segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Pesquisador do Inpe desenvolve estudos em parceria com Nobel de Física

MCTIC
14 de outubro de 2016

John Michael Kosterlitz - Foto: divulgação

Trabalho conjunto começou em 1982, quando o brasileiro Enzo Granato e o britânico John Michael Kosterlitz se conheceram nos Estados Unidos. Desde então, os pesquisadores trocam experiências na área de supercondutividade e transições de fase em superfícies.

Um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física, o britânico John Michael Kosterlitz, realiza estudos sobre supercondutividade e transições de fase em superfícies no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Junto com David J. Thouless, e F. Duncan M. Haldane, ele ganhou o Nobel por descobertas teóricas das transições de fase topológicas e das fases topológicas da matéria. O anúncio foi feito pela Academia Real Sueca de Ciências em outubro.

Um dos parceiros de Kosterlitz no Brasil é o responsável pelo Grupo de Pesquisa em Física da Matéria Condensada (MatCon) do Laboratório Associado de Sensores e Materiais (LAS) do Inpe, Enzo Granato. A parceria começou em 1982, quando o físico orientou o brasileiro em sua tese de doutorado na Universidade Brown, nos Estados Unidos.

"Inicialmente, a ideia era pesquisar sobre o efeito Hall quantizado, mas o chefe dessa área já estava orientando outro aluno e não quis me aceitar naquele momento. Depois, conversei com vários professores até conhecer o Kosterlitz, que me convenceu a entrar na área da pesquisa teórica de supercondutores. Ele foi bastante receptivo e me convenceu. Desde então temos essa parceria", afirmou Granato.

De tempos em tempos, John Michael Kosterlitz vem ao Brasil. A primeira visita foi em 1988. Na mais recente, em junho deste ano, desenvolveu pesquisas com a equipe do LAS em transição de fases em filmes finos supercondutores – chamada transição Kosterlitz-Thouless – e fez palestras para cientistas brasileiros. Segundo Enzo Granato, a passagem pelo país ganha um peso especial por ter sido justamente no ano em que o britânico recebeu o Nobel.

"Foi um privilégio, ainda mais neste ano. Foi realmente especial podermos ter essa oportunidade de ter um ganhador do Nobel conosco. Ele já havia sido indicado em outros anos. A comunidade científica da área sabia que esse trabalho desenvolvido nos anos 1970 tinha valor e teria aplicações no futuro", destacou o pesquisador do Inpe.

John Michael Kosterlitz se mostrou surpreso com a conquista. Em uma videoconferência com pesquisadores e representantes da Universidade Brown, o físico relembrou o começo do trabalho ao lado de Thouless e Haldane. "Quando começamos, era um exercício puramente teórico. Me diverti muito fazendo isso. Acho que o impacto [da pesquisa] foi bastante grande", afirmou.

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