quinta-feira, 31 de março de 2016

Seminário no INPE apresenta estudos sobre lua de Júpiter

INPE
31 de março de 2016



Os principais nomes da Física Planetária estarão no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), entre os dias 4 e 7 de abril, para o seminário “Io: Interaction between Volcanic Activity and Jupiter's Magnetosphere”.

O seminário acontece a poucas semanas de um grande acontecimento da ciência planetária: o pouso em Júpiter, previsto para julho deste ano, de uma sonda destinada a explorar a formação e detalhes da estrutura daquele planeta. A expectativa é que os dados obtidos pela missão espacial JUNO ofereçam informações até mesmo sobre o início do sistema solar.

Júpiter é o planeta com maior campo magnético do sistema solar. Io é uma das maiores luas de Júpiter.

O evento no INPE reunirá cientistas envolvidos nos estudos sobre os processos físicos que ocorrem no sistema Io-Júpiter e, também, abordará os instrumentos e observações que serão realizadas pela sonda JUNO a partir de julho de 2016.

A programação completa do seminário está disponível na página http://www.dge.inpe.br/maghel/io-jupiter/

Entre os pesquisadores de renome internacional que participarão do evento destacam-se Margaret Kivelson, do Instituto de Geofísica e Física Planetária da Universidade da Califórnia; Rosaly Lopes, coordenadora de Ciências Planetárias do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da NASA; e Walter Gonzalez, líder do grupo de Heliofísica da Coordenação de Ciências Espaciais e Atmosféricas (CEA) do INPE.

O público alvo do seminário são pesquisadores e estudantes nas áreas de física atmosférica e planetária, dedicados a estudos sobre o Sol, o meio interplanetário, e magnetosferas, ionosferas e atmosferas de corpos planetários do Sistema Solar.

Física Planetária

A realização do seminário “Io – Jupiter Interaction” é mais um passo para consolidar no Brasil uma nova área de pesquisa, no campo de Física Planetária. O INPE conta com um experiente grupo de pesquisadores na área de magnetosferas planetárias e vem realizando estudos em parceria com o JPL/NASA, através da cientista Rosaly Lopes, especialista em vulcanismo e dinâmica planetária.

A intensa atividade vulcânica de Io e a interferência que provoca no campo magnético e na magnetosfera de Júpiter gera um toros (um anel pneumático) de plasma ionizado em torno do planeta. Como parte desse fenômeno, partículas ejetadas pelo vulcanismo de Io precipitam-se ao longo do campo magnético de Júpiter e ao se conectarem com a região auroral do planeta, nos polos magnéticos, geram intensas emissões de rádio. Estas emissões também podem ser fonte de identificação de exoplanetas, planetas fora do sistema solar, que possam apresentar fenômenos semelhantes a este na região auroral de Júpiter.

Apesar de se conhecer as correlações entre o vulcanismo de Io e o comportamento da magnetosfera de Júpiter, especialmente em sua região auroral, pouco se sabe ainda sobre como estas ocorrem com maior profundidade. O que se sabe hoje desses fenômenos, em grande parte, é resultado de observações coletadas por sondas espaciais, como Ulisses e Cassini, que fizeram passagens não muito próximas ao planeta nos últimos anos.

A missão da sonda espacial JUNO, desenvolvida em parceria entre a NASA e a ESA (Agência Espacial Europeia) deverá trazer novos dados sobre esses fenômenos, permitindo melhorar a compreensão sobre a interação de Io com a magnetosfera de Júpiter.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Escreva sua mensagem.