quinta-feira, 7 de julho de 2016

Avançam as obras da nova fonte de luz síncrotron brasileira, o Sirius, que fica em Campinas

MCTIC
6 de julho de 2016

Obras do Sirius no CNPEM, em Campinas (SP), estão 28% concluídas. Crédito: Ascom/MCTIC
Segundo o LNLS, as obras estão entre as mais sofisticadas do país, com exigências de estabilidade mecânica e térmica sem precedentes para não comprometer a trajetória dos elétrons.

As obras de cobertura do edifício de 68 mil metros quadrados que abrigará a nova fonte de luz síncrotron brasileira, o Sirius, já começaram, informou o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). O Sirius será uma ferramenta científica de última geração, usada na análise estrutural dos mais diversos materiais. A luz síncrotron é a responsável por atravessar as amostras e revelar as informações a respeito dos materiais investigados.

Planejada para ser uma das mais avançadas do mundo, a fonte de luz Sirius será composta por um conjunto de aceleradores de elétrons de última geração e estações experimentais chamadas "linhas de luz". Todo esse complexo científico ficará abrigado dentro de um edifício construído em uma área de 150 mil metros quadrados próxima ao campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP). As obras, que começaram em dezembro de 2014, estão 28% concluídas.
Segundo o LNLS, o prédio está entre as obras civis mais sofisticadas já construídas no país, com exigências de estabilidade mecânica e térmica sem precedentes.

Blindagem do acelerador

Paralelamente à finalização da cobertura do prédio, será iniciada a escavação do solo na região dos aceleradores, com objetivo de preparar a fundação do piso especial que será instalado na área. A estabilidade do piso onde serão instalados os aceleradores é essencial para evitar que eventuais vibrações, internas ou externas, atrapalhem a trajetória dos elétrons. Como o feixe de elétrons do Sirius deverá ter dimensões micrométricas (ou seja, cerca de mil vezes menor que um milímetro), a estabilidade nesta região é considerada um parâmetro crítico do processo construtivo.

Assim, o chamado "piso crítico" na região dos aceleradores do Sirius será instalado sobre um solo modificado e implantado de forma independente ao restante da edificação para mitigar vibrações. Além disso, todo o piso deverá constituir um bloco único, confeccionado em concreto armado e com 90 centímetros de espessura, o que evitará fissuras e deformações. Estes cuidados são importantes porque, quanto mais concentrado for o feixe de elétrons, melhor e mais brilhante será a luz síncrotron produzida e entregue para os pesquisadores. A qualidade da luz gerada a partir da aceleração dos elétrons é determinante para a qualidade dos resultados das pesquisas.

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