIL—Two years ago, Fernanda De Felice was at the top of her game. The biochemist at the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) in Rio de Janeiro, Brazil, was developing a nonhuman primate model for Alzheimer’s disease and publishing in top journals. But since then, a state budget crisis has cut off all public funding for her work. In March, De Felice will decamp to Canada for a 2-year stint at Queen’s University in Kingston, leaving her husband and main collaborator, UFRJ professor Sergio Ferreira, to shuttle between Rio and Kingston. “It’s not what I wanted, but it’s what I had to do,” De Felice says. “Staying in Brazil would mean the end of my career.”

Thousands of other scientists in the state of Rio de Janeiro, which includes Rio, Brazil’s second biggest city, and many key research institutions, face a similar struggle. Declining federal support for science in cash-strapped Brazil had sapped funds for scholarships and lab infrastructure. Now, Rio de Janeiro’s funding agency, FAPERJ, is bankrupt. It has fallen $150 million behind on grant payments—and over 2 years has cut off funds to 3670 research projects. Last year, it devoted most of its spending—$30 million—to graduate scholarships. Science funding faces similar threats in other Brazilian states.

A massive brain drain is a real risk, scientists warn. “I know a lot of people who want to leave,” says Stevens Rehen, a stem cell researcher at UFRJ and the D’Or Institute for Research and Education. Compounding the poverty, he says, is a despair that permeates the scientific community. “This is affecting an entire generation of scientists.” Rehen has kept his lab running on cash accumulated before 2015, and his team has published several papers in recent months. However, he says, “We’ve burned all the fat that we had left.” FAPERJ owes him more than $475,000, and last year he lost three postdocs: one to Poland, one to the United States, and another to the private sector.

The federal government still pays salaries at UFRJ, but at state universities, employees—including some 3000 researchers–just received their November 2016 salaries. Professor resignations are on the rise at Rio de Janeiro State University in Rio, which FAPERJ owes $20 million in research funds, says Vice Chancellor Egberto Moura. “We never thought it would go this far,” adds Carlos Rezende, a senior environmental scientist at the State University of Northern Rio de Janeiro in Campos dos Goytacazes. Phone services were disconnected on campus most of last year, he says, because of unpaid bills. “I have invitations to move to other institutions. If this situation persists, I might not have another choice,” Rezende says. “I am 56 years old. I can’t live with this level of uncertainty anymore.”

There is little FAPERJ can do but watch the trainwreck unfold. The agency by law had been entitled to 2% of state tax revenues until last month, when Rio de Janeiro Governor Luiz Fernando de Souza signed a decree slashing FAPERJ’s revenue allotment by 30%, to 1.36% of projected revenues. But over the past couple years, the government has awarded the agency far less—about 40% of the planned budget in 2015 and 2016. The agency continued to issue calls for proposals and award grants that it now can’t fund. “We hope this will be a temporary situation,” explains FAPERJ Scientific Director Jerson Silva in Rio.

Red flags are also up in neighboring São Paulo state, where the legislature last month for the first time signaled it won’t fulfill the lawful budget allotment of its state science agency, FAPESP. Entitled to 1% of state tax revenues, FAPESP will get 0.89% of projected revenues in 2017—a reduction of $35 million. FAPESP is attempting to negotiate a reprieve.

The plight of Brazilian scientists “is exactly as bad as it sounds,” says Suzana Herculano-Houzel, a neuroscientist who left UFRJ for Vanderbilt University in Nashville last May, and urged others to follow. Some colleagues, she says, resented her doomsday attitude and labeled her a deserter. But she stands by her exhortation: “We have to be honest, and tell people they should leave if they can.”

Proposta prevê incentivo para escola pública que implantar laboratório de ciências

Agência CT&I
23 de janeiro de 2017



Tramita em caráter conclusivo na Câmara dos Deputados o projeto de lei (PL) 3898/2015, que permite a transferência de recursos adicionais do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Ministério da Educação, para a instalação, a melhoria e a manutenção de laboratórios de ciências em escolas públicas da rede pública de educação básica. A proposta foi aprovada na Comissão de Educação e será analisada ainda pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Segundo o substitutivo apresentado pela deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), as escolas que apresentarem planos de investimento em laboratórios poderão receber assistência financeira adicional do PDDE, observada a disponibilidade orçamentária e financeira e desde que as ações estejam previstas no Plano de Ações Articuladas (PAR) do estado ou município.

O substitutivo insere a proposta no contexto do planejamento das redes escolares, o que não está previsto no projeto original. “É indispensável que esse item de infraestrutura esteja contemplado nas metas de desenvolvimento educacional do ente federado de que as escolas fazem parte”, explicou Professora Dorinha.

O projeto, apresentado pelo deputado Edmar Arruda (PSD-PR) altera a Lei 11.947/09, que trata do PDDE. De acordo com o texto aprovado pela Comissão de Educação, a assistência financeira prevista na proposta será concedida sem a necessidade de convênio ou instrumento semelhante. Essa parte foi reintroduzida pelo substitutivo na proposta, uma vez que o projeto original a havia retirado da lei.

O Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) expedirá normas relativas aos critérios de alocação, repasse, execução e prestação de contas da assistência financeira adicional.

(Agência Gestão CT&I/ABIPTI, com informações da Agência Câmara)

Ministro Kassab vai participar da cerimônia de instalação do Conselho Consultivo do CCT

MCTIC
23 de janeiro de 2017



Titular do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab conduzirá a solenidade que institui o grupo de apoio ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia – do qual ele também será o coordenador. Entre as atribuições do Conselho Consultivo, estão a avaliação da execução da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, a formulação de prioridades e metas para a área e a proposição de temas a serem discutidos nas reuniões plenárias do CCT.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, participa da reunião de instalação do Conselho Consultivo do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT). A solenidade está marcada para as 12h30, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília (DF). Na parte da manhã, as comissões temáticas do CCT se reúnem no mesmo local.
O colegiado será coordenado pelo ministro Gilberto Kassab e terá como representantes os membros do próprio – excetuados os demais ministros de Estado – e os presidentes da Financiadora de Estudo e Projetos (Finep) e do CNPq. Fica a critério do coordenador a extensão do convite de participação no grupo a especialistas e personalidades relacionadas às áreas de ciência, tecnologia e inovação.
Caberá ao Conselho Consultivo, entre outras ações, discutir a política de ciência, tecnologia e inovação brasileira; formular propostas de planos, metas e prioridades relativas à temática; avaliar a execução da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação; além de propor temas a serem discutidos nas reuniões plenárias do CCT.
Serviço
Reunião de instalação do Conselho Consultivo do CCT
Data: 24 de janeiro de 2017
Horário: 12h30
Local: Sede do CNPq
Endereço: SHIS QI 1 Blocos A, B, C, D – Lago Sul
Cidade: Brasília (DF)
Informações à Imprensa
Assessoria de Comunicação do MCTIC
(61) 2033-7515 / imprensa@mctic.gov.br

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Sisfron terá orçamento de R$ 470 milhões em 2017

Agência CT&I
23 de janeiro de 2017

Em relação a 2016, Sisfron terá mais R$ 42 milhões a mais no orçamento deste ano
Foto: Ministério da Defesa

O Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), programa desenvolvido pelo Exército Brasileiro, contará em 2017 com um orçamento de R$ 470 milhões. O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, ao acompanhar em Dourados, no Mato Grosso do Sul, o funcionamento do sistema.

Anteriormente, o Ministério da Defesa havia divulgado a quantia de R$ 450 milhões em investimentos para o Sisfron neste ano. Contudo, Jungmann apontou que o valor foi superado, e será mais que o dobro do aplicado no ano anterior. “A tecnologia está quase toda desenvolvida. No ano passado o investimento para o Sisfron foi de R$ 228 milhões e para esse ano estaremos com orçamento previsto de mais de R$470 milhões”, informou.

O projeto-piloto do sistema é operado na 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados e abrange cerca de 650 quilômetros de fronteiras no estado, que são monitorados por radares fixos e móveis, sensores óticos, óculos de visão noturna, câmeras de longo alcance, entre outros materiais empregados. "O Sisfron é uma realidade em 600 km de fronteira, e será uma realidade nos 17 mil quilômetros, a terceira maior fronteira do mundo com 10 países vizinhos", declarou o ministro.

No centro de operações em Dourados foi realizada uma explanação ao ministro sobre como será o funcionamento pleno do sistema e como o mesmo tem atuado no momento. Militares, acerca de 160 km de distância e que faziam a vigilância e segurança das fronteiras, entraram em vídeoconferência apresentando ações em pontos de bloqueio e controle, com demonstrações do alcance dos radares, torres e sensores.

Jungmann ressaltou que o Sisfron é o maior sistema desenvolvido no mundo. "Quando estiver concluído, juntamente e de forma integrada com o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (Sisgaaz), da Marinha, e com o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (Pese), da Aeronáutica, estaremos cobrindo todo o nosso espaço, mar e terra", afirmou o ministro.

(Agência Gestão CT&I/ABIPTI, com informações do Ministério da Defesa)

Brasil assume de vez negociação espacial com americanos

O Globo
Eliane Oliveira e Gabriela Valente Roberto Maltchik
23 de janeiro de 2017


Três décadas de atraso VLS-1, no Centro de Lançamento de Alcântara. Missão começou em 1979, porém ainda não houve lançamento bem sucedido Divulgação Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE)/DCTA - Divulgação/IAE/DCTA


Planalto já prepara minuta de proposta para que EUA usem Centro de Lançamento de Alcântara.

