quarta-feira, 20 de julho de 2016

MCTIC vai firmar parcerias com universidades para apoiar jovens pesquisadores

MCTIC
19 de julho de 2016

Jailson de Andrade está à frente da Seped desde março de 2015. Crédito: Ascom/MCTIC

Cientistas com até cinco anos de doutorado serão beneficiados por programa piloto com novos recursos para pesquisa, especialmente em áreas estratégicas da Encti 2016-2019, afirma o secretário Jailson de Andrade.

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) pretende apoiar jovens pesquisadores por meio de parcerias com as universidades. A proposta é oferecer recursos e infraestrutura adequada para cientistas com até cinco anos de doutorado. A informação é do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, Jailson de Andrade. No cargo desde fevereiro de 2015, ele afirma que a parceria com as universidades vai melhorar a formação dos professores e motivá-los para as atividades de pesquisa.

"A ideia é que esse jovem doutor consiga, por meio desta parceria da universidade com o ministério, um apoio que permita que ele inicie atividades de pesquisa. E que esse sistema permita a fixação desses doutores com atividades de pesquisa relevantes onde quer que ele esteja", afirmou Jailson ao Portal MCTIC. "Imaginamos que este será um programa de grande capilaridade quando atingir a plenitude."

Químico e professor da Universidade Federal da Bahia com 40 anos de atuação, Jailson de Andrade trabalha com pesquisas relacionadas à energia, desde a preparação de combustíveis até o desenvolvimento de novas misturas. Também coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Energia e Ambiente e é membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

MCTIC: Qual é a missão da Seped?

Jailson de Andrade: A missão da Seped é planejar de forma extremamente ampla e prospectar políticas de ciência, tecnologia e inovação, além de interagir dentro do ministério e com outros órgãos e instituições. É um trabalho extremamente gratificante, porque você tem uma secretaria que realmente precisa de um olhar transversal. Ela não se prende a um tema ou a um aspecto específico da ciência e da tecnologia. Ela acaba enxergando todo o sistema, ajudando outras secretarias e o ministro no planejamento das ações da pasta.

MCTIC: Algumas das prioridades da Seped são educação e pesquisa básica. Quais iniciativas estão sendo desenvolvidas para apoiar a formação de jovens pesquisadores?

Jailson: O Brasil contratou, nos últimos oito anos, entre 50 e 60 mil novos professores, sendo que cerca de 40 mil deles são jovens doutores. Mas muitos deles estão em locais sem infraestrutura de pesquisa adequada ou não têm um hábito já consolidado de pesquisa. 

Há um projeto-piloto de atuar junto a universidades para desenvolver e apoiar projetos, na parte de custeio e capital, que envolvam pesquisadores com até cinco anos de doutorado. A ideia é que esse jovem doutor consiga, por meio desta parceria da universidade com o ministério, um apoio que permita que ele inicie atividades de pesquisa. E que esse sistema permita a fixação desses doutores com atividades de pesquisa relevantes onde quer que ele esteja.

Um segundo movimento, que ainda não está em ação, é voltado para os mestres. Com o tempo, eles precisarão avançar na carreira e fazer o doutorado. A ideia é que esses mestres integrem sistemas de pesquisa existentes e ganhem mobilidade pelo país, sem que seja preciso longos períodos de afastamento das suas instituições. Isso vai permitir que eles façam o doutorado em condições idênticas a qualquer outro estudante que tenha se afastado.

MCTIC: Qual o impacto disso para a formação de recursos humanos no Brasil?

Jailson: Isso certamente trará benefícios. Os estudantes terão professores mais capacitados e preparados, mais motivados para as atividades de pesquisa e prontos para trabalhar com isso. Imaginamos que este será um programa de grande capilaridade quando atingir a plenitude.

MCTIC: Qual a importância da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) 2016-2019?

Jailson: Nesta estratégia, o ministério funciona como a cabeça do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia do país. Porque o MCTIC não é o único responsável pela atividade de pesquisa. Outros ministérios, como Saúde, Defesa, Minas e Energia, e Agricultura também fazem pesquisa, mas a cabeça do sistema é o MCTIC.
O lema da Encti é Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional. Na construção da Estratégia, fica clara a importância das ações que usam intensivamente ciência e tecnologia para mitigar as diferenças regionais e sociais.

MCTIC: Mas como alcançar os objetivos do documento?

Jailson: Um dos pontos focais é que educação, em todos os níveis, e pesquisa básica são os pilares da Encti. Sem uma educação de muito boa qualidade em todos os níveis e o uso intensivo da pesquisa básica, nós não atingiremos esse objetivo de desenvolver o país.
Outro ponto é que a abordagem precisa ser feita em pelo menos três dimensões: científica e tecnológica, social e econômica. Ela não pode ser vista só como fator de ciência e tecnologia. Ela tem que gerar riquezas para o país e, ao mesmo tempo, gerar bem-estar e satisfação para a população.

Precisamos ampliar a infraestrutura de pesquisa do país, que é muito bem qualificada, mas é pequena para os desafios e para o tamanho do Brasil. E inteligência também é infraestrutura. Não são só prédios, equipamentos, coisas tangíveis. Cérebros fazem parte da infraestrutura.

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