BRASÍLIA - Após o fracasso na parceria com os ucranianos para o uso comercial do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, que causou prejuízo de pelo menos meio bilhão de reais ao Brasil, o Palácio do Planalto está pronto para negociar o uso da base com os Estados Unidos. A ideia é oferecer aos americanos acesso ao centro de lançamento, cobiçado por sua localização rente à Linha do Equador, que diminui o gasto de propelente em cada empreitada especial, para, em troca, utilizar equipamentos fabricados pelos potenciais parceiros.

O uso dos modernos sistemas espaciais dos Estados Unidos, jamais obtidos pela indústria nacional, porém, não significará transferência tecnológica ao setor privado brasileiro. Pelo contrário: para que a negociação avance, o Brasil terá que aprovar uma lei que indique de forma técnica e pormenorizada a proteção que será dada a todo componente tecnológico manipulado em solo brasileiro. O mesmo texto precisa ser avalizado pelo Congresso americano. Se parte das exigências dos EUA forem alteradas pelos parlamentares do Brasil, e as mesmas forem consideradas insatisfatórias pelos congressistas americanos, não tem negócio.

O tema sempre esbarra na proteção à soberania nacional, uma vez que setores do Centro de Lançamento de Alcântara poderiam ficar inacessíveis aos técnicos brasileiros justamente pela proteção à propriedade intelectual do país parceiro. Foi esta a argumentação, que provoca polêmica entre diferentes setores dentro e fora do governo, que impediu o avanço da primeira tentativa de acordo, costurada ainda no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

PROPOSTA ANTERIOR EMPERROU

À época, a proposta não avançou no Congresso Nacional. Os parlamentares consideravam o acordo desequilibrado e conflitante com as leis brasileiras. A maior crítica é que o governo dos EUA manteria controle sobre áreas segregadas em território brasileiro.

Agora, o país deve apresentar uma nova versão de Acordo de Salvaguardas Tecnológica ao Parlamento. O Ministério das Relações Exteriores avalia junto aos ministérios da Defesa. Ciência e Tecnologia e Agência Espacial Brasileira os termos que podem ser oferecidos aos americanos. A ideia é ser pragmático e propor um acordo que permita acelerar um acordo definitivo.

Donald Trump durante coletiva na CIA - MANDEL NGAN / AFP

José Serra, ministro das Relações Exteriores, confirmou que oferecerá aos americanos um acordo. Segundo ele, esta é uma das primeiras providências nas relações com o novo presidente americano, Donald Trump.

— Vamos tomar a iniciativa de propor a reabertura de negociação em torno de vários acordos e tratados que não se concretizaram. Um deles se refere à base de Alcântara. O assunto foi muito debatido no passado e, agora, vamos tentar uma parceria — revelou José Serra.

O primeiro passo para que o diálogo avance foi dado com uma medida prática: o Planalto obteve vitória no Congresso para retirar da Casa o texto rejeitado há quase 15 anos. Como os Estados Unidos sempre foram resistentes à ideia de uma negociação que flexibilize o acesso de brasileiros aos locais sensíveis à proteção tecnológica, os diplomatas daqui devem entregar uma proposta sem tantas exigências. Assim, acreditam, o dispositivo de segurança nacional tem maior chance de não ser derrubado pelos parlamentares americanos.

Em dezembro, o plenário da Câmara de Deputados aprovou o fim da tramitação do texto antigo. Já neste mês, os ministério das Relações Exteriores e da Defesa começaram a elaboração de um novo acordo.

Em 2004, logo depois do incêndio nunca totalmente esclarecido que matou 21 técnicos e engenheiros que trabalhavam no lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS) brasileiro, e, em 2012, quando o acordo com os ucranianos já dava os primeiros sinais de fracasso, o Brasil tentou retomar o acordo com os americanos. O Itamaraty fez as tratativas em absoluto sigilo, mas, em julho de 2013, entretanto, esse início de negociação foi suspenso. As conversas estariam estavam avançadas, mas naufragaram por causa da redução no ritmo do diálogo bilateral entre o governo Dilma Rousseff e os americanos, depois da revelação que o serviço de inteligência dos Estados Unidos espionou o governo brasileiro.

— Há disposição para buscar soluções alternativas. A assunção de novo governo nos EUA poderia representar oportunidade para uma reavaliação do cenário, buscando-se ambiente de flexibilidade de lado a lado, em que novos entendimentos possam prosperar — contou um técnico do governo a par do assunto.

Sem citar nomes, José Serra criticou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que optou por um acordo com a Ucrânia, para o lançamento de satélites da base de Alcântara, que ainda enfrenta obstáculos domésticos. O principal deles é a resistência das comunidades locais à expansão do centro de lançamento, hoje dentro do perímetro da base militar. O acordo com a Ucrânia foi rompido e ainda deixou um problema para o Brasil: como houve denúncia unilateral do tratado, ou seja, o Brasil optou sozinho por não prosseguir na empreitada com o país europeu, a Ucrânia pode — e já ameaçou fazer — exigir ressarcimento pelos prejuízos causados pela parceria mal sucedida